O Recanto Mamãe Pelicano nasceu em 2007, após a II Jornada em Defesa do Aleitamento Materno, idealizado pelo médico ginecologista e obstetra Dr. Edson Borges e pela pediatra Dra. Alzira A. Silveira. O nome do recanto vem de uma ave, a fêmea do Pelicano, que, segundo a mitologia da Europa Medieval, em tempos de frio e escassez de alimentos, rasga a própria pele para alimentar os filhotes com seu sangue. Em analogia ao aleitamento materno, seria o amor doado ao extremo, mesmo que entremeio à dor. No ano de 2008, durante a IV Jornada Mineira em Defesa da Amamentação, o trabalho “Avaliação do índice de aleitamento materno exclusivo aos 4-6 meses entre as crianças acompanhadas no ambulatório de pediatria do Hospital Municipal de São Gotardo”, apresentado pela equipe, recebeu o certificado de pôster defensor da amamentação 2008 e, nos anos de 2012 e 2014, Dr. Edson e Dra. Alzira foram contemplados com o título de Defensores da Amamentação, pela Sociedade Mineira de Pediatria.
Promover o vínculo do binômio mãe-bebê. Diminuir as internações hospitalares em menores de 2 anos. Assegurar melhor qualidade de vida ao recém-nascido. Melhorar o estado nutricional da criança em primeira infância. Decrescer a quantidade de fórmulas. Imediatamente após o parto, o recém nascido é colocado pele a pele junto à mãe, seguindo o Método Canguru, obrigatoriamente pela primeira hora e de forma eletiva pelas demais seis horas. O contato primário favorece os vínculos, eleva os níveis de ocitocina, reduz o estresse pós-parto, facilita a sucção em primeira instância e, consequentemente, a amamentação. Após os cuidados da equipe, o bebê realiza a primeira mamada com a supervisão dos profissionais do berçário. Seguida da alta hospitalar caso a puérpera veja a necessidade de relactação, dificuldades na técnica de ordenha manual ou perceba que a pega do bebê não está correta ou sem sucção efetiva, ela retorna ao recanto para as orientações e auxílio dos profissionais capacitados da equipe.
Durante os 11 anos de existência do recanto, inúmeras parturientes, recém-nascidos e crianças em primeira infância foram beneficiados. A relactação ajudou não só mães biológicas, mas também em fato inédito, uma mãe adotiva que em desejo de amamentar foi induzida ao método de amamentação via sonda e sucção não efetiva e produziu o leite materno. Para parâmetros comparativos, em 2018 nasceram 558 bebês de pais residentes do município, desses, 456 nasceram no Hospital Municipal de São Gotardo (HMSG) e 99% receberam alta com avaliação da pediatra e da fonoaudióloga com boa pega na mamada e sucção eficiente. As mães que por ventura iniciam processo de desmame retornam ao HMSG para auxílio na relactação ou orientações. Percebendo-se a necessidade do recanto ser ofertado em nível de Atenção Básica (AB), em setembro de 2018, foi realizada a capacitação em manejo clínico da amamentação e o III Seminário em Defesa da Amamentação de São Gotardo, capacitando-se, assim, cerca de 230 profissionais da AB e hospitalar. Após as capacitações, em outubro de 2018, o recanto passou a ser oferecido nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em livre demanda às puérperas para as orientações e ajuda na amamentação.
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