Fato ou fake: utilizando a força da internet no combate à fake news sobre vacinação em Esperança (PB)

O Programa Nacional de Imunização (PNI) constitui um dos programas mais completos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) por ser determinante na redução, eliminação e erradicação de doenças imunupreviníveis desde a sua criação pelo Ministério da Saúde (MS) em 1973, que antecedeu, ainda, a implantação do SUS em 1988. Considerado uma referência mundial, o programa se consolidou, nesses seus 50 anos, pelo impacto positivo na saúde pública com a diminuição da morbimortalidade de doenças, através da conquista de altas coberturas vacinais. No entanto, o Brasil tem registrado queda nas coberturas vacinais desde 2013, intensificada após a pandemia da COVID-19. Estudos demonstram que uma das principais barreiras da atualidade contra a vacinação é a internet e, apesar de ser um importante instrumento, junto às redes sociais, no consumo e produção de informação, o acesso e o compartilhamento de informações falsas têm se tornado problema de saúde pública no Brasil. Esse fenômeno, apesar de ser uma prática antiga, recentemente recebeu o termo de fake news e atinge frequentemente as ações de vacinação em todo território nacional, resultando em hesitação vacinal e declínio das coberturas vacinas. Mediante o exposto, o município de Esperança (PB) utilizou da mesma força da internet e redes sociais para combater a desinformação e fortalecer a confiança da população acerca das vacinas, na busca pela retomada das altas coberturas vacinais.

Com o objetivo de combater as fake news através da internet e redes sociais, estimular a interação da população para sanar as principais dúvidas através dos profissionais do SUS em forma de vídeos, fortalecer as ações de imunização no município, diminuir a hesitação vacinal e reconquistar altas coberturas vacinais, organizou-se através da coordenação de imunização, a articulação entre os profissionais médicos de diversos setores do SUS para a gravação de conteúdo, em forma de vídeo, para divulgação e publicação nas redes sociais oficiais do município, bem como entre os grupos de aplicativos de mensagens para o alcance do maior número de pessoas. Considerando as principais dúvidas da população demonstradas durante o processo de vacinação, nas salas de vacinas, junto aos profissionais de enfermagem de agentes comunitários de saúde, foram elaboradas as perguntas mais frequentes, para que o profissional, em seu local de trabalho, respondesse se tratava-se de um “fato ou fake” a respeito da vacinação. Foram selecionados profissionais de diferentes especialidades e setores, tais como: ginecologista do alto risco, médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), pediatra, médico da Atenção Primária (APS), médico do serviço hospitalar, dentre outros, para que pudéssemos direcionar a orientação e, assim, conseguir sensibilizar o ouvinte conforme a confiança depositada ao procurar o atendimento médico. Algumas das perguntas abordaram a falsa relação entre a vacinação contra covid-19 e infarto, que impactou negativamente durante toda a campanha a busca da população pelo imunizante, bem como abordou a afirmativa da importância da vacinação durante a infância em tempo hábil, conforme preconiza o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Após a gravação, os vídeos foram divulgados e compartilhados entre a população, potencializando a importância da divulgação de informações corretas.

Observou-se que durante a divulgação dos vídeos, a população demonstrou interação no compartilhamento e reforçou as orientações contidas nas ações durante a procura pela vacinação, o que evidencia a importância de se combater a desinformação e fake news na mesma proporção em que essas se espalham, apesar do movimento antivacina e da hesitação vacinal ainda serem observadas no município, especialmente quando associada à crença religiosa e/ou orientação política e partidária, as equipes de profissionais do município se empenham para desmistificar falsas informações com respaldo científico e abordagem humanizada para conquistar a confiança da população e diminuir a taxa de abandono e hesitação vacinal em todas as faixas etárias.

Conclui-se que a força da internet, junto às redes sociais, tem gerado atualmente um grande impacto na saúde pública, seja positivo ou negativo, e cabe aos profissionais de saúde e gestores intervirem para utilizar dessa potência a favor das ações de imunização, visto ser uma área com um dos principais ataques de informação falsa, especialmente se relacionada à vacinação contra covid-19, desse modo, as ações de divulgação com a participação de profissionais capacitados, dando espaço para expressão da população, é uma necessidade para os dias atuais que não pode ser ignorada, tendo em vista que o movimento de fake news é um importante problema de saúde pública no Brasil.

Principal

Priscila Geovana Câmara Rodrígues Cabral

pgcrc12@gmail.com

Coordenador de imunização

Coautores

Priscila Geovana Câmara, Rodrígues Cabral, Cecília Alexandre de Oliveira Almeida, Josicleide da Silva Santos, Lanísia Bianca Passos de Oliveira

A prática foi aplicada em

Esperança

Paraíba

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Esperança, PB, 58135-000, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Priscila Geovana Câmara Rodrígues Cabral

Conta vinculada

15 abr 2024

CADASTRO

27 jun 2024

ATUALIZAÇÃO

01 jul 2023

inicio

Condição da prática

Andamento

Situação da Prática

Arquivos

TAGS

Práticas Relacionadas