- Saúde Mental e Atenção Psicossocial
Elaine Cristina Fontes
- 25 out 2024
Ao longo dos últimos anos, após a implantação da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial no país, a busca continua por uma atenção em saúde mental com maior participação popular na mudança do modelo assistencial, com garantia aos direitos humanos, nos convida a todos: gestores, trabalhadores da saúde e comunidade geral a participar das discussões em torno deste tema, e a nos posicionarmos criticamente, no sentido de verdadeiramente, garantir o funcionamento de serviços inclusivos.Sem dúvida, nesse sentido, não basta pensarmos em mudar os locais e espaços de atenção à saúde mental, é necessário e urgente, desconstruirmos os manicômios mentais e os manicômios sociais que nos habitam e infelizmente, ainda se encontra presente nos discursos e prática não apenas de grande parte da sociedade, mas, principalmente, no cotidiano do processo de trabalho dos profissionais inseridos na rede de atenção a saúde.Alcançar objetivos compatíveis com um atendimento humano, comunitário, participativo, integral e preventivo, na perspectiva da saúde mental, em todos os pontos de atenção a saúde da rede, exige de todos nós, a necessidade de fortalecermos ações de qualificações dos profissionais de saúde e um debate profundo e continuo sobre a temática, junto a esses atores. . Desta forma, a I Semana de Saúde Mental em Defesa da Luta Antimanicomial, como o primeiro evento em saúde mental realizado no município foi um pontapé inicial para projetos futuros, haja vista a importância de discutir e aprofundar sobre o cenário e as perspectivas em saúde mental no contexto local e regional. Assim, a luta antimanicomial presente no cerne da saúde mental não faz parte de um processo estático e acabado, consiste num fazer diário que sofre constantes transformações e necessidade de aprimoramentos.
A realização da I Semana Municipal de Mobilização de Saúde Mental no Município de Tanhaçu, como parte integrante das ações do município em defesa da Luta Antimanicomial, teve como objetivos principais:- Convidar a sociedade e a rede de atenção a saúde do município para uma discussão e debate coletivo e ampliado sobre a Política de Saúde Mental e a sua efetivação no município.
Registramos que apesar do esforço da equipe da secretaria de saúde e do CAPS, no sentido de aprofundar os debates, voltados para o melhoramento do processo de trabalho e do cuidado humanizados na perspectiva da saúde mental, através de uma articulação e diálogo em rede intrasetorial e intersetorial, as mudanças ainda são pouco significativas, o que remete a equipe a se motivar a cada novo dia e a pensar novas estratégias coletivas voltadas à mudança necessária.Nesta perspectiva, de maneira geral, podemos avaliar que os objetivos gerais e específicos foram parcialmente alcançados, o que exige da equipe a necessidade de fortalecer essa discussão junto à comunidade e os trabalhadores na rede, no intuído de, mudarmos os discursos e práticas manicomiais, ainda presente no conceito recheado de estigmas e preconceitos quanto à loucura.
CADASTRO
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