A assistência à saúde no município de Caturité é disponibilizada para além das 03 Unidades Básicas de Saúde (Estratégia Saúde da Família, sendo 02 localizadas na Zona Rural e 01 na sede do município, juntamente com o apoio da equipe do eMulti) com outros dispositivos municipais de assistência sendo formalizada por 9 estabelecimentos de saúde registrados no CNES.
A visita domiciliar puerperal é, a melhor maneira de acompanhar a puérpera e propomos uma ação a curto prazo por meio do Agente Comunitário de Saúde (ACS) em sua prática de visita domiciliar. A padronização da visita puerperal imediata através da implantação de instrumento que se destina a qualificar essa visita promotora de uma avaliação em tempo hábil e integral da situação da puérpera pelo ACS.
Usamos o Google Docs e para sua aplicação o ACS abre um arquivo que já constará as perguntas sendo um modelo padrão e salvará com o nome de sua puérpera. Responderá o arquivo durante a visita, em que no momento ainda temos locais geográficos os quais não há disponibilidade de internet para conexão imediata e desse modo o ACS salva as respostas no arquivo de formato word e na disponibilidade de internet salva esse arquivo nos documentos google no mesmo momento em que é feita a atualização das visitas para a base de dados no tablet .
Descrever processo de Padronização da visita puerperal imediata realizada pelo Agente Comunitário de Saúde com implantação de instrumento de visita.
Este trabalho utilizou como suporte o Planejamento Estratégico Situacional em Saúde (PES). Desse modo, por meio da estimativa rápida realizamos o momento explicativo: selecionando e compreendendo o problema que se pretende intervir, a saber, padronizar a visita puerperal imediata realizada pelo ACS. Este problema foi escolhido a partir de uma reflexão das potencialidades e fragilidades do município dentre os componentes da Rede Cegonha executados.
Identificou-se que não há um padrão de avaliação ou metodologia de visita estabelecido no município, o que abre espaço para ocorrências evitáveis, perda de informações, falha de orientações culminando em desfecho desfavorável do puerpério. Considerou-se que as causas seriam dificuldade logística de transporte da equipe; falta de padronização das visitas e baixo conhecimento teórico científico dos ACS tendo como maior consequência baixa nos indicadores Previne Brasil e PQA-VS; estabelecimento de agravos evitáveis e morbimortalidade materno infantil.
A partir do nó crítico executamos: 1. Elaboração e implantação de instrumento de visita o qual optamos por uma tecnologia gratuita e de simples navegação para uso imediato; 2. Realização de educação continuada em saúde a qual executamos oficinas para qualificação do ACS sobre a avaliação puerperal cabível a sua competência na visita quanto a compreensão/aplicação do instrumento e uso de tecnologias.
Por meio de relatórios de visita puerperal identificados no sistema e-SUS usados nos processos de trabalho em uma série histórica até 2023 tanto para avaliação da gestão como para subsidiar o objeto de estudo do PI, identificou-se as falhas quanto a realização de consulta puerperal pelas equipes inversamente proporcional a realização da visita domiciliar do ACS a gestante no período puerperal. Destacamos que para a visita puerperal, apenas o ACS tem conseguido efetivar a visita imediata dentro dos 10 primeiros dias após o parto no local de residência.
Também identificamos que dentro dos 42 dias de puerpério a maioria é assistida, mas pelo não fortalecimento de vínculo com a equipe chegam com relativo atraso a essa primeira consulta, perdem o tempo oportuno para coleta de exames neonatais preconizados na “Primeira Semana de Saúde Integral” e podem assim submeter-se a não identificação de agravos que necessariamente são evitáveis, em tempo oportuno.
O momento caracterizado como de apresentação de ideias permitiu aos agentes de saúde presentes expressarem o que costumam perguntar em suas visitas puerperais, falas que sinalizaram uma rotina da visita direcionada em duas perspectivas: uma centrada em conhecimentos do senso comum, culturalmente consolidados que geram um padrão personificado à experiência pessoal de cada um: “eu gosto de observar o olhar da mãe, ele diz muito, mas também pergunto logo se ela teve febre, se está dando o peito”; “eu vejo como é ela com o bebê, como está a relação, peço pra ver se tem a pega”.
Por outro lado, se identifica uma visita permeada de itens consolidados pelos anos de trabalho com embasamento subsidiado pelo trabalho preconizado pelo Ministério da Saúde: “eu peço logo pra ver o cartão, se tomou as vacinas, se quando dá de mamar tem barriga com barriga e a boquinha”, “eu gosto de saber que está ajudando ela, a rede de apoio”.
Esse momento também permitiu que entre si, os ACS e demais profissionais presentes pudessem perceber que não há a realização da visita puerperal feita pela equipe e que quando realizada pelos ACS, entre si, não há um padrão de visita que a torna de pouca qualidade para sua finalidade, não permite o alcance de indicadores preconizados pela Rede Cegonha e permite o avanço de agravos que são evitáveis.
Foram vislumbradas 3 oportunidades imediatas de atuação que qualificam a ação 1. A possibilidade de um controle mínimo do olhar integral e necessário à mãe e ao bebê em fase de extremo cuidado ao risco de vida; 2. O uso de tecnologia leve para alcance de resultados que afetam indicadores de saúde de alto impacto como a mortalidade materna e infantil, triagem neonatal, imunização, monitoramento direto dos determinantes sociais relacionados à alimentação, educação, higiene, conforto, rede de apoio; 3. Comunicação e interação direta entre equipe/ACS/família quando avaliados em tempo oportuno.
Realizamos as oficinas e pudemos revisar conceitos elementares no instrumento de visita e todas as atividades que o ACS deve realizar na primeira visita puerperal avaliando a mãe, os cuidados com o RN, amamentação, planejamento familiar, saúde mental, educação em saúde, registros e documentação.
Com a implantação deste instrumento de visita conseguimos padronizar dentro do município de Caturité a avaliação que fazemos de nossas puérperas com foco em uma realidade necessária a prevenção e ao risco. Essa instrumentalização permitiu agir em tempo hábil sobre puérperas que poderiam nem passar pelo conhecimento das equipes as mais necessárias situações, as mais simples orientações como a pega correta do peito para garantir a execução de uma amamentação exclusiva.
De suma relevância também a sua aplicabilidade no alcance de indicadores elementares: os indicadores de saúde que já tratados em 2011 pela Rede Cegonha: Proporção de gestantes com 6 ou mais consultas de pré-natal e uma consulta de puerpério até 42 dias pós parto; Razão da mortalidade materna para Estados e número de óbitos maternos para municípios;
Destacou-se nessa atividade relatada a assistência ao puerpério, em que diante desse instrumento podemos considerar aspectos essenciais a uma primeira avaliação da puérpera e do RN a fim de evitar o óbito, bem como a contribuição do ACS para avaliação do acesso geográfico e temporal na cobertura do puerpério a partir das seguintes práticas exigidas pela instrumentalização proposta neste PI:O agendamento do teste do pezinho; A verificação de sinais de alerta na puérpera (hemorragia pós-parto, sepse, eclampsia…); A comunicação imediata e acesso aos dados em menor tempo; A possibilidade de compartilhamento de informações com a equipe em perspectiva multiprofissional quando há acesso em drive na nuvem que permite acesso colaborativo para fins de trabalho;
R. João Queiroga, 1024-1068, Caturité - PB, 58455-000, Brasil
CADASTRO
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