Saúde mental e economia: uma estratégia de integração do cuidado e empoderamento social no município de Riacho das Almas

A relação que se estabelece entre trabalho e saúde mental tem sido crescente, assim como as estatísticas que comprovam números cada vez maiores de pessoas acometidas por transtornos mentais no Brasil e no mundo. Os transtornos de ansiedade são o segundo motivo mais recorrente de afastamentos por saúde mental. Numa perspectiva de saúde pública, o conhecimento dos determinantes sociais e econômicos é fundamental para a formulação de políticas de saúde que visem melhorar a saúde mental das populações e reduzir a carga global da doença, a partir do momento em que estudos relacionam o desencadeamento de patologias com a situação econômica dos envolvidos, percebido e associado pelo aumento exorbitante de ansiolíticos consumidos pela população brasileira nos últimos 5 anos. Nesse sentido, o empoderamento apresenta-se como uma estratégia de reinserção social das pessoas com transtorno mental.

Elaborar uma experiência exitosa que envolva saúde mental e economia como uma estratégia de empoderamento social e integração ao cuidado no município de Riacho das Almas. A experiência trata-se de um projeto de intervenção percebido pelo aumento do consumo de ansiolíticos na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Vitorino, sob o número de 15 mulheres em situação de desemprego, entre 20 a 59 anos, que fizessem uso de ansiolítico. Foi construído um grupo de saúde mental com um olhar multiprofissional responsável por aplicar um questionário socioeconômico e o Inventário Beck de ansiedade que resultou numa parceria com a Comunidade Hare Krishna, onde foram ofertados cursos de culinária, partindo dos potenciais agrícolas do município como o abacaxi, jaca e macaxeira, e os cuidados integrados e holísticos para transtornos mentais, baseados na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), sob um cronograma preestabelecido entre os parceiros.

Após a intervenção da experiência, as participantes relatavam uma nova fase em suas vidas e reinseri-las no contexto social e econômico da comunidade trouxe um novo significado para seu cotidiano. Nos achados após a reavaliação com a aplicação do BAI no final do ciclo, verificamos a redução em 85% dos níveis de ansiedade, evoluindo os níveis graves para os níveis moderados e os níveis moderados para os níveis leve/mínimo, além do relato na qualidade do sono, acrescidos pelos benefícios da conscientização do uso racional de medicamentos e avalições regulares pelo especialista, que acarretaram no desmame dos ansiolíticos. No cenário atual, é preciso intensificar e ampliar espaços de reflexão e invenção de práticas que contemplem o cuidado dos sujeitos em sofrimento psíquico. A experiência conseguiu transpor as paredes de estruturas convencionais e adotar medidas de cuidado integral envolvendo sustentabilidade, empoderamento, práticas integrativas e inclusão social. Trazer algo inovador e sem altos custos cria-se a possibilidade da participação coletiva e troca entre as parcerias, além da rede de atenção.

Principal

Florisvaldo Bezerra Lopes Neto

fnetolopes@gmail.com

Coautores

Scheyla Maria Silva Gonçalves Mota, Laura Aline Leite De Andrade, Iolanda Ferreira De Brito, Jaqueline Guimarães Genu

A prática foi aplicada em

Riacho das Almas

Riacho das Almas

Riacho das Almas

Riacho das Almas

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Riacho das Almas

Riacho das Almas

Pernambuco

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Unidade Básica de Saúde (UBS)

Rua Coronel Joaquim Bezerra - Riacho das Almas, Pernambuco, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Scheyla Maria Silva Gonçalves Mota

Conta vinculada

23 set 2023

CADASTRO

27 ago 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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