Indicadores para monitoramento das ações de promoção e atenção à saúde do homem em Petrópolis(RJ)

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), instituída em 2009, busca ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), com ênfase na integralidade, equidade e humanização. Focada em homens de 20 a 59 anos, a política prioriza ações de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde, com ênfase na Atenção Básica e na Estratégia de Saúde da Família. No entanto, a falta de adesão dos homens aos serviços de saúde, especialmente nos ambientes de trabalho, e a ausência de indicadores específicos dificultam a implementação eficaz da PNAISH.
Diante disso, o município de Petrópolis implementou indicadores para monitorar as condições de saúde dos homens, a partir de 2020, com o objetivo de fortalecer a promoção e prevenção da saúde masculina. Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência da implementação desses indicadores, que incluem dados sobre pré-natal do parceiro, vasectomias realizadas, óbitos por causas específicas e patologias prevalentes na população masculina.
A implementação envolveu a análise dos eixos prioritários da PNAISH, levantamento de dados a partir de prontuários eletrônicos e fichas de notificações da Vigilância Epidemiológica e da Unidade de Urologia do município. Além disso, houve aproximação com as unidades de saúde e capacitação dos profissionais para a interpretação e aplicação dos indicadores. A Área Técnica de Saúde do Homem orientou e supervisionou todo o processo. Desde 2020, foram criados 8 indicadores principais, como o número de vasectomias e de pré-natais realizados, além de óbitos por neoplasia de próstata e acidentes de trânsito.
Os resultados indicaram que a população masculina em Petrópolis é de 74.679 homens (56,9% da população masculina, segundo o IBGE de 2010). Destacaram-se os aumentos no número de pré-natais do parceiro (de 34 em 2020 para 444 em 2024) e vasectomias (de 96 em 2021 para 375 em 2024). Além disso, observou-se que as causas externas e as doenças do aparelho circulatório são responsáveis por grande parte dos óbitos entre os homens.
A implementação desses indicadores contribui para a identificação das principais demandas de saúde da população masculina, permitindo melhorar as condições de saúde e orientar os profissionais para uma atuação mais eficaz. Além disso, as ações ajudam a reduzir a morbimortalidade masculina e a ressignificar o papel social dos homens, superando estigmas culturais e incentivando-os a buscar cuidados sem receios de julgamentos.
Com essa iniciativa, espera-se fortalecer a adesão dos homens aos serviços de saúde, aprimorar o planejamento das ações de saúde pública e contribuir para a redução de problemas de saúde prevalentes, promovendo, assim, uma abordagem mais integral e humanizada do cuidado à saúde masculina.