Este trabalho tem como objetivo informatizar o processo de ofício dos agentes de combate às endemias, através da digitalização dos processos, mapas e formulários utilizados em suas atividades. Serão mostrados e explicados neste artigo os métodos utilizados para o fortalecimento das atividades através da digitalização e compartilhamento de tarefas.

O objetivo geral desse trabalho é avaliar o impacto da informatização dos instrumentos utilizados pelos ACE nos resultados do processo de trabalho de combate à dengue, em uma microárea de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Os objetivos específicos são:
• Identificar as etapas dos processos de trabalho do ACE passíveis de informatização.
• Informatizar os mapas do território inserindo informações como pontos estratégicos e associar com dados importantes relativos à acessibilidade e contato de moradores para aumentar a eficácia das visitas realizadas nos domicílios.
• Digitalizar e compilar fluxos e materiais educativos institucionais que possam ser consultados e disponibilizados aos moradores nas ações de educação em saúde.
• Possibilitar o acesso as atualizações das informações do território para os diferentes atores do processo de gestão e planejamento.

A dengue configura um problema de saúde de relevância pública. Em 2024, foram contabilizados cerca de 6,2 mil óbitos por dengue no Brasil, sendo que no município de Belo horizonte, ocorreram aproximadamente 128 mortes (Brasil, 2025). Para o combate da dengue é hercúleo o trabalho da equipe multiprofissional da saúde integrado a conscientização da população. Destaca-se o trabalho do Agente de Combate às Endemias (ACE), que configura um dos principais pilares no enfrentamento desta doença, atuando no território por meio da intervenção no ambiente e da educação em saúde. A organização do processo de trabalho do ACE demanda o uso de instrumentos que possibilitem o conhecimento do território e amplifiquem os resultados para eliminação de focos do mosquito. Dentre as ferramentas utilizadas, estão os croquis, panfletos e notificações, os quais, em geral, são elaborados manualmente, o que pode tornar o trabalho do ACE lento e burocrático; e dificulta a atualização das informações para os diferentes atores do processo de gestão e planejamento do combate à dengue. Considerando o acima exposto, o objetivo deste artigo é avaliar o impacto da informatização dos instrumentos utilizados pelos ACE nos resultados do processo de trabalho de controle da dengue. Com os dados obtidos, será possível avaliar se o procedimento de modernização do trabalho sobressai em relação aos processos obsoletos, aumentando a assertividade e eficácia do processo de trabalho.

Observou-se que o novo material tornou os processos de trabalho mais ágeis e assertivos. O mapeamento digital auxiliou em questão do referenciamento de todos os locais estratégicos daquela microárea, podendo ser escolas, igrejas, residências de acumuladores, munícipes com questões complexas de saúde e/ou no domicílio.
Antes da informatização, o número de imóveis não vistoriados era cerca de 19% em 2022. Esse percentual caiu para 15%, no ano de 2023, e 10%, no ano de 2024, após a metodologia aplicada. A agilidade do processo, permitiu mais tempo para o ACE realizar o resgate das residências que se encontravam fechadas, entrando em contato com os moradores e também realizar e organizar outras atividades, gerenciando melhor suas atribuições.
A digitalização dos telefones dos moradores de acordo com imóveis listados aumentou a comunicação entre ACE e usuários, facilitando o ACE contatar o morador e resolver problemas, ganhando autonomia e agilidade nos fluxos de trabalho. O processo também facilitou o acesso as ferramentas de educação em saúde, aproximando a informação ao morador com rapidez.
A atualização dos processos através de ferramentas computacionais e o compartilhamento de dados em nuvem permitiram que outros setores pudessem ter uma maior acessibilidade aos dados contidos naquela microárea, auxiliando gestores locais, distritais e municipais no reconhecimento do território e planejamento das ações de combate à Dengue.

A implementação de estratégias que fortaleçam a territorialização, diretriz da atenção primária em Saúde, é primordial no controle das arboviroses. A análise dos resultados obtidos com esta pesquisa demonstrou a importância da informatização das ferramentas de trabalho do ACE na otimização do trabalho de combate à Dengue. A recente experiência potencializou as ações de combate às arboviroses, melhorou a comunicação com os moradores e fortaleceu o processo de gestão do território e planejamento de ações. A escolha de modernização deste tipo de ferramenta de trabalho é eficiente e condizente as atribuições dos ACE. Ao trabalhar de forma assertiva, pode se ofertar a população um resultado de cuidado integral e eficiente, podendo gerenciar melhor o tempo de trabalho, para abranger todos os aspectos de adoecimento daquela região e não somente os casos de arboviroses. Sugere-se que esses processos sejam ampliados para todo o município, por meio da criação de aplicativos e sistemas que possibilitem a atualização em tempo real dos mapas do território pelos ACE, a fim de compilar informações estratégicas para o trabalho necessário no controle da Dengue, importante problema de saúde pública do Brasil.

Principal

Jaime Fernando Ferreira

JAIME.FERNANDO@PBH.GOV.BR

AGENTE DE COMBATE ÀS ENDEMIAS

Coautores

Suellen Fabiane Campos

A prática foi aplicada em

Belo Horizonte

Minas Gerais

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Rua Senador Virgílio Távora, 157 - Santa Terezinha, Belo Horizonte - MG, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

JAIME FERNANDO FERREIRA

Conta vinculada

30 maio 2025

CADASTRO

30 maio 2025

ATUALIZAÇÃO

01 jan 2022

inicio

31 dez 2024

fim

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

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