De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), entende-se que há uso racional de medicamentos quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade. A garantia desse direito ao usuário representa um desafio importante para as gestões municipais tanto pelos recursos e investimentos demandados pela assistência para a terapêutica farmacológica como pela capacidade resolutiva que os medicamentos apresentam enquanto tecnologia em saúde, além dos potenciais problemas decorrentes de seu mau uso. O município de Diadema (SP), integrante do Grupo Técnico de Assistência Farmacêutica do ABC, aderiu ao Plano de ação regional de educação permanente em saúde (PAREPS) como estratégia de formação dos trabalhadores e avanços no serviço no tema Uso Racional de Medicamentos (URM).
Descrever a influência de projetos desenvolvidos no contexto do PAREPS sobre práticas profissionais relativas ao uso racional de medicamentos no município de Diadema (SP). Sete unidades básicas de saúde desenvolveram projetos estimulados, apoiados e acompanhados por oficinas que incluíram trabalhadores, pesquisadores, tutores e gestores. Os temas abordados foram: adesão ao tratamento uso abusivo de analgésicos e anti-inflamatórios, armazenamento e descarte, além da polifarmácia. As principais estratégias para melhoria do uso de medicamentos nos serviços foram o emprego de práticas integrativas e complementares, a inclusão do farmacêutico na produção do cuidado em saúde, além do fortalecimento do trabalho interprofissional. Os trabalhadores envolvidos registraram em formulário aspectos de seu conhecimento e de suas práticas profissionais relativas ao tema, antes e após 6 meses do início do processo.
67 trabalhadores participaram do projeto, cujos resultados foram: processo de trabalho favorável a ações relacionadas ao uso racional de medicamentos (antes: 85% sim depois: 95% sim) percepção do profissional sobre participação de usuários nas decisões sobre o uso de medicamentos (antes: 72% sim depois: 81% sim). Momentos de discussões com a equipe sobre o uso racional, nos últimos 3 meses (antes: 40% sim depois: 100% sim). Participação do profissional em ação coletiva voltada ao uso racional de medicamentos (antes: 34% sim depois: 92% sim). Conhecimento sobre uso racional de medicamentos guiando práticas (antes: 67% sim depois: 100% sim). A estratégia da educação permanente como disparadora de ações interprofissionais teve impacto positivo sobre a percepção e práticas dos trabalhadores relativas à promoção do uso racional de medicamentos. Os resultados indicam que esse tipo de incentivo potencializa as condições favoráveis no ambiente de trabalho e viabiliza a criação de diversos mecanismos que podem qualificar a assistência à saúde e, consequentemente, contribuir para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
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