Reciclarte: oficina terapêutica em saúde mental, um outro olhar

Finalidade da experiência: atender pacientes de saúde mental de maneira a proporcionar por meio da arte-terapia, rodas e conversa e terapia em grupo, melhora nos sintomas conduzindo para a desestigmatização da doença mental. São atendidos pacientes triados pelas unidades básicas de saúde e encaminhados para avaliação no setor de psicologia. Inserido no programa, o paciente passa a frequentar as oficinas de artesanato, sendo livre a frequência em dos dois dias de atendimento sendo, uma oficina masculina e uma feminina, as rodas de conversa temáticas são proporcionadas ao grupo como um todo, favorecendo o encontro de ideias e culturas. São atendidos, em média, 30 pacientes, considerando-se que o espaço físico (sala) não comporta mais que 15 pessoas por período. Não há grande rotatividade a maioria dos atendidos está no projeto desde o inicio. Os novos ingressos se dão gradativamente após entrevista psicológica e visitação ao ambiente. Os que deixaram de participar relatam recaídas (caso de dependência química), mudança de cidade e trabalho como causa da desistência. Os pacientes atendidos na oficina apresentaram significativa melhora nos quadros psiquiátricos, incluindo diminuição de sintomas, desenvolvimento de habilidades e desempenho de atividades de sustentabilidade econômica com a aprendizagem de artesanatos. É observada frequência pelas monitoras e nas ausências, quando não justificadas, são realizadas visitas e busca ativa. Os atendimentos na oficina são relatados em reunião técnica com a equipe, observando-se as reações de cada paciente atendido, sua progressão, evolução e interação com o grupo.

O Reciclarte é um projeto de reabilitação psicossocial pela arte e terapia, ocorre na Unidade de Atenção Psicossocial Bem Viver e tem como atividade principal a confecção de artesanatos com princípio a reciclagem, no espaço chamado de oficina terapêutica. O projeto teve início no ano de 2014 e observa-se, por parte do público atendido, descoberta de habilidades, desenvolvimento do potencial criativo e, principalmente, significativa melhora nos quadros psiquiátricos com diminuição de sintomas.

A aprendizagem proporcionada aos pacientes em uma descoberta de si e de suas habilidades é levada a compreensão de que a conquista maior está além da confecção de objetos reciclados, mas, na possibilidade de resgatar e reciclar a autoestima e bem-estar. A subjetividade dos afetos, o respeito ao estranho/diferente, a cultura considerada, o todo analisado, ponderado e acolhido são formas de atuar produzindo saúde, tornando-se propício o processo de aprender, com o outro, sobre o outro e para o outro. É difícil o caminho para desestigmatizar a crise em saúde mental, loucura, mas, é possível, mesmo sendo pequeno.

Principal

Fabiana Pegorer, Cristian Eduardo Bonapaz

smscj@hotmail.com

Coautores

Fabiana Pegorer, Cristian Eduardo Bonapaz

A prática foi aplicada em

Campos de Júlio

Mato Grosso

Centro-Oeste

Esta prática está vinculada a

Unidade de Atenção Psicossocial Bem Viver

Campos de Júlio, MT, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Fabiana Pegorer, Cristian Eduardo Bonapaz

Conta vinculada

09 fev 2020

CADASTRO

26 ago 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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