Durante a 2º Conferência Nacional de Saúde Mental, em 1992, surgiu a importância de criar Serviços de Residências Terapêuticas, chamadas no início de lares abrigados para portadores de deficiência mental que não possuíam suporte familiar ou algo desta natureza, mantendo assim a reestruturação mental desses indivíduos. Em matéria publicada pelo Ministério da Saúde, os SRTs são definidos como moradias alternativas para aquelas pessoas com internação psiquiátrica de longa permanência, que não contaram com um suporte familiar e social adequado. Assim como contexto os SRTs é a moradia, a volta do morar e à vida em sociedade. A inclusão social significa na prática que a sociedade num todo precisa acolher, incluir e ter um olhar diferenciado de inclusão ativa nas pessoas com transtornos mentais, em tempos atuais serviria de instrumento para crescimento social, promover o autoconhecimento e a auto realização e também diminuir a ociosidade e favorecer a independência.
Criar um vínculo entre os moradores da Residência Terapêutica e a sociedade, inserindo-os na frente de trabalho do próprio município. Apresentar a mudança de comportamento que os moradores vêm apresentando após a vinda para a RT. A seleção dos moradores começou em 10/2017, onde uma equipe multiprofissional do município foi até a região de Sorocaba para fazer a escolha destes pacientes. O SRT, está no município a 1 ano e 3 meses, o período de adaptação tanto dos moradores por serem institucionalizados, quanto dos cuidadores por não terem experiência, foi conturbado, e até mesmo por ser uma SRT, de ambos os sexos. Foi recebido o apoio do Caps para fazer durante a semana com alguns moradores atividades, para as mulheres foram estabelecidas algumas atividades de vida diária respeitando suas limitações, e para os homens foi estabelecido fazer parte da coleta seletiva do município onde recebem seu próprio salário, tendo como auxílio um funcionário do almoxarifado.
A evolução dos moradores tem apresentado um resultado positivo no comportamento, socialização, não demostram mais medo e se articulam melhor. Em relação ás atividades de vida diária eles passaram a realizar sozinho o banho, o vestir, o comer, a escovação bucal, a troca de roupas de cama, ajuda na cozinha e até mesmo auxilio ao próprio colega na participação e na interação dos grupos terapêuticos realizados na Unidade Caps. Além da população do município que passou a acolher os moradores e a tratá-los de uma maneira igual. O exercício de cidadania é possível, ou seja, na aquisição de renda, na autoafirmação, no relacionamento social e na construção de um lugar de inclusão, como buscou-se demonstrar com a experiência desenvolvida em Orindiúva.
Orindiúva, SP, Brasil
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO