Alerta Dengue: IdeiaSUS realça práticas do SUS de combate ao Aedes aegypti e te ajuda a se proteger da ameaça silenciosa que cresce a cada verão

Medidas preventivas, como a eliminação de focos de água parada e larvas do mosquito, são alguns exemplos de enfrentamento das arboviroses

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A dengue, a chikungunya e o zika vírus, transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, continuam sendo uma das maiores ameaças à saúde pública, especialmente em regiões tropicais. Com a chegada do verão, o risco de surtos dessas três arboviroses aumenta, reforçando a urgência de medidas preventivas, como a eliminação de focos de água parada. A preocupação justifica-se pelos altos índices das doenças que se repetem todos os anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, até outubro deste ano, foram registrados mais de seis milhões de casos prováveis de dengue. Em relação à chikungunya, até o mesmo período, foram contabilizados 258.396 casos prováveis, enquanto em 2023 o total foi de 158.060. Já em relação ao zika, até 21 de setembro, houve 6.311 casos prováveis, contra 11.534 em 2023.

Em resposta ao mosquito, diversas iniciativas têm sido desenvolvidas no Sistema Único de Saúde (SUS) para combater e prevenir a disseminação das arboviroses, como uso de armadilhas para mosquitos, distribuição de peixes que eliminam larvas, campanhas educativas e capacitação de profissionais de saúde. Esses projetos visam, além da eliminação de focos do aedes, a conscientização da população sobre a importância de medidas preventivas e o fortalecimento das redes de saúde para o diagnóstico e tratamento. 

SUS contra a dengue

A IdeiaSUS destaca abaixo algumas práticas de saúde que vêm sendo desenvolvidas Brasil afora. Confira!

Ovitrampas: detecção precoce de infestação pelo Aedes aegypti no município de Ingá, projeto-piloto

O projeto foi implantado pioneiramente em Ingá, Paraíba, com apoio das Secretarias de Saúde estadual e municipal. A armadilha de ovitrampa é uma estratégia utilizada na coleta de ovos de mosquitos Aedes aegypti ou Aedes albopictus. Consiste em um método econômico, sensível, de fácil manuseio e eficaz para detectar a presença do vetor, subsidiando a tomada de decisão para identificação das áreas prioritárias de
intervenções da vigilância. As ovitrampas são recipientes plásticos com 500ml de água e uma palheta de madeira para coletar ovos de mosquitos. O trabalho envolveu a capacitação dos agentes de combate às endemias e a distribuição das armadilhas em toda a zona urbana, com distâncias de 200 metros entre elas, totalizando 20 ovitrampas. 

Peixaria compartilhada: Tace e Tacs, integração entre profissionais de de saúde contra a dengue

O projeto Peixaria Compartilhada, em Condado (PB), integra os técnicos-agentes de combate às endemias (TACE) e os técnicos-agentes comunitários de saúde (TACS) para combater focos de dengue através dos barrigudinhos, uma espécie de peixe que consegue se adaptar em condições variadas, cuja preferência é alimentar-se de algas, larvas de mosquitos, microvermes, contribuindo, por este motivo, para a eliminação do mosquito transmissor da dengue. As visitas domiciliares são feitas de forma conjunta, nas quais os profissionais inspecionam as residências e orientam os moradores sobre o método. O projeto visa a melhorar a integração entre TACE e TACS, intensificar o combate em áreas de risco, monitorar o uso dos peixes e compartilhar dados epidemiológicos para controle efetivo da dengue.

Ações intersetoriais: integrando estratégias no combate às arboviroses na cidade de Belém do Brejo da Cruz (PB)

O projeto intersetorial em Belém do Brejo do Cruz (PB) visa a reduzir o impacto das epidemias de dengue, chikungunya e zika, diminuindo a morbidade e mortalidade e fortalecendo a rede de saúde para diagnóstico e detecção precoce. As ações envolvem a Atenção Primária à Saúde (APS) e as Vigilâncias Epidemiológica e Sanitária, além de campanhas de comunicação através de rádio e carros de som. O plano, realizado entre fevereiro e abril de 2024, foi dividido em duas etapas: capacitação dos profissionais da APS sobre manejo clínico das arboviroses e mutirões semanais com agentes comunitários, focados em inspeções domiciliares e públicas para eliminar focos do mosquito.

Conheça mais práticas sobre a dengue e as arboviroses aqui:

Experiência prática no combate à Febre do Oropouche em Ipatinga-MG

A educação permanente dos profissionais de enfermagem como estratégia no enfrentamento à dengue

Atuação do Programa Saúde na Escola (PSE) no enfrentamento da dengue e outras arboviroses

Projeto aprender brincando: quiz educativo sobre a dengue nas escolas de Mendes (RJ)

Manejo da dengue – experiência multidisciplinar entre atenção primária à saúde e vigilância em saúde

O processo de trabalho na Estratégia Saúde da Família de Varjão, Piraí (RJ), no cuidado com os pacientes com suspeita de dengue

Campanha “Tem 10 minutinhos?”

A luta contra a dengue, a zika e a chikungunya ganha reforço. O Ministério da Saúde lançou, no início do mês de outubro, a campanha “Tem 10 minutinhos? A hora de prevenir é agora”. O objetivo é incentivar a população a combater as três arboviroses, eliminando os focos de reprodução do Aedes aegypti, mosquito transmissor dessas doenças.

O título da campanha é para provocar as pessoas a dedicarem dez minutos do seu dia para remover criadouros do mosquito. Trata-se de um esforço de comunicação em canais de TV abertos, rádio, internet, carros de som e pontos de grande circulação, que envolve informações sobre diagnóstico precoce, cuidados médicos, risco de automedicação e a localização de postos de saúde. 

Por Ana Karolina – Jornalista/ Bolsista Plataforma IdeiaSUS Fiocruz

 

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