Detecção do 1º caso de raiva canina e as ações de controle executadas no município de Hortolândia, São Paulo

A raiva é uma zoonose que acomete mamíferos e está presente em todos os continentes com exceção da Antártida. No Brasil, os morcegos são os principais transmissores da doença, mas também são registrados casos humanos transmitidos por outras espécies de animais silvestres, por herbívoros, por cães (variante viral canina) e de 2001 a 2017 foram registrados 4 casos humanos transmitidos por cães e gatos infectados com variantes virais de morcegos. No estado de São Paulo, não há registros de casos humanos autóctones infectados por variante de cão desde 1997 e em 2018 foi confirmado um caso humano infectado por variante viral de morcego. A circulação do vírus é detectada anualmente na população animal, sendo de grande preocupação os casos registrados em cães e gatos decorrentes da infecção por variantes de morcegos. Entre 2003 e 2017, foram 17 casos em gatos e 8 em cães. Em Hortolândia, o 1º registro de raiva em cão semi-domiciliado provocada por variante viral de morcego foi em julho de 2018.

Apresentar a detecção do 1º caso de raiva canina do município provocada pela infecção por variante viral de morcego e as ações de investigação e controle desencadeadas pela Unidade Básica de Saúde (UBS), Vigilância Epidemiológica (VE) e pela Unidade A detecção do caso de raiva canina, em 06/2018 surge como fruto do trabalho da UVZ de sensibilização dos Médicos Veterinários (MV) para a notificação de casos suspeitos de zoonoses. A comunicação entre os profissionais da UBS, VE e UVZ na investigação, na adoção das medidas profiláticas e para o ágil envio da amostra à São Paulo para o diagnóstico laboratorial foi fundamental. A UVZ ficou responsável pela ação de bloqueio da raiva (ações definidas por os critérios técnicos desencadeadas em um território que visam evitar novos casos em cães, gatos e seres humanos) os insumos necessários a estas ações e a ampla divulgação do caso na imprensa se deu pela articulação da secretaria de saúde com demais secretarias e com a vigilância estadual.

A investigação revelou que 4 pessoas e 3 cães tiveram contato de risco para a transmissão do vírus rábico com o cão doente e foram submetidos a profilaxia. Na ação de bloqueio foram visitados 1.696 imóveis, vacinados 718 cães e 195 gatos e identificados 5 animais que tiveram contato de risco com morcegos para a transmissão do vírus rábico. Houve aumento da notificação de morcegos encontrados com comportamento alterado propiciando a intervenção oportuna foi criado um grupo de whatsapp para a rápida comunicação dos MV com os técnicos da UVZ e VE resultando na aproximação entre os profissionais aumentou em 36% no número de cães e gatos vacinados na campanha anual contra a raiva e não houve até o presente momento novos registros de casos.o trabalho das equipes que compõem a vigilância em saúde com os demais serviços de atenção à saúde é de fundamental importância para a execução de ações eficientes e eficazes, para tanto há que se ter uma política de trabalho voltada para a integração entre as equipes. A reestruturação do serviço de controle de zoonoses de Hortolândia em 2017 de acordo com a Portaria MS nº1138/2014 possibilitou a qualificação e incremento das ações de controle de zoonoses, agravos relevantes para a saúde pública.

Principal

Tosca de Lucca Benini Tomass Rezende

tosca_delucca@yahoo.com.br

Coautores

Camila C. G. Travassos, Evandro A. Cardoso, Marciano P. Robert, Ibraim B. Almeida, Antonio R. Stivalli

A prática foi aplicada em

Hortolândia

São Paulo

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Prefeitura Municipal de Hortolândia

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Odete Carmem Gialdi

Conta vinculada

23 set 2023

CADASTRO

02 jul 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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