Relato de experiência da Rede de Atenção Psicossocial de Morrinhos (GO) através do percurso formativo da Raps e intercâmbio como troca de experiências no SUS

Finalidade: efetivar as diretrizes preconizadas pelas leis regulamentadores do Sistema Único de Saúde (SUS) em relação ao cuidado em saúde mental, através da troca de experiências entre profissionais e serviços e ampliar o conhecimento e técnicas profissionais baseado na reforma psiquiátrica, proporcionando assim suporte na atenção voltada para o território com base na comunidade, afastando o modelo manicomial. O projeto foi lançado através de uma chamada pública de seleção de projetos para municípios com interesse em qualificar as ações de cuidado em saúde mental, álcool e outras drogas. E Morrinhos (GO) foi contemplado na linha de ação de desinstitucionalização. Na primeira fase, vinte profissionais foram para São Bernardo do Campo (SP), de forma gradativa e dentro do período de 10 meses, e ambos ficaram por 30 dias efetivando a troca de experiências e a vivência dos dispositivos da Raps ali existentes. Todos vivenciaram os atendimentos e rotinas de um serviço, já que a rede de São Bernardo do Campo (SP) é exemplo nacional e internacional no cuidado psicossocial das pessoas em sofrimento mental. A escolha dos profissionais foi realizada de forma democrática e de acordo com a disposição e disponibilidade de cada profissional. Entre os profissionais que participaram do intercâmbio, destacam-se representantes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Estratégia de Saúde da Família (ESF), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Hospital Municipal, Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), Assistência Social, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Na segunda fase foram realizadas oficinas em Morrinhos (GO) durante três dias com a participação de trabalhadores de São Bernardo do Campo (SP), foi um momento de construção de propostas baseado nas vivências durante o intercâmbio. As oficinas possibilitaram apresentar a realidade de Morrinhos e o quão necessitava de mudanças nas propostas de cuidado em rede na saúde mental. Foi possível a reflexão das dificuldades de trabalho em equipe, da corresponsabilização do cuidado entre serviços, e da construção coletiva de ações mais efetivas. Diante dos desafios, foi construído um projeto coletivo de educação permanente que trazia como objetivo a mudança cultural da sociedade em relação ao modelo manicomial, e a articulação da rede como garantia de cuidado as pessoas em sofrimento mental. Como propostas após essas oficinas tiveram: a criação de um Colegiado de Saúde Mental, a implantação de uma residência terapêutica (RT), a extinção do sanatório do município, a realização de um seminário estadual, e o investimento da gestão na Educação Permanente. Na terceira fase nomeada como Engrenagens ocorreu com a participação de um profissional selecionado pelo Ministério da Saúde como ativador de redes, e teve como objetivo efetivar e validar o projeto de educação permanente.

Os transtornos mentais são considerados alterações no funcionamento psíquico e sua manifestação é multifatorial, constituído por fatores biológicos, psicológicos e socioculturais.

Conclui-se que a estruturação e o fortalecimento de uma rede de atenção às pessoas em sofrimento mental, centrada na atenção comunitária, orientada pela concepção ampliada de liberdade no cuidado e articulada com outras redes de serviços sociais e de saúde, constituem, na atualidade, um importante desafio à saúde pública. Conclui-se que o percurso formativo foi significativo para Morrinhos (GO) e para o SUS, e a partir de então vários avanços foram verificados referente à saúde mental. Um deles foi dar visibilidade as pessoas egressas de manicômios com longos períodos de internação, proporcionando um cuidado em liberdade e humanizado, respeitando seus direitos, principalmente o de ir e vir. É notório a mudança provocada aos profissionais da rede pública a partir do intercâmbio, e a sensibilização na prestação do cuidado as pessoas em sofrimento mental. A Rede de Atenção psicossocial (RAPS) e sua articulação é uma proposta de garantir a livre circulação das pessoas com problemas mentais pelos serviços, pela comunidade e pela cidade. Ela se torna fundamental na troca dos saberes e das experiências, desta forma, ainda o caminho é longo e contínuo na sua efetivação, mas no município de Morrinhos (GO) toda a experiência abriu um horizonte e um referencial para o trabalho humanizado e mostrou se válida para o aprendizado.

Principal

Ana Lourdes de Castro Schiavinato, Aline Pereira, André Luiz Dias Mattos, Helvecio Schiavinato Jr.

anaschiavinato@hotmail.com

Coautores

Ana Lourdes de Castro Schiavinato, Aline Pereira, André Luiz Dias Mattos, Helvecio Schiavinato Jr

A prática foi aplicada em

Goiás

Centro-Oeste

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde de Morrinhos (GO)

R. Duzentos e Quatorze, 580, Morrinhos - GO, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Ana Lourdes de Castro Schiavinato, Aline Pereira, André Luiz Dias Mattos, Helvecio Schiavinato Jr

Conta vinculada

04 ago 2022

CADASTRO

01 ago 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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