Saúde e direitos sexuais e reprodutivos ocorrências em sexualidade e saúde sexual e reprodutiva em escolas do município de Diadema (SP)

Assim, abordar os direitos sexuais e reprodutivos de crianças e adolescentes significa opor-se a essa tendência omissa com relação ao tema, ao mesmo tempo em que contraria a abordagem que só foca os direitos de crianças e adolescentes sob o prisma da proteção da sexualidade das situações de violência, conforme Arruda. Diante disso, faz-se necessário a exigência da ampliação do espectro da compreensão do tema sexualidade em direção à aceitação do sentimento, desejo e expressão desta por esses sujeitos, de seu direito à autonomia sexual, conforme seu grau de desenvolvimento etário, cognitivo e autônomo. Promover
a proteção da criança e do adolescente da violência passa, então, a encampar o acolhimento da sexualidade de crianças e adolescentes, para que possam exercê-la de maneira saudável e prazerosa, protegendo-os das imposições, abusos ou sujeições que possam vir dos adultos e/ou familiares, ou autoridades que utilizem o abuso etário para impor-lhes modelos culturais que venham a oprimir seu desenvolvimento sexual pleno.
A escola como lócus de interconexão entre a sexualidade e a promoção de saúde sexual e reprodutiva A escola é um local estratégico de atenção à infância e à adolescência, pois nela este público tem grande contato temporal e afetivo/relacional, sendo a segunda forma de socialização no desenvolvimento humano atual, depois da família.
Por este motivo, a escola, enquanto equipamento pedagógico-social, tem o dever de promover a cidadania de crianças e adolescentes. A escola, dessa maneira, tem papel de promover a prevenção e dar alicerces para a construção da autonomia e autodeterminação de crianças e adolescentes, inclusive com relação à sexualidade, de forma emancipatória, conforme o desenvolvimento característico de cada faixa etária; sendo, ao mesmo tempo, protetora de eventos que
tentem violá-la.
Como a forma de realizar a abordagem da sexualidade de maneira prática, na escola isso não vem sendo orientado na formação pedagógica,
nem indicada nos documentos e normatizações de educação brasileira, apesar de a Lei de Diretrizes e Bases (LDB)24 prever a abordagem do tema. Não é incomum que os educadores tenham dificuldade em lidar com esses eventos em seu cotidiano e adotem posturas variadas, conforme sua própria formação moral ou familiar.
Nesse sentido, iniciar a discussão de propostas de atuação escolar na área de sexualidade de crianças e adolescentes e o estudo e mapeamento de suas
ocorrências e a preocupação e resposta escolar perante as mesmas, proporcionando dados para a análise e discussão da sexualidade e da forma como se dão essas condutas de orientação, tanto educacionais-preventivas quanto de encaminhamento de situações de saúde e violência.

O projeto, desenvolvido pelo Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com o Núcleo Social da Secretaria de Educação do Município incluiu todas as escolas municipais da administração direta e conveniada, incluindo pré-escolas e escolas de ensino básico, composto pelo fundamental 1 e 2 e com Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Foi feito levantamento de dados, respondido pelos diretores escolares, abordando as ocorrências de expressões naturais de sexualidade típicas de crianças
e adolescentes, questões relativas à consequência do início de práticas sexuais sem prevenção, além de temas relativos à violência e às drogas,
assim como as atitudes e fluxos adotados por educadores e escolas diante das mesmas.
Esse levantamento proporcionou a construção de um protocolo de orientação para todas as escolas e educadores do município em questões de Sexualidade, Saúde Sexual e Reprodutiva e Violência Sexual, padronizando as práticas e encaminhamento escolares frente a esses temas, de modo a subsidiar os educadores.

A postura geral das escolas infantis frente à manipulação genital das crianças é a conversa com o aluno, procurando evitar a sua ocorrência, embora 1/3 das pré-escolas e quase metade das pré-escolas que têm conjuntamento o 1º ano do Fundamental I adotem a abordagem à família do aluno para tratar do assunto, principalmente quando há troca desta manipulação entre crianças Com relação a adolescentes, a postura da escola inicialmente é a conversa direta com os próprios alunos diante de situações de contatos físicos.
A partir desses dados, foi elaborado o Protocolo de Orientações em Sexualidade e Saúde Sexual e Reprodutiva, implementado pela Secretaria de Educação de Diadema em todas as suas escolas, após treinamento realizado com diretores e educadores desses estabelecimentos.
Esse protocolo baseou-se em diretrizes e legislações já instituídas em nível federal e estadual, na Constituição Federal, no ECA, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação editada pelo Ministério da Educação, e nas resoluções já existentes em saúde publicadas pelo Ministério da Saúde, ou por ambos os ministérios,
pela Federação Brasileira de Ginecologia eObstetrícia e Sociedade Brasileira de Pediatria, pelo Conselho Federal de Psicologia, pelo Conselho Federal de Assistência Social e pelo Programa de DST/Aids do Estado de São Paulo, visando à prevenção e atenção em saúde de crianças e adolescentes, e focam a promoção e a prevenção em saúde e bem-estar em sexualidade.

Orientamos que esse processo seja feito com municípios, visando a implementação de protocolos, visto que educadores não tem base e nem informação para atuar com esses tema em suas graduações e licenciaturas.
Em diadema as recomendações definidas estão no protocolo anexo.

autor Principal

Regina Figueiredo, Márcia Santos, Líria Maria Palmigiano Fregnani, Rosamaria Fredo Bico, Nilton César de Almeida, Danilo Martins de Siqueira

reginafigueiredo@uol.com.br

Pesquisadora Científica

Coautores

Regina Figueiredo, Márcia Santos, Líria Maria Palmigiano Fregnani, Rosamaria Fredo Bico, Nilton César de Almeida, Danilo Martins de Siqueira

A prática foi aplicada em

Diadema

São Paulo

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Rua Santo Antônio - Bela Vista, São Paulo - SP, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

REGINA MARIA MAC DOWELL DE FIGUEIREDO

Conta vinculada

17 nov 2025

CADASTRO

18 nov 2025

ATUALIZAÇÃO

01 mar 2012

inicio

01 dez 2012

fim

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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