Finalidade da experiência: implantar na Atenção Básica o protocolo de pré-natal masculino como estratégia de acesso e acolhimento do homem aos serviços de prevenção e promoção da saúde no SUS. Dinâmica e estratégia dos procedimentos usados: levantamento do perfil epidemiológico das gestantes que realizam pré-natal no município.
Desde a implantação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), em 2009, que já considerava a necessidade de organizar uma rede de atenção à saúde que garantisse uma linha de cuidados integrais voltada para a população masculina e, principalmente, apoiasse ações e atividades de promoção de saúde para facilitar e ampliar o acesso aos serviços de saúde para o homem, os municípios vêm lançando estratégias para promover atenção e prevenir agravos a esta população, que segundo as estatísticas, apresenta altos índices de morbimortalidade que representam verdadeiros problemas de saúde pública no Brasil. Os desafios a superar são imensos, a começar pelas causas externas de mortalidade, onde o predomínio dos óbitos do sexo masculino é devastador. No Brasil, a violência, por exemplo, vitima no geral o dobro de homens em relação às mulheres, e ao triplo, se considerarmos a faixa de 20 a 39 anos. Enquanto isso, de cada cem óbitos em acidentes de transporte terrestre, oitenta e dois são de homens, em geral jovens. Os homens são responsáveis por pelo menos seis de cada dez óbitos por doenças do aparelho circulatório e, no conjunto, esta é uma faixa etária em que a mortalidade masculina é pelo menos o dobro da feminina. Até a esperança de vida ao nascer já atingiu a média de 76,71 anos para mulheres e 69,11 para homens, um indicador cuja melhoria está ligada diretamente à elevação da expectativa de vida dos homens. Vários estudos comparativos têm comprovado que os homens são mais vulneráveis às doenças graves e crônicas do que as mulheres, além de morrerem mais precocemente e não buscarem, como as mulheres, os serviços de atenção básica, adentrando ao sistema de saúde, normalmente pela atenção especializada ou pela urgência/emergência. Muitos agravos poderiam ser evitados caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção primária, mas dois grupos principais de determinantes se estruturam como barreiras entre o homem e os serviços e ações de saúde: as socioculturais, relacionadas aos estereótipos de gênero, em que o homem, provedor, julga-se invulnerável, o que acaba por contribuir para que cuide menos de si mesmo e se exponha mais às situações de risco.
A integração da Política de Saúde do Homem com outras diretrizes políticas é de extrema importância para que o objetivo final, o cuidado masculino, seja contemplado tanto em acesso quanto em assistência à saúde. Assim, a implantação do protocolo de pré-natal masculino promove aos homens maior aceitação de uma atenção preventiva, já que estes estão mais sensíveis à chegada do bebê.
R. João XXIII, 144, Santa Terezinha de Itaipu - PR, Brasil
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO