Finalidade da experiência: este projeto tem como finalidade a formação do arranjo produtivo local do Rio Vermelho com o principal objetivo de integrar o Projeto Farmácia Viva ao Plano de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) dentro da área do Consórcio Quiriri. Desta forma, as espécies arbóreas nativas que são tanto de interesse ao SUS como de preservação ambiental, serão cultivadas pelos proprietários da região que receberão retorno financeiro ao aderirem do projeto e cumprirem os requisitos determinados. Dinâmica e estratégias dos procedimentos usados: cadastro dos pequenos agricultores que participam do PSA para o plantio das espécies vegetais bioativas (espécies medicinais). Vistoria e avaliação das propriedades, com intuito de receberem um certificado que as qualifica para o cultivo. Capacitações periódicas e educação continuada que habilitará os agricultores a trabalharem com plantas medicinais. Colheita/processamento: após a etapa de desenvolvimento mínimo exigido pelas espécies vegetais os agricultores realizarão a extração das folhas conforme a demanda a ser utilizada pela Farmácia Viva no município. As folhas serão transportadas à unidade do Farmácia Viva e receberão o tratamento adequado para seu armazenamento e dispensação à população, conforme os moldes do programa. Pagamento aos agricultores através do PSA. Observações/monitoramento: os agricultores que já participam do PSA passarão por um cadastro para o plantio das espécies vegetais bioativas. As propriedades serão vistoriadas e avaliadas com intuito de receberem um certificado que as qualifica para o plantio, uma vez que espécies vegetais medicinais possuem critérios bem definidos de cultivo e manejamento.
Com o objetivo de ampliar o atendimento à população, a inserção de práticas terapêuticas complementares e integrativas é uma realidade exitosa dentro do sistema que visa a melhoria e aprofundamento da atenção básica à população. Com o entendimento de que os serviços públicos devem agir de forma global, visando interligar os diversos setores da competência pública, como a saúde, o social, o econômico e o ambiental, o município de São Bento do Sul criou o projeto Arranjo Produtivo Local do Rio Vermelho, responsável por unir o Programa de Fitoterapia no SUS, o Farmácia Viva, ao Programa de Pagamento por Serviços Ambientais Produtor de Água do Rio Vermelho (PSA), ligando as Secretarias de Saúde, da Agricultura e o Serviço Autônomo de Municipal de Água, o SAMAE.O município de São Bento do Sul possui um manancial aquífero que abastece a cidade e sua microbacia encontra-se em propriedade de famílias de pequenos agricultores, localizada na área rural leste da cidade. Este manancial está localizado na região que faz parte do Consórcio Quiriri, consórcio este cuida das áreas de preservação ambiental da Mata Atlântica permanente da região do Planalto Norte e inclui as cidades de São Bento do Sul, Campo Alegre, Rio Negrinho e Corupá. No PSA, as ações de preservação ambiental são revertidas em pontuações que somadas geram renda às famílias participantes que cumprem com as determinações ambientais concordadas. Uma das formas de preservação destes mananciais e microbacias é o reflorestamento da região com espécies nativas, refazendo ou aumentando os componentes da mata ciliar. Neste ínterim, o Projeto Farmácia Viva apresenta duas espécies entre as medicinais de interesse ao SUS: a Schinus terebenthifolius (aroeira vermelha) e a Maytenus ilicifolia (espinheira santa), ambas consideradas componentes da mata ciliar da região. Utilizadas no tratamento de patologias do aparelho reprodutor feminino e em distúrbios gástricos, respectivamente, estas duas espécies fazem parte da Rename, Relação Nacional de Medicamentos, e foram elencadas para participar do Programa. As propriedades participantes do PSA cultivarão as espécies nativas medicinais em suas propriedades e, ao mesmo tempo, estarão preservando o leito do rio e seus afluentes que abastacem nossa cidade e região, além de fornecerem matéria-prima para o Programa Farmácia Viva.
A fusão do Programa Farmácia Viva ao Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) representa o intercâmbio entre a gestão ambiental e a gestão da saúde do município de São Bento do Sul. Esta integração dos programas na forma do arranjo Produtivo Local do Rio Vermelho (APL) mescla práticas ecoeficientes e rentáveis com cuidados à atenção básica da população através da sustentabilidade das áreas de preservação permanente (com o pagamento aos gestores das propriedades localizadas no programa), valorização das características culturais da população envolvida e da ampliação do atendimento à saúde do município. Além de todos estes benefícios mútuos o projeto pode resultar em economia aos gestores tanto na aquisição de medicamentos para distribuição à população quanto no caso de um futuro desabastecimento de água, devido à preservação dos manciais que abastecem a cidade, além de beneficiar os pequenos agricultores da região, fortalecendo o APL.
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