Lucas do Rio Verde possui uma população estimada em 83.770 pessoas, conforme prévia do Censo 2022, sendo 134% a mais do que a média de crescimento estipulada para o ano. Possui 100% de cobertura em Atenção Básica com 21 equipes de estratégia de saúde da família, em 16 unidades de saúde na área urbana e 01 na área rural. A Rede de Frio do município conta com a Central de Vacinas, localizada no prédio da Vigilância em Saúde, e com 18 salas de vacinas nas ESF. Todas as salas de vacinas ficam abertas em todo o horário de funcionamento das unidades, com horário estendido na ESF Tessele Junior o qual fica aberto até as 20h em dias úteis, e das 13h às 18h finais de semana e feriados. Diante da cobertura vacinal no ano de 2021, mesmo com todos os empenhos em manter a rotina de salas de vacinas, observou-se a necessidade de estratégias diferenciadas para alcance das metas estabelecidas. A Secretaria de Saúde iniciou intervenções em relação aos registros vacinais, ajustes no envio de informação pelo sistema de gerenciamento, como investimentos em equipamentos e materiais para o setor de imunização. Em relação a vacina Poliomielite, a cobertura vacinal resultou 72,46% da meta em 2021. Com o lançamento da Campanha Nacional contra a Poliomielite e Multivacinação em 2022, cuja meta local era vacinar 4.937 crianças de 1 a 4 anos, a Secretaria Municipal de Saúde programou diversas ações, com destaque a adesão ao “dia D” nacional, no dia 20 de agosto de 2022. Nesta data todas as salas de vacinas da área urbana foram abertas e houve grande divulgação na mídia e participação de voluntários fantasiados em alusão a vacinação, tendo por resultado 1.355 crianças vacinadas, sendo 27,44% da meta. Ao longo da campanha, mesmo dispondo dos imunizantes em todas as salas de vacinas, inclusive nas salas de vacina da rede privada, e ainda distante de atingir a meta, foram feitas atividades de vacinação extramuro em horários alternativos, como em estabelecimentos comerciais de grande fluxo no município e em eventos culturais com alto fluxo de pessoas. Em todas essas ações, os voluntários fantasiados trouxeram diversão na vacinação. Em setembro de 2022 as equipes das ESF iniciaram as visitas em creches e escolas, tanto municipais, como as privadas para alcançar os faltantes. A vacinação nas creches e escolas com as equipes fantasiadas trouxe alegria no momento de vacinação, e através desse movimento de ida ao encontro das crianças o alcance da meta vacinal foi possível, além de encontrar situações vacinais em atraso nas cadernetas e sensibilizar os responsáveis e educadores presentes. As ações escolares auxiliaram no alcance da campanha com 95,18% da meta, e elevou a cobertura vacinal em geral em 2022.
Como o município de Lucas do Rio Verde está em franco crescimento, com uma população migrante, devido as ofertas de emprego e melhor qualidade de vida, um dos maiores desafios é ofertar os imunizantes além dos horários comerciais rotineiros. Com salas de vacinas abertas em horários estendidos (horário de almoço, noturno, ou finais de semana) é possível melhorar a cobertura vacinal, dando mais opções de acesso às famílias. Em relação as vacinas do calendário infantil, há também o desafio na oferta dos imunizantes em ações extramuro para esse público, pois há fatores a serem considerados em vacinar as crianças em ambiente fora da unidade de saúde. Na campanha contra a Poliomielite, foi possível essas ações, devido o tipo de imunizante. Manter a descentralização da vacinação de todos os imunizantes em situações de diminuição do estoque de algumas vacinas é outro desafio. Para manter a oferta das vacinas diariamente, em todas as salas de vacinas, é necessário considerar a validade do frasco após aberto e estoque de frascos de vacinas multidoses recebidos, para não haver a preocupação em otimizar doses.
As estratégias institucionais para fortalecer as ações de imunização que podem ser organizadas são: 1. Manter o recebimento de estoque adequado dos imunizantes considerando a descentralização das ações, não necessitando de otimização de doses; 2. Manter recursos humanos adequados nas salas de vacina para evitar fechamento das salas; 3. Ampliar de dias e horários de funcionamento de salas de vacinas; 4. Realizar ações extramuro em locais frequentados pelas famílias; 5. Manter divulgação em mídias sociais e educação em saúde sobre vacinas; 6. Realizar ações de vacinas itinerantes, na zona urbana e rural, para levar as vacinas mais perto da população; 7. Investir em materiais visuais, lúdicos, eventos vacinais com atrativos, que chamem a atenção das crianças e famílias; 8. Capacitar continuamente as equipes das unidades de saúde; 9. Capacitar profissionais da assistência social que atuam em situações de restrições de direitos da criança; 10. Integrar as ações com as salas de vacina do setor privado.
Para o sucesso nas ações de imunização são necessários vários esforços por parte da Gestão em Saúde, da Vigilância e da Atenção Primária, trabalhando em conjunto em estratégias aplicadas a realidade local. No dia a dia, as equipes de saúde lidam com todos os fatores causais da diminuição da cobertura vacinal citados na Pesquisa ImunizaSUS. O enfrentamento diário aos desafios na imunização resultará em diminuir a tendência de queda da cobertura vacinal, trazendo a possibilidade de retorno de doenças imunopreveníveis em nosso município.
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