A Gestão da Saúde de Rio Tinto, buscou aprimorar o acesso dos usuários do SUS às consultas, exames e procedimentos com especialistas que, dentro das pactuações regionais e macrorregionais, usufruem da maioria destes serviços fora do município. Com isto, orientou o uso de Protocolo pelos profissionais da Atenção Primária em Saúde no momento em que realizam o preenchimento de fichas de encaminhamentos para os serviços de Média e Alta Complexidade.
Esta demanda surgiu a partir do momento que a Coordenação da Regulação municipal percebeu o entrave em agilizar encaminhamentos provindos das Unidades de Saúde, devido falta de informações e preenchimento incorreto das guias enviadas.
Diante do exposto, foi decidido implantar um fluxograma para o preenchimento de documentos enviados aos serviços de especialidades e, desta forma, subsidiar os profissionais de saúde a fim, de otimizar a assistência no encaminhamento, propiciar oferta adequada e a equidade no atendimento aos seus munícipes, inclusive a sua população indígena.
O protocolo foi escrito na sede da Secretaria de Saúde tomando por base, referências de documentos já existentes em outros municípios, participaram desta construção as coordenadoras da regulação e do planejamento, junto ao secretário de saúde.
Objetivo geral
– Padronizar o preenchimento de guias de encaminhamento para a média e alta complexidade para otimizar o acesso dos usuários aos serviços de saúde de forma integral.
Objetivos específicos
– Agilizar o tempo resposta da regulação evitando eventuais falhas e faltas de informações nos encaminhamentos.
– Qualificar os encaminhamentos para a média e alta complexidade levando em consideração as especificidades epidemiológicas e socioculturais dos seus munícipes.
As demandas levantadas pelo setor de regulação municipal dizem respeito a rotina de trabalho dos técnicos que estão em constante contato com documentos de encaminhamentos e, diante de alguma fragilidade que impeça o acesso do paciente aos serviços de saúde, buscam soluções.
Uma das particularidades de Rio Tinto é a presença de comunidades indígenas, demandando que a gestão da saúde tenha um olhar especial na organização do fluxo de encaminhamentos para serviços de média e alta complexidade valorizando essa população, suas conquistas e ponderando sua vulnerabilidade sanitária.
Considerando isso, a organização do protocolo foi definida pela gestão municipal em articulação com a coordenação do polo indígena, para estabelecer o fluxo de prioridade para os povos originários na regulação de consultas e exames. Assim, foi realizada reunião presencial para analisar e identificar estratégia adequada frente à ausência de prioridade nas guias para especialistas.
A reunião aconteceu na Secretaria de Saúde com representantes da gestão municipal, do Distrito Sanitário Indígena, Conselho de Saúde e Secretaria Estadual de Saúde. Relatado que os médicos não preenchiam nas guias a lacuna “Raça/Cor”; discutidas prioridades de atendimento aos povos indígenas, bem como os serviços que a Secretaria de Saúde Indígena pode oferecer com agilidade.
Ao final, ficou decidido o acréscimo de dados referentes à população indígena no protocolo municipal e após, apresentado aos médicos encaminhadores.
Como resultado desta experiência, a saúde municipal pode fortalecer ainda mais a relação entre os gestores municipal e os representantes da gestão da saúde indígena assim como, contar com apoio dos representantes do estado como os apoiadores institucional e a gerência regional. Estes diferentes olhares reconheceram uma fragilidade e se dispuseram a solucionar de forma conjunta estabelecendo uma solução para melhoria do acesso de seus usuários a serviços de maior complexidade.
Essa implementação do processo de trabalho através do estabelecimento de protocolo que orienta a prática dos profissionais encaminhadores, permite que o usuário do SUS se beneficie de serviços mais resolutivos e eficientes, principalmente, quando seus gestores priorizam as especificidades de seus munícipes como é o caso do olhar específico voltado para suas comunidades indígenas.
A articulação dos entes da saúde no município e região é essencial para identificar necessidades e criar melhorias no trabalho compreendendo, que o diálogo e a comunicação foram fundamentais nesse processo.
A padronização dos encaminhamentos para média e alta complexidade com preenchimento correto das informações destacando, principalmente, o campo raça/cor, permitiu otimizar o acesso dos usuários aos serviços de saúde evitando que as guias retornassem para correção.
Nesse seguimento, os objetivos foram alcançados com a percepção da agilidade no tempo resposta da regulação frente aos encaminhamentos corretamente preenchidos e sem falhas nas informações.
Visando a melhoria contínua na execução dos serviços, a gestão compromete-se com o monitoramento de resultados e impactos da implementação de protocolos, realizando ajustes necessários sempre que surgirem oportunidades de aperfeiçoamento. Simultaneamente, utilizará a educação permanente para orientações no uso de ferramentas que melhoram e facilitam o processo de trabalho e ainda, fortalecerá a comunicação intersetorial para enfrentar desafios da gestão e fragilidades na saúde, especialmente no que se refere aos grupos minoritários, visando estratégias ágeis e inclusivas.
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