Imunização contra o Papilomavírus Humano (HPV), Beneditinos, março e abril de 2014: um relato de experiência

O objetivo desse estudo é descrever a experiência de duas enfermeiras do Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab) na realização da primeira etapa da campanha nacional de imunização contra o HPV, no município de Beneditinos, Piauí. Trata-se de um relato de experiência da implantação da primeira etapa da campanha nacional de imunização contra o HPV, na cidade de Beneditinos, por duas enfermeiras do Provab em parceria com a secretaria municipal de saúde. Em consonância com a campanha nacional, a primeira etapa da imunização contra o HPV foi desenvolvida em março e abril de 2014, nas escolas urbanas e rurais do município, através da vacinação de meninas na faixa etária de 11 a 13 anos, 11 meses e 29 dias. A estratégia de imunização foi desenvolvida em três fases. A primeira constituiu-se na compilação do número de escolas urbanas e rurais do município e determinação de quais delas possuíam alunas na faixa etária específica. Na segunda, visita às escolas, oportunidade em que foi solicitada a participação de cada instituição através de ofício, determinação da quantidade de alunas, definição de data e local da vacinação, bem como entrega de termos de autorização e comunicados aos pais e/ou responsáveis. Na terceira, após esclarecimentos sobre a vacinação às alunas e seus acompanhantes e impreterível entrega do termo de autorização por eles assinado, realizou-se a imunização referente a cada instituição de ensino. Vale destacar que essa estratégia de imunização foi primeiramente instituída em todas as instituições urbanas, partindo-se depois para as rurais. Ao todo, 20 instituições de ensino foram computadas no município. Dentre elas, 17 possuíam alunas na faixa etária específica, 08 na zona urbana e 09 na zona rural. Nas escolas da zona urbana havia 204 alunas na faixa etária específica. Dessas, 183 foram vacinadas. Determinando uma porcentagem de 89.7 % meninas vacinadas. Nas escolas da zona rural havia 53 alunas na faixa etária específica. Dessas, 53 foram vacinadas. Determinando uma porcentagem de 100 % das meninas vacinadas. Houve aceitação de todas as instituições de ensino solicitadas para participação. Os comunicados entregues aos pais e/ou responsáveis os informava e convidava para estarem presentes no dia da vacinação da aluna para que assim, participassem de esclarecimentos quanto à vacinação. O termo de autorização deveria ser entregue por eles assinado. Caso a aluna não pudesse ser acompanhada, poderia ser vacinada ao portar a autorização. Todos os termos foram assinados de forma a autorizar a vacinação.

De acordo com Brasil (2013), a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é a doença sexualmente transmissível mais frequente no mundo. Aproximadamente 100 tipos de HPVs foram identificados, 40 deles podem infectar o trato genital inferior e 12 a 18 tipos são considerados oncogênicos para o colo uterino. Entre os HPVs de alto risco oncogênico, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. As lesões clínicas relacionadas ao HPV apresentam-se como verrugas ou lesões exofíticas que podem se desenvolver em ambos os sexos na região pubiana, perineal, perianal, ânus, boca e garganta. Nas mulheres, no colo do útero e nos homens normalmente na glande. As infecções subclínicas (inaparentes) são diagnosticadas através de testes específicos (ARAUJO et al, 2013).Ainda de acordo com Araújo et al. (2013), a infecção persistente pelo vírus é condição necessária para ocorrência de câncer do colo de útero. Dessa forma, desde 1993 as vacinas profiláticas contra o HPV vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de reduzir sua incidência. Atualmente, dois tipos estão comercialmente disponíveis, a bivalente (subtipos 16 e 18) e a quadrivalente (6, 11, 16 e 18). Os subtipos 6 e 11, embora de baixo risco oncogênico, são encontrados em 90% dos condilomas genitais e laríngeos. Enquanto, os 16 e 18 são responsáveis atualmente por 95% dos casos de câncer no Brasil. A partir do ano de 2014, a vacina quadrivalente contra o HPV passa a ser incorporada no Programa Nacional de Imunização (PNI) brasileiro. A imunização ocorrerá em duas etapas. A primeira, iniciada em março, visa imunizar meninas na faixa etária de 11 a 13 anos, 11 meses e 29 dias em suas escolas. A segunda, que ocorrerá durante todo o ano, relaciona-se à imunização daquelas não vacinadas nas escolas, no posto de vacinação. O esquema é composto por três doses: a segunda será aplicada com intervalo de seis meses e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose. Em 2015, serão vacinadas as adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, começam a ser imunizadas as meninas que completam 9 anos (BRASIL, 2014).

Sugere-se a implantação da imunização na própria instituição de ensino. Em uma das escolas houve remanejamento para outro local e horário. Nela, foi registrada vacinação de apenas 50% das alunas. Pode-se afirmar que a estratégia de imunização contra o HPV nas escolas em Beneditinos obteve êxito sendo sua realização de grande relevância para as enfermeiras inseridas no município de Beneditinos através do Provab.

Principal

Teresinha de Jesus Sepúlveda Sales

saudebeneditinos@hotmail.com

Coautores

Teresinha de Jesus Sepúlveda Sales

A prática foi aplicada em

Beneditinos

Piauí

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde de Beneditinos

Rua Presidente Vargas, no 241, Luzilândia - Piauí, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Teresinha de Jesus Sepúlveda Sales

Conta vinculada

09 maio 2016

CADASTRO

21 ago 2024

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Condição da prática

Concluída

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