- Atenção Primária à Saúde
Luana Izabel da Silva Nunes
- 25 set 2024
Amapá
Apresentação
No contexto da Atenção Básica de Saúde, o cuidado domiciliar é essencial para garantir o bem-estar e a qualidade de vida de pacientes acamados ou com dificuldades de locomoção. Entre os procedimentos realizados nesse ambiente, o cateterismo vesical de demora (CVD) se destaca como uma prática indispensável para o alívio do desconforto causado pela retenção urinária.
A realização desse procedimento em domicílio não se restringe apenas à técnica, mas sim à humanização do cuidado prestado, considerando as particularidades e necessidades individuais de cada paciente.
A humanização na prática do CVD em domicílio é fundamental para garantir um cuidado integral e centrado no paciente. Ao considerar as necessidades físicas, emocionais e sociais dos pacientes e de suas famílias, é possível promover uma experiência mais positiva e satisfatória, contribuindo para o sucesso do tratamento e para a construção de vínculos de confiança entre os profissionais de saúde e a comunidade. Nesse sentido, a atuação da equipe de saúde da Unidade Básica de Saúde da Família Dr Antonio Virgilio Brasileiro Silva, desempenha um papel fundamental na promoção da humanização dos cuidados e na melhoria da qualidade de vida das pessoas atendidas.
Descreveremos nossa experiência na realização do CVD em domicílio, com foco na humanização do cuidado prestado, de outubro aos dias atuais, ao paciente José Batista de Oliveira, idoso, domiciliado, morador de Fazenda Velha, âncora de nossa Unidade Básica de Saúde da Família na zona rural.
Objetivos
Objetivo Geral:
O principal objetivo desta experiência foi demonstrar a importância da humanização na prática do cateterismo vesical de demora em domicílio, considerando as necessidades físicas, emocionais e sociais do paciente e de sua família. Além disso, buscou-se promover o conforto, a segurança e a confiança dos envolvidos, garantindo a eficácia do procedimento e a satisfação com o cuidado prestado.
Objetivos específicos:
1. Promover acessibilidade, evitando o deslocamento do paciente até unidades de pronto-atendimento e hospitais;
2. Diminuir filas de espera e lotação em serviços de urgência, reduzindo o risco deste usuário a infecções cruzadas, ou outras contaminações no ambiente hospitalar;
3. Prestar educação continuada, através de uma comunicação empática, do respeito à autonomia do paciente e da promoção do conforto e bem-estar durante o procedimento.
Metodologia
Após a identificação do paciente José Batista de Oliveira, idoso, domiciliado, portador de HPB e outras doenças crônicas, em uso de longa data do cateterismo vesical de demora e com indicação para trocas regulares, foram realizadas visitas domiciliares para avaliação da situação clínica e organização do ambiente para o procedimento. Antes da intervenção, foi estabelecido um diálogo com o paciente e seus familiares, explicando os objetivos, os benefícios e os cuidados relacionados ao cateterismo. Durante o procedimento, foram adotadas práticas que visaram à humanização do cuidado, como o uso de linguagem clara e acolhedora, o respeito à privacidade e à dignidade do paciente, e a disponibilidade para esclarecimento de dúvidas e preocupações, além do uso de técnicas para minimizar o desconforto.
A experiência vem há seis meses sendo conduzida em domicílio, com a colaboração da equipe de saúde da família.
Tendo em vista um grande número de usuários idosos, acamados, domiciliados e com a necessidade da realização do procedimento, atualmente realizamos uma triagem destes pacientes, e de acordo com a prescrição médica, é realizado o agendamento para a organização do cronograma de ações.
Resultados
Após a troca da sonda, o paciente José Batista de Oliveira relatou sentir-se mais confortável e aliviado, e a família expressou sua gratidão pelo cuidado prestado.
Os procedimentos de troca de sonda vesical de demora são realizados com sucesso, proporcionando alívio imediato ao paciente e tranquilidade à família. Durante o procedimento, são observados uma comunicação eficaz entre os profissionais de saúde, os pacientes e seus familiares, promovendo uma experiência positiva e fortalecendo o vínculo terapêutico.
Seu José é apenas um paciente, entre tantos outros que também usufruem do serviço prestado pela equipe de saúde.
Destarte, destacamos que o atendimento domiciliar desempenha um papel crucial na promoção da saúde, trazendo consigo uma série de impactos positivos, dentre eles: melhoria da qualidade de vida, redução do estresse e da ansiedade, prevenção de infecções hospitalares, promoção da continuidade do cuidado, empoderamento dos pacientes e familiares além do fortalecimento dos vínculos comunitários.
Conclusões
A humanização do cateterismo vesical de demora na prática da Atenção Básica é essencial para garantir que os pacientes recebam cuidados de qualidade, respeitando sua dignidade e autonomia. Ao promover uma abordagem centrada no paciente, os profissionais de saúde podem melhorar significativamente a experiência do paciente, fortalecer o vínculo terapêutico e contribuir para melhores resultados de saúde a longo prazo. Portanto, investir na humanização do cuidado deve ser uma prioridade para todos os envolvidos na prestação de serviços de saúde na Atenção Básica.
Em um contexto de Atenção Básica, onde o tempo e os recursos muitas vezes são limitados, a humanização dos cuidados deve ser priorizada, lembrando-nos de que por trás de cada procedimento há uma pessoa que merece ser tratada com respeito, dignidade e compaixão.
Este relato destaca a importância da atenção domiciliar na promoção da qualidade de vida dos pacientes acamados e a necessidade de uma abordagem humanizada em todos os aspectos do cuidado. Ao priorizarmos o conforto, o respeito e a empatia, podemos garantir que os pacientes se sintam valorizados e apoiados em sua jornada de saúde e doença.
Palavras-chave
Cateterismo vesical; atenção básica, humanização.
A motivação está relacionado à necessidade de garantir uma prestação de serviços de saúde mais eficaz, acessível e humanizada, especialmente para indivíduos que enfrentam dificuldades de mobilidade, como os pacientes acamados ou com doenças crônicas.
Tendo em vista que o modelo tradicional de cuidados de saúde frequentemente envolve deslocamentos dos pacientes para hospitais ou centros de saúde e que apresenta uma série de limitações e desafios. Esses desafios incluem a falta de conforto e segurança para os pacientes, o aumento do risco de infecções hospitalares, a interrupção da continuidade do cuidado e a sobrecarga emocional e financeira para os pacientes e suas famílias.
Diante desse cenário, reconhecemos a oportunidade de implementar o atendimento domiciliar como uma alternativa viável e eficaz para superar esses desafios. O atendimento domiciliar oferece uma abordagem mais holística e centrada no paciente, permitindo que os cuidados de saúde sejam prestados no ambiente familiar do paciente, onde ele se sente mais confortável, seguro e apoiado.
Além disso, identificamos o atendimento domiciliar como uma oportunidade de promover uma maior integração entre os diferentes profissionais de saúde envolvidos no cuidado do paciente, bem como uma melhor coordenação dos cuidados e uma comunicação mais próxima entre os membros da equipe de saúde, o paciente e seus familiares.
Portanto, o aperfeiçoamento das ações citadas reside na necessidade de proporcionar uma abordagem mais humanizada, acessível e eficaz na prestação de serviços de saúde, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades de mobilidade e estão mais vulneráveis a complicações de saúde. O atendimento domiciliar surge como uma solução promissora para enfrentar esses desafios e garantir uma melhor qualidade de vida para os pacientes e suas famílias.
Após a troca da sonda, o paciente José Batista de Oliveira relatou sentir-se mais confortável e aliviado, e a família expressou sua gratidão pelo cuidado prestado.
Os procedimentos de troca de sonda vesical de demora são realizados com sucesso, proporcionando alívio imediato ao paciente e tranquilidade à família. Durante o procedimento, são observados uma comunicação eficaz entre os profissionais de saúde, os pacientes e seus familiares, promovendo uma experiência positiva e fortalecendo o vínculo terapêutico.
Seu José é apenas um paciente, entre tantos outros que também usufruem do serviço prestado pela equipe de saúde.
Destarte, destacamos que o atendimento domiciliar desempenha um papel crucial na promoção da saúde, trazendo consigo uma série de impactos positivos, dentre eles: melhoria da qualidade de vida, redução do estresse e da ansiedade, prevenção de infecções hospitalares, promoção da continuidade do cuidado, empoderamento dos pacientes e familiares além do fortalecimento dos vínculos comunitários.
Capacitação da equipe: é essencial fornecer treinamento e capacitação adequados para a equipe de saúde envolvida no atendimento domiciliar. Isso inclui orientações sobre técnicas de cuidado domiciliar, comunicação eficaz com pacientes e familiares, manejo de situações de emergência e resolução de problemas comuns encontrados durante as visitas domiciliares.
Planejamento e Organização: Antes de iniciar o atendimento domiciliar, é importante realizar um planejamento detalhado e organizado. Isso envolve a definição de protocolos e procedimentos claros, a alocação adequada de recursos, a identificação de pacientes elegíveis e a coordenação eficaz entre os membros da equipe de saúde.
Avaliação e monitoramento: é fundamental realizar uma avaliação completa das necessidades do paciente e de sua família antes de iniciar o atendimento domiciliar. Além disso, é importante estabelecer um sistema de monitoramento contínuo para acompanhar o progresso do paciente, identificar possíveis problemas e ajustar o plano de cuidados conforme necessário.
Comunicação e Colaboração: Promover uma comunicação aberta, transparente e colaborativa entre os membros da equipe de saúde, o paciente e seus familiares é essencial para o sucesso do atendimento domiciliar. Isso inclui compartilhar informações relevantes, ouvir atentamente as preocupações e necessidades do paciente e sua família, e trabalhar em conjunto para alcançar os objetivos de cuidado.
Flexibilidade e adaptação: é importante ser flexível e estar preparado para se adaptar às necessidades e preferências individuais de cada paciente. Isso pode incluir ajustar o horário das visitas domiciliares, modificar o plano de cuidados conforme necessário e fornecer suporte emocional e psicossocial adicional, conforme requerido.
Avaliação de resultados: realizar uma avaliação sistemática dos resultados do atendimento domiciliar é fundamental para identificar áreas de sucesso e oportunidades de melhoria. Isso pode incluir a coleta de dados sobre a satisfação do paciente, a eficácia dos cuidados prestados, a ocorrência de complicações ou eventos adversos e a qualidade geral do serviço.
Parcerias e colaborações: estabelecer parcerias e colaborações com outros profissionais de saúde, organizações comunitárias e serviços de apoio pode enriquecer o atendimento domiciliar e ampliar o acesso a recursos e serviços complementares para os pacientes e suas famílias.
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