Mapas inteligentes: um avanço para o (re)conhecimento dos territórios das equipes de saúde da família

Finalidade da experiência.

O município de José da Penha, localizado na do alto oeste Potiguar, distante quatrocentos e oitenta e dois quilômetros da capital Natal, segundo a estimativa do IBGE 2014, apresenta um contingente populacional de seis mil e quarenta e nove habitantes, sendo que a maior parte domiciliada na zona urbana e com uma maior predominância do sexo feminino e uma densidade demográfica de 49,88 hab./km². Atualmente, a população concentra-se nas faixas etárias que compreendem os adultos (acima dos vinte anos até cinquenta e nove anos), sem desconsiderar aqueles grupos etários em faixas etárias de jovens (dez a quatorze e quinze a dezenove anos e gerontes (sessenta anos e mais. Destaque especial para a proporção de idosos (14,98%), adensando novecentas e cinquenta e cinco pessoas acima dos sessenta anos. Na Rede de Atenção Básica, três unidades básicas de saúde com três Estratégias Saúde da Família, sendo duas equipes na zona rural e uma na zona urbana, além de quinze Agentes Comunitários de Saúde e um NASF 2 (Núcleo de Apoio à Saúde Familiar. Cabe ressaltar que uma das equipes da zona rural, é composta por um profissional vinculado ao Programa Mais Médicos, com médico intercambista, e a da zona urbana pelo médico inscrito no provab. Assim como em outras realidades, o município evidencia a necessidade de fortalecer a Atenção Básica, avançando na reorientação do modelo assistencial e na melhoria das condições de vida e de saúde da população. Nesse sentido, torna-se imprescindível a necessidade de programar estratégias que sejam capazes de fortalecer as iniciativas de promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos nessa realidade, bem como diminuir as iniquidades sociais de sua população adstrita, fazendo-se necessário construir possibilidades de efetivação da intersetorialidade e interdisciplinaridade como premissas para a sustentabilidade das mesmas. Muitos dos problemas evidenciados hoje pelo município dependem, para o enfrentamento, muito mais de intervenções no campo da prevenção e da promoção do que das ações curativas. As ações curativas têm dado respostas apenas imediatas, ao ponto final de todo o processo. São intervenções aos AVCs, intervenções a HAS e diabetes descompensados como produtos de uma vida sedentária e de estados nutricionais deficientes. Entretanto, na atual realidade municipal, se percebe a grande necessidade de rever os processos de trabalhos das equipes de saúde da família, principalmente, no que concerne as práticas de planejamento e avaliação das ações empreendidas pelas mesmas diante do (re)conhecimento dos seus territórios adstritos. Assim, reconhecer seu território de responsabilidade para além da paisagem, não basta a equipe da unidade de saúde o olhar desarmado, que não ultrapassa a superfície dos fenômenos. Recomenda-se a aproximação de um olhar que procura ativamente estranhar o que lhe é familiar e familiarizar-se com o que lhe é estranho. Nesse sentido, a territorialização parte do produto e do meio para a descentralização das ações de saúde, aproximando-se e adequando as ações e os recursos às necessidades sociais e do perfil epidemiológico das diferentes áreas, bem como elemento essencial para o planejamento e gestão dos serviços de saúde ofertados à população. A definição e análise do território constituem a base para o trabalho das equipes de saúde da família que devem cadastrar as pessoas dentro das famílias e mapear riscos, indicadores de saúde, morbidade e mortalidade e potencialidades dentro dos territórios nos quais atuam, tendo a territorialização duas vertentes para apropriação do seu conhecimento, a base territorial que visa o reconhecimento do território como área física, considerando suas barreiras geográficas, os dificultores e facilitadores para o acesso aos serviços de saúde.

Diante da realidade encontrada e vivenciada no município de José da Penha (RN), recomenda-se a aplicação desta experiência no intuito de melhor apropriação das potencialidade presentes, perante o novo desenho do perfil das necessidades sociais e de saúde da população, com vistas ao melhor planejamento das ações de promoção da saúde que fomentem a emancipação dos sujeitos, as suas reinserções na sociedade, proporcionando a redução de danos, agravos e doenças, bem como na diminuição de suas iniquidades e no fortalecimento da melhorias de suas condições de vida e de saúde, tendo a equipe multiprofissional e multidisciplinar papéis fundamentais para busca ativa, elaboração, implementação, monitoramento e avaliação dessas ações frente aos territórios adstritos. Assim, esta experiência é aplicável a todo e qualquer município, pois esta realidade encontrada no município é análoga a diversos locais do país. Este trabalho foi iniciado no ano de 2014, com apoio da gestão municipal de Saúde em parceria com o curso de enfermagem da Universidade Estadual de Rio Grande do Norte (UERN) Pau dos Ferros, tendo sido fortalecido com a chegada do médico intercambista proveniente do Programa Mais Médicos, do Governo Federal ,pois garantiu uma maior articulação da equipe multiprofissional junto às demandas levantadas no planejamento e construção dos mapas inteligentes, bem como no desenho do diagnóstico situacional dos territórios ora produzidos por tal trabalho. Cabe ressalta que este trabalho foi coordenado por todos os profissionais que compõem a ESF no município, tendo suas práticas exercidas até os dias atuais. Como produto desse processo, obteve-se o estabelecimento de uma rede social solidária, resultando em melhoria das condições de saúde da comunidade, dos trabalhadores inseridos nesse espaço e a ampliação de projetos sociais envolvendo diferentes sujeitos da comunidade na busca de recursos. Portanto, é pertinente colocar que está prática ora exercida pelas ESFs propõe em seu escopo o ideário de enfrentamento às adversidades que os territórios adstritos possuem. Além disso, como prova maior do comprometimento da execução dos processos de trabalho das ESFs para efetivação da atenção integral à saúde individual e coletiva.

Principal

Francisco Glériston Vieira

smsjosedapenha@rn.gov.br

Coautores

Francisco Glériston Vieira

A prática foi aplicada em

José da Penha

Rio Grande do Norte

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde de José da Penha (RN)

José da Penha, RN, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Francisco Glériston Vieira

Conta vinculada

11 set 2016

CADASTRO

09 ago 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

TAGS

Práticas Relacionadas