- Atenção Primária à Saúde
Mateus Emanuel da Silva Santos
- 22 maio 2024
Atuar no cuidado de saúde mental no território com ações compartilhadas entre as equipes de Saúde Mental, Atenção Básica e de outros componentes da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Para a organização das ações, as unidades de atenção primária foram divididas em 5 regiões de saúde. Cada região conta com 5 unidades básicas de saúde que contam com 01 profissional de saúde mental como apoiador matricial. Após 6 meses de avaliação por parte de profissionais da saúde mental e atenção básica (trabalhadores e gestores) das ações existentes e planejamento de novas ações possíveis, foram elencados os seguintes itens como indicadores da ação:
Segundo dados de diversos estudos, 50% dos usuários que buscam atendimento na Atenção Básica possuem algum sofrimento psíquico, sendo que 10% são portadores de transtorno mental leve e moderado e 3% apresentam transtorno mental severo. Ainda, a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde estimam que quase 80% dos usuários encaminhados aos profissionais de saúde mental não têm uma demanda específica para o atendimento especializado. Nesse sentido, a OMS reforça que o manejo e tratamento de transtornos mentais na atenção básica é fundamental na garantia de acesso e qualificação do cuidado em saúde. Reconhecendo nos dois segmentos parceiros na atenção integral aos pacientes com sofrimento psíquico, entendemos que os trabalhadores da atenção básica ocupam um lugar estratégico no desenvolvimento das ações em saúde como dispositivo potente na prevenção e vigilância em Saúde Mental. O Ministério da Saúde, através do projeto de Humanização do SUS (2004), propõe o conceito de clínica ampliada e o termo equipe de referência, articulando atenção básica e saúde mental, designando o trabalho a ser feito no processo de viabilizar o acesso à saúde e a qualificação dos cuidados. Neste sentido, a Política de Saúde Mental (2003) e a Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde (2004) preconizam o Apoio Matricial como dispositivo de intervenção junto à Atenção Básica, pautado pela noção de território, intersetorialidade, integralidade, considerando o trabalho organizado pelo princípio de responsabilidade compartilhada entre a equipe de referência e serviços especializados, e o estabelecimento da continuidade na atenção em saúde. A experiência do apoio matricial reorganiza o atendimento em saúde mental a partir da rede básica, modificando a maneira de trabalhar o sofrimento psíquico na atenção básica, bem como estimulando a integração da rede. O apoio matricial se configura como um suporte técnico especializado que é ofertado a uma equipe interdisciplinar de saúde a fim de ampliar seu campo de atuação e qualificar suas ações. Ele pode ser realizado por profissionais de diversas áreas especializadas (Figueiredo, 2009).
Por meio do apoio matricial em saúde mental no município podemos estabelecer uma rede de comunicação e cuidado integral dentro do SUS, a partir da Saúde Mental e Atenção Básica. A inexistência de equipes de Nasf no município, trouxe a necessidade de organizar a rede na busca de melhoria da resolutividade, da implantação de um manejo psicossocial com a clínica ampliada, a articulação intersetorial e a aproximação dos pontos de atenção que atende as pessoas em sofrimento mental. Acreditamos que com estas ações e a sua aprovação pelas equipes de saúde, teremos cada vez mais um cuidado integral, equânime, humanizado e articulado em rede no nosso município.
R. Isidoro Pedri, 120 - Barra do Rio Molha, Jaraguá do Sul - SC, Brasil
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