EXPERIÊNCIA VIVENCIADA NO COMBATE À FEBRE OROPOUCHE NO MUNICÍPIO DE BANANEIRAS – PB

A referida experiência consiste em amostras de soro (sangue) colhidas de 622 pessoas no período de 01 de Janeiro à 31 de Março de 2025, onde destas, 438 detectáveis e 184 não detectáveis para Febre Oropouche. As coletas das amostras de sangue (soro) foram realizadas no Laboratório Municipal, convertidas em soro, identificadas, armazenadas e encaminhadas para o Laboratório Central da Paraíba – LACEN PB, que posteriormente, após analisados para as Arboviroses Dengue, Chikungunya e Zika Vírus com resultados negativos, revelaram-se resultados detectáveis para Febre Oropouche, conforme determinação da Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS para amostragem aleatória para o vírus. A Febre do Oropouche é uma arbovirose transmissível principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis conhecido como “maruim”, e com possibilidade de transmissão pelos mosquitos Aedes serratus e Culex quinquefasciatus. O objetivo da Vigilância em Saúde do município visa, não só a contenção da disseminação da doença, eliminando a possibilidade do vetor de conseguir se reproduzir ou completar seu ciclo biológico, mas também, na identificação de gestantes para prevenção e acompanhamento nos casos acometidos por Febre Oropouche na gestação. Por não haver um protocolo específico de ações de campo para combate à Febre do Oropouche, a Vigilância Epidemiológica, em conjunto com Vigilância Ambiental e Sanitária se empenharam para realização de ações que contemplassem o bloqueio e disseminação da doença.

Objetivos

• Impedir a disseminação da doença para demais regiões do município, no combate a reprodução do mosquito, garantindo controle de casos detectáveis • Capacitar Agentes de Endemias e Comunitários de Saúde na identificação de casos suspeitos de Arboviroses e no controle de vetores • Atualizar as Equipes de Saúde da Família quanto a Notificação e Manejo Clínico das Arboviroses e Febre Oropouche • Prevenir as localidades mais afetadas com a distribuição de repelentes para profissionais de saúde e gestantes • Identificar gestantes entre os casos detectáveis, realizando monitoramento do feto através de exames específicos de USG Morfológica e encaminhamento dos casos ao Pré-Natal de Alto Risco se necessário • Visitar Restaurantes e Pontos Turísticos da zona rural do município, levando orientação quanto a Arbovirose e Vetor em questão, incentivando donos e colaboradores na prevenção da Febre Oropouche, na oferta de repelentes a seus clientes e limpeza de seus terrenos.

O município de Bananeiras – PB é conhecido por prevalecer em sua atividade agrícola e uma das principais fontes de renda, a plantação de bananeira, onde nestes locais, há uma deposição de folhas e frutos em decomposição, favorecendo criadouros do mosquito. Diante da enxurrada de casos detectáveis no início do ano, a Secretaria Estadual de Saúde, em específico a equipe de vigilância estadual com setores entomológico, epidemiológico e o setor de saúde da mulher no caso das gestantes, preocupou-se em realizar a visita ao município nos auxiliando no processo de construção do plano para combater a disseminação da doença e do mosquito, através de distribuição de panfletos e cartazes para educação e promoção em saúde, e capacitação dos profissionais no manejo clinico das Arboviroses. O setor de Entomologia da Secretaria Estadual junto com a Vigilância Ambiental Municipal, realizaram captura do vetor através de armadilhas para o mosquito transmissor em determinadas áreas e residências onde prevalecia a maioria dos casos detectáveis para Febre Oropouche. Enquanto isso, Agente Comunitários de Saúde e Endemias realizavam orientações de prevenção da população no constante uso de repelentes, roupas que cubram maior parte do corpo, limpeza de terrenos no recolhimento de folhas e frutos que se depositam no solo e na possibilidade, uso de telas de malhas finas em portas e janelas que impeçam a entrada do mosquito em suas casas, assim como também, visita aos pontos turísticos da região.

A Vigilância de Saúde observou que, diante das ações realizadas, observou-se uma generosa diminuição do número de notificações e consequente numero dos casos detectáveis entre Fevereiro e Março do corrente ano. Em Fevereiro foram testados 419 indivíduos que apresentavam sintomas de arboviroses, onde destes, 330 detectáveis para Febre Oropouche e 89 descartáveis. Em Março testados 203 indivíduos, 108 detectáveis e 95 descartados para Oropouche. Observados também, diminuição da demanda de indivíduos com sintomatologia em nossas Unidades de Saúde, mesmo com orientação da procura ao serviço para realizar testagem em tempo oportuno para RT-PCR, em até 5 dias dos sintomas. Até o período, identificamos 10 gestantes acometidas com a Febre Oropouche, onde 03 delas, estão no puerpério, 02 dos recém nascidos não apresentam alterações morfoneurológicas e 01 recém nascido foi a óbito, que ainda encontra-se em investigação pelo SVO. As demais gestantes estão em acompanhamento através exames de imagem e vigilância em qualquer alteração de sintomatologia que possam levar a ocorrência devido a transmissão vertical.

Conclui-se que as arboviroses, recém chegada Febre Oropouche, requer atenção, com priorização de medidas emergenciais pelos gestores, mudança do olhar da equipe de ações para além da atuação criteriosa da vista domiciliar, se faz necessário a conscientização da população sobre a importância da adoção de medidas preventivas no combate as referidas doenças, situando-a como atores sociais corresponsáveis, que na atualidade foram mais efetivas. Nesse contexto, percebemos que a zona rural do município, é nossa porta de entrada, como oportunidade de construção do saber e disseminação do conhecimento no combate as arboviroses, mediante uma abordagem multidisciplinar. A visita técnica da Secretaria Estadual de Vigilância em Saúde foi de grande valor no contexto de apoiar os profissionais do município no plano emergencial, no constante monitoramento do numero de casos e notificações registrados no sistema Esus-Sinan. A necessidade contínua de medidas de controle ao longo do ano e período sazonal do número de casos sintomáticos por Arboviroses, é essencial, visto que o município oferece fortes condições climáticas e localização para criadouros do mosquito.

Principal

José Barbosa de Carvalho Júnior

vigepibans@gmail.com

Coordenação de Vigilância em Saúde

Coautores

José Barbosa de Carvalho Junior, Elton Rocha Pereira, Tarcísio Herculano dos Santo, Ivson Danilo Rocha Pereira, Anailma Aparecida Barbosa Lima de Souza

A prática foi aplicada em

Bananeiras

Paraíba

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Rua João Pessoa, 689 - Centro, Bananeiras - PB, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

José Barbosa de Carvalho Júnior

Conta vinculada

13 abr 2025

CADASTRO

13 abr 2025

ATUALIZAÇÃO

31 jan 2025

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Condição da prática

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