Práticas
- Atenção Primária à Saúde
CLAUDIANA DOS SANTOS SILVA
- 23 abr 2025
A Unidade de Saúde Mãe Pobre, na cidade de Itabaiana-PB, região do Agreste da Paraíba, possui em seu território 1.902 usuários. Com realidade semelhante a de outras cidades do interior da PB, Itabaiana enfrentava desafios para diagnosticar os pacientes com suspeita oncológica, devido ao longo tempo de espera para consultas e exames. Em resposta a essas peculiaridades, em 2024, o Governo do Estado criou o Programa Paraíba Contra o Câncer, com o objetivo de identificar os pacientes com suspeita ou confirmação de câncer, garantindo-lhes um fluxo ágil na assistência à saúde, que perpassa desde o rastreio, diagnóstico, tratamento, até os cuidados paliativos, evitando que esses pacientes se percam pela rede. Para isso, o programa expandiu os serviços oncológicos no Estado e montou equipes, compostas por oncologistas clínicos e enfermeiros navegadores, estes responsáveis por coordenar o acesso do usuário ao serviço. Diante desse cenário a UBS Mãe Pobre, realizou o Outubro rosa em 2024, entre as mulheres de 50 a 69 anos, enfatizando que o câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil. Nesse contexto, foi-se identificado uma paciente com a mamografia apresentando a classificação BIRADS 0 em mama esquerda, complementando a investigação com USG das mamas, caracterizando o nódulo >2.5 cm, classificação BIRADS IVB. Esse caso reforça a relevância da atuação integrada entre a Atenção Primária e a rede oncológica para garantir um diagnóstico e um tratamento ágil.
Objetivo geral: Proporcionar acesso rápido e humanizado ao atendimento oncológico na Unidade de Saúde Mãe Pobre, em Itabaiana-PB, por meio do Programa Paraíba Contra o Câncer. Objetivos específicos: – Reduzir o tempo de espera para consultas, exames e tratamento oncológico – Utilizar a teleoncologia para acompanhamento contínuo dos pacientes – Melhorar a adesão ao tratamento e promover o diagnóstico precoce – Integrar a unidade ao Complexo Regulador Estadual, otimizando o encaminhamento dos pacientes.
O acesso ao Programa Paraíba Contra o Câncer inicia-se a partir do momento em que a Unidade Básica de Saúde identifica o usuário com o quadro suspeito. Em seguida, notifica-se a enfermeira navegadora do Programa, que prontamente, faz o agendamento da teleoncologia, (consulta online, com o especialista, paciente, médico da UBS e enfermeira navegadora, por meio do link que é enviado pela equipe). Tudo isso, gera agilidade e comodidade no processo, evitando o deslocamento dos usuários até a capital do Estado. Ao fechar o diagnóstico, o paciente é inserido na fila única da Central Estadual de Regulação do Programa, para iniciar o tratamento específico, por conseguinte, a enfermeira navegadora realiza a contrarreferência à unidade de saúde acerca da paciente oncológica.
A cidade de Itabaiana na Paraíba enfrentava desafios para diagnosticar os pacientes com suspeita oncológica, devido ao longo tempo de espera para consultas e exames e a teleoncologia diminuiria essa problemática.
A paciente Oncológica foi atendida pelo programa Paraíba Contra o Câncer, por meio da teleoncologia, onde foi solicitado vários exames complementares, tais como tomografia de tórax, ressonância magnética, cintilografia, realizados nas unidades hospitalares conveniadas do Sistema único de Saúde (SUS). De posse dos resultados, foi agendada e realizada a cirurgia de mastectomia radical esquerda, cuja peça retirada foi submetida à biópsia, com laudo do exame histopatológico de mama apresentando: lesão de caráter neoplásico maligno (tipo predominante). outros: Carcinoma invasivo da mama de tipo não-especial, associado a carcinoma intraductal (in situ) de alto grau histológico, com comedonecrose. Atualmente, a paciente está em tratamento quimioterápico, respondendo o tratamento dentro dos parâmetros esperados.
Desde a implementação do programa na unidade de Saúde Mãe Pobre na cidade de Itabaiana-PB, observou-se uma redução significativa no tempo de espera para atendimento oncológico, passando de meses para semanas. A teleoncologia permitiu o acompanhamento contínuo, garantindo uma maior adesão ao tratamento. Por consequência, o número de diagnósticos precoces aumentou, refletindo diretamente na sobrevida e qualidade de vida dos pacientes. Por fim, a experiência relatada na unidade de atenção primária demonstra que a integração ao Programa Paraíba Contra o Câncer é uma estratégia eficaz para melhorar o acesso e a qualidade do atendimento oncológico em áreas descentralizadas. A combinação da regulação Estadual com a Teleoncologia resultou em processos mais ágeis e humanizados, beneficiando diretamente os pacientes. Essa iniciativa reforça a importância de políticas públicas que promovam a descentralização e a integração dos serviços de saúde, servindo como modelo para outras regiões que enfrentam desafios semelhantes no atendimento oncológico.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO
