Vigilância e controle da febre amarela na Coordenadoria Regional de Saúde Sul do município de São Paulo

Em 2016, o Brasil iniciou o maior surto de febre amarela silvestre (FAS) nas últimas décadas, envolvendo principalmente estados da região sudeste. A rápida disseminação da doença, reportada em áreas de mata fechada, mas também em áreas de borda e transição rural-urbana, limítrofes de grandes municípios como São Paulo, preocupam as autoridades de saúde devido à expansão da circulação viral próxima a áreas densamente povoadas e infestadas pelos vetores. A região da Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Sul é infestada por Aedes aegypti, além do Ae. albopictus e muitas zonas de transição de áreas de mata e centros urbanos, o que denota alto potencial para urbanização da FA. No início de 12/2017, 10 macacos positivos para FA no município de Itapecerica da Serra, localizado a 4,5km da divisa com a CRSSul. Por conta da área de mata ser contígua e do risco de urbanização da FA, foi planejada uma ação de força tarefa na região, com objetivo de diminuir o risco de transmissão da FA no território.

Intensificar as ações de controle de criadouros de vetores de importância para transmissão da FAU e imunizar a população sob risco de infecção nas áreas de circulação viral de forma rápida e eficaz. Uma força tarefa ocorreu entre 18/12/2017 e 27/04/2018, com ações de controle vetorial e imunização. Residências em áreas de borda de mata e corredores ecológicos foram inspecionadas para eliminação de criadouros, aplicação de larvicida e nebulização para formas aladas. Para imunização as estratégias foram: abertura de todas as salas de vacina, ação de vacinação extramuros casa a casa junto com as equipes de ESF (principalmente em áreas rurais), postos volantes em locais de grande circulação de pessoas e fechamento dos parques com controle de entrada através de comprovação vacinal. Houve monitoramento diário das ações e remanejamento das equipes de acordo com a necessidade de rápida cobertura, além de estratégias de contingenciamento.

No período da força tarefa, foram confirmadas 43 epizootias para FA. A intensificação de controle vetorial se deu entre 18/12/2017 e 27/04/2018. Durante o período foram mobilizados 593 profissionais para controle vetorial que visitaram 347.176 imóveis e inspecionaram 266.793, com uma média de 4.182 imóveis bloqueados por dia e trabalhados 1.478 setores censitários, que correspondem a uma estimativa populacional de 873.336 pessoas. em relação à imunização, foram mobilizados 127 equipamentos de saúde entre 21/12/18 a 19/03/2019. No período foram imunizados 1.707.882 pessoas, sendo 715.862 doses consideradas plenas e 992.021 doses fracionadas. Ações intersetoriais e integração das vigilâncias no planejamento e execução das ações podem reduzir risco de transmissão de doenças por vetores. Na região ocorreu um óbito por FA por recusa na vacina. A atuação junto da AB, com intensificação de controle vetorial e imunização extramuros nas áreas (mata e limítrofes), pode ter contribuído para diminuir a densidade vetorial e o aumento de pessoas imunizadas, podem ter ajudado a diminuir o risco de urbanização da FA e ocorrência de casos graves.

Principal

Cleusa Maria De Toledo Gutschow Salles, Sandra Maria Sabino Fonseca

ppdiniz@prefeitura.sp.gov.br

Coautores

Cleusa Maria De Toledo Gutschow Salles, Sandra Maria Sabino Fonseca

A prática foi aplicada em

São Paulo

São Paulo

Sudeste

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09 jul 2024

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