O Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) se estabelece pela Portaria 154/2008, a fim de promover a integração das equipes de Saúde da Família (ESF), por meio do apoio matricial. Apesar de nascer em um contexto de contrarreformas, num cenário de ortodoxia neoliberal, se apresenta enquanto um importante mecanismo de suporte técnico-pedagógico e retaguarda especializada. Entretanto é desafiado pelas dificuldades políticas e econômicas que tencionam o setor saúde, segundo Bravo et.al (2020), ora golpeado por medidas de austeridade a exemplo da Ementa Constitucional 95/2016, posteriormente pelo pela Portaria 2979/20, que institui o financiamento por meio de carteira de serviços na Atenção Primária à Saúde, ferindo a universalidade, estimulando a realização de parcerias, contratação de serviços privados, a lógica produtivista e competitiva, bem como atacando frontalmente os NASF´s.
O cenário detonado pela pandemia do Coronavirus (Covid-19) em 2020 traz a cena os reflexos dessas orientações em curso desde a década de 1990 – as quais trataram de inferiorizar, desfinanciar, privatizar o SUS, sob forte argumento satanista que endossou a negligencia de recursos saturando a capacidade de atenção – apontando a necessidade de políticas públicas robustas, haja vista um cenário que atingiu de forma desigual os desiguais. Sob orientação da ciência o “ficar em casa” intencionava evitaria o colapso do sistema, portanto, era chegada a hora da atenção primária em saúde usar seu potencial preventivo, integralizado e dinamizador do cuidado, frente às orientações de suspensão de diversas atividades coletivas. Neste sentido, o NASF BUZIOS fez frente a propostas inovadoras de cuidado por meio das ações do projeto “Ligações Poéticas” e “Roda de conversa on-line” tratando de trazer à cena a importância da Atenção Básica em Saúde, num cenário em que fomos desafiados por um vírus letal que nos convocou à urgência de renascer das cinzas. Assim, reinventamos usando de modo ético e consciente as Tecnologias Informacionais e comunicacionais para estabelecer o diálogo, promover saúde e cuidado, via um enfoque comunitário, territorial e que deu centralidade a Atenção básica, potencializando um cuidado até então inviável.
Os objetivos da atenção primária em saúde foram contemplados, quer seja, a acolhida, a educação em saúde, a possibilidade de um cuidado integral via saberes de diferentes níveis assistenciais, ora tratados pela a equipe NASF a partir de um suporte técnico-pedagógico, afeito a construção de projetos terapêuticos junto à população, tendo em vista a construção de uma tecnologia capaz de identificar pessoas com quadros depressivos, dentre eles os profissionais de saúde, pessoas que sofrem violências e que muitas vezes não chegam às unidades de saúde.
Em 2020 a política de saúde é desafiada por um vírus letal que resgata a potência do serviço público fazendo valer o Sistema Único de Saúde universal, gratuito e de qualidade.
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