A infecção do trato urinário (ITU) é uma das mais frequentes infecções identificadas na prática clínica, estando presentes em ambientes intra-hospitalares e no seio da comunidade no meio ambulatorial. A ITU se caracteriza pela presença e replicação de bactérias no trato urinário, sendo possível o seu desenvolvimento em todos os grupos de classificação de pessoas (gênero, idade, condição socioeconômica, entre outras). Contudo, as mulheres são as mais suscetíveis à ITU por ter como variáveis gerais a uretra curta, ausência de secreção prostática, facilidade de contaminação do trato urinário pela flora fecal e a condição de gravidez. A ITU (sintomática e assintomática) deve ser rastreada e tratada devido às consequências negativas ao paciente e ao feto (no caso de pacientes gestantes). As principais complicações maternas relacionadas à ITU são: anemia, bacteremia, choque séptico, complicações locais como abcesso renal ou perianal, obstrução renal, insuficiência respiratória aguda, insuficiência renal. As complicações perinatais incluem dentre outras: a restrição de crescimento intraútero, baixo peso do recém-nascido ao nascimento, ruptura prematura de membranas amnióticas, paralisia cerebral/retardo mental, trabalho de parto prematuro e o parto pré-termo, óbito perinatal e mortalidade fetal. No contexto de enfrentamento da ITU tem-se a condição de desenvolvimento de resistência à ação dos antibióticos pelas bactérias, essa realidade está difundida a nível mundial tanto em ambiente ambulatorial como no ambiente hospitalar e é um desafio importante a ser transposto na eliminação da ITU. A consolidação da resistência bacteriana aos antibióticos está relacionada à frequente prescrição de antibióticos (de forma empírica) e a transmissão genética dos genes responsáveis pela resistência, resultando numa persistência a vários princípios ativos de medicamentos. Um dos mais importantes exames, que auxiliam na definição de diagnóstico e de terapêutica medicamentosa de tratamento, é a cultura de urina com antibiograma. Em geral, as informações contidas nos resultados das uroculturas com antibiogramas não são reunidas em um banco de dados global da população assistida.
A análise de dados é um segmento da ciência contemporânea que serve de importante ferramenta para percepções globais e pontuais nos mais diversos cenários da sociedade. Por isso, no enfrentamento da ITU é de valorosa importância a aplicação de ferramentas de análise de dados para permitir que os profissionais de saúde e os gestores públicos tenham percepções objetivas e rápidas, tanto em universo micro como macro. Por isso, a equipe do laboratório municipal de Queimadas (PB) formou e analisou um banco de dados referente às informações contidas nos laudos de urocultura com antibiograma de todos os pacientes atendidos em um trimestre do ano de 2023. Permitindo-se ter uma visão macro das informações contidas nos laudos de antibiograma com urocultura.
Nos três meses de estudo foram atendidas um total de 64 pessoas com uma prevalência do gênero feminino (86%), tendo-se as faixas etárias de 21-30 anos (34%) e de 71-80 anos (30%) as mais atendidas no serviço municipal. Percebeu-se também que foram identificadas 9 espécies bacterianas como causadoras de ITU, com destaque para Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae como as mais presentes nos laudos de ITU. Com relação aos antibióticos, constatou-se que aqueles com maior eficiência no antibiograma foram: Cefepima, Ertapenem, Meropenem, Amicacina, Amoxicilina/Ác. Clavulânico.
É aconselhável que se desenvolva um banco de dados digital com arquivos em formato PDF dos resultados de exames de urocultura com antibiograma. Posteriormente, deve-se utilizar um programa de análise de dados para se ter informações rápidas sobre a real situação de toda a população atendida.
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