No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas sob o risco de contrair esquistossomose, uma doença parasitária endêmica na região nordeste do Brasil, comum no estado da paraíba, e após avaliação do banco de dados do SINAN foi observado uma crescente no número de casos notificados no município de Queimadas-PB desde 2020.
O município conta com uma rede de serviços de saúde abrangente com cobertura de 100% da estratégia de saúde da família, laboratório de Análises clinicas, laboratório de Endemias, Policlínica, Centro de Fisioterapia e Reabilitação, SAMU, CAPS, SAD. Enfatiza-se que após a abertura do laboratório municipal de endemias e a intensificação de ações de prevenção e promoção da saúde, bem como a realização de exames preventivos em pacientes de área rural cortada por rios, para identificação precoce, diagnóstico e tratamento.
O crescente número de casos por ano, e a necessidade monitoramento por parte dos serviços de saúde a partir de um olhar minucioso sob a população em risco de adoecimento. De acordo com Souza et al (2011) “A Esquistossomose mansônica é um grave problema de saúde pública no país. Sua patogênese é dependente da interação do parasita e do hospedeiro podendo acometer diferentes órgãos e sistemas”. Sendo assim, a busca e o monitoramento e notificação dos casos é de suma importância na prevenção da saúde para reduzir a ocorrência de formas graves e óbitos, reduzindo a prevalência da infecção.
Diante disto, objetiva-se Avaliar a incidência da Esquistossomose nas localidades endêmicas; Identificar, notificar e monitorar casos novos de Esquistossomose; Realizar atividades educativas de promoção e prevenção da Esquistossomose no município de Queimadas-PB.
É um estudo o tipo descritivo da experiência da vigilância Ambiental do município na vigilância da esquistossomose na zona rural do município os sítios Boa Vista,Malhada Grande, Olho Dágua, Zé Velho cujos territórios são cortados por rios Bodocongó.
O município conta com um Laboratório de Endemias desde o ano de 2020, após a abertura, 02 agentes de endemias e um biomédico foram capacitados junto ao LACEN para atuar na realização do exame parasitológico de fezes pelo método kato-katz. Anualmente, os agentes realizam monitoramento por ciclos em vigilância, sendo 1 ciclo por ano destinado a combate da esquistossomose, sendo realizadas reuniões interprofissionais com as equipes de saúde da família, a cerca da notificação e monitoramento dos casos, visitas as localidades com reunião com a comunidades rurais, realizando atividades educativas de prevenção e promoção da saúde, e entrega de material, agendamento do dia de recebimento das amostras.
As amostras coletadas são tratadas no laboratório de endemias, os casos positivos são encaminhados as unidades de saúde para notificação, avaliação medica. A partir da notificação a vigilância epidemiológica monitoramento dos casos, solicita a gerencia medicação para tratamento da doença. Após tratamento realizados novo exame para acompanhamento e atividades de prevenção e promoção da saúde nas localidades.
Frente a busca de ampliação dos serviços de vigilância em saúde, a necessidade de interação entre as vigilância epidemiologia e ambiental e a atenção primária a saúde e o número reduzido de notificações de Esquistossomose mansônica, e outras doenças endêmicas, e no entendimento que o município de Queimadas-PB é localizado na Paraíba, região nordeste do Brasil e considerada das regiões mais endêmicas do país para doença.
Tivemos a necessidade de investigar, e vigiar a população residente do município nas localidades que não cortadas pelo rio Bodocongó e cujos moradores utilizam da água para alimentação, lavagem de roupa, irrigação, e outros. De modo, a fazer a busca ativa, notificação de casos positivos tratamento e monitoramento dos usuários.
Ao longo dos anos a vigilância epidemiologia associada a vigilância ambiental realizada o monitoramento do SINAN, e das principais áreas endêmicas para esquistossomose no município, acompanhando as equipes de saúde da família no tocante a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, bem como o acompanhamento dos casos.
De acordo com o SINAN, em 2020 houve 16casos, 2021 (22casos), 2022 (26 casos) e 2023 (7 casos), destaca-se que de 2020 a 2022 teve uma crescente no número de casos, apontando o município como endêmico para a esquistossomose mansonica, bem como um aumento na incidência entre os anos de 2021 (0,0023) e 2022 (0,0029) observa-se uma redução no ano de 2023, sendo necessário de manter o monitoramento dos casos nas localidades endêmicas.
Enfatiza-se que o trabalho desenvolvido possibilitou encontrar diversos casos positivos por ano, a partir de busca ativa realizada nas comunidades rurais do município, e ao longo do processo também foi observado a presença de casos em outras unidades o que demonstra o comportamento dos indivíduos em contato com água com presença de caramujos e a visita a áreas de risco como por exemplo banhos de rios que podem ser fonte de contaminação.
Diante deste fato, estão sendo realizadas atividades de promoção e prevenção da saúde pelos agentes de endemias e agentes comunitários de saúde nos espaços populares como escolas, associações de agricultores, com o objetivo de reduzir incidência, prevalência, o ciclo de transmissão da doença.
A partir das ações de prevenção e promoção da esquistossomose, da vigilância de casos novos, bem como a possibilidade de realização das análises das amostras a nível municipal possibilita a identificação, notificação, e tratamento em tempo oportuno bem como o monitoramento dos casos. O trabalho em equipe e de forma multiprofissional e interdisciplinar favoreceu a execução do trabalho e o alcance dos objetivos propostos.
O monitoramento das áreas endêmicas do município, o trabalho conjunto com as equipes de eSF, o apoio constante nas ações de promoção e prevenção da saúde evidenciaram redução do número de casos da esquistossomose em 2023, contudo enfatiza-se a necessidade de continuar a vigilância nas localidades, e ampliar o monitoramento para outras localidades no município e minimizar os riscos à saúde da população.
A vigilância Epidemiologia, Ambiental através dos agentes de endemias e em parceria com a Atenção Primária foram fundamentais para o sucesso das ações, de modo a fortalecer a gestão e o SUS bem como melhorar a qualidade de vida e saúde da população a partir de estratégias de monitoramento e educação em saúde para prevenção de casos novos da doença.
Rua Sebastião Lucena, 65, Queimadas - PB, Brasil
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