A redução das internações psiquiátricas no município de Catanduva enquanto produto do processo de reorganização da Rede de Atenção Psicossocial

Com a publicação da Portaria GM nº 3088 de 23 de dezembro de 2011, os municípios foram desafiados a ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral e promover a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território. No ano de 2012 o município de Catanduva com aproximadamente 120.092 habitantes, centralizava todas as ações de saúde mental no hospitais psiquiátricos e ambulatório de saúde mental. Atenção Básica, composta por 21 equipes de Estratégia Saúde da Família, 2 Núcleos de Apoio à Saúde da Família e 4 UBSs tradicionais, não realizavam os atendimentos aos usuários com transtorno mental leve, ocasionando elevado índice de encaminhamentos e baixa resolubilidade. Nesse cenário, em dezembro de 2012 a fila de espera para consulta médica em psiquiatria contabilizava 1224 pacientes, com previsão para primeira consulta em 17 meses. Indiferentemente, os indicadores de saúde referente ao mesmo período, apontavam para um sistema fragmentado, pouco resolutivo e de baixa qualidade, evidenciado por uma taxa de 32,5 internações por 10.000 habitantes, sendo superiores à média do DRSXV (20,08) e estado de São Paulo (17,5). Frente ao exposto, se fez necessário reorganizar a Rede de Atenção Psicossocial no município de Catanduva, fomentando a ampliação do acesso, a qualificação dos profissionais e a substituição do modelo hospitalocêntrico.

Participaram do referido processo de reorganização da Raps, todos os profissionais do Ambulatório de Saúde Mental, Nasf, coordenador atenção básica, coordenador saúde mental, coordenador educação permanente e representantes das equipes de ESF, Cras, Creas e Secretaria da Educação, totalizando aproximadamente 60 participantes. No período de reestruturação e pactuação foram realizados seis encontros que aconteceram mensalmente, com duração aproximada de duas horas, sendo o primeiro em 05/2014 e o último em 11/2014. Considerando a potencialidade dos encontros, o mesmo se consolidou como Fórum Rede de Atenção Psicossocial, permanecendo ativo até os dias atuais. O monitoramento aconteceu de forma continua, observando o número de internações/mês, sobretudo, a relação com o processo de reorganização dos componentes e pontos de atenção da Raps, de acordo com o Plano de Ação do Município, respeitando os prazos pré-estabelecidos.

Necessidade de reorganizar, qualificar e ampliar a Rede de Atenção Psicossocial no município de Catanduva, fomentando a redução das internações por transtornos mentais e comportamentais.

Descontruir velhos conceitos e paradigmas, ampliar, implantar, integrar, qualificar e avaliar a efetividade das ações, não é tarefa fácil. Todavia, o processo de reorganização da Raps, nos ensinou que a implantação e integração dos pontos de atenção tal como previsto na Portaria 3.088/2011, são eficientes e correspondem satisfatoriamente as necessidades de saúde da população com transtornos mentais e comportamentais. Por fim, ficou evidente que a resolução dos problemas de baixa qualificação e dificuldade de acesso, em algumas situações, não demandam grandes aplicações de recursos financeiros, mas sim um novo olhar para o território, carregado de conhecimento técnico, cientifico e político.

Principal

Tiago Aparecido da Silva, Ronaldo Carlos Gonçalves Junior

ti.aps@hotmail.com

Coautores

Tiago Aparecido da Silva, Ronaldo Carlos Gonçalves Junior

A prática foi aplicada em

Catanduva

São Paulo

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde de Catanduva

Rua Pará, 255 - Centro, Catanduva - SP, Brasil

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Instituição Pública

Foi cadastrada por

Tiago Aparecido da Silva, Ronaldo Carlos Gonçalves Junior

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02 jun 2023

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12 ago 2024

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