Participaram dessas experiências usuários do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos dos sexos masculino e feminino, de diversos níveis de escolaridade e pertencentes à faixa etária compreendida entre 6 e 84 anos. Estratégias e técnicas utilizadas: foram planejadas e realizadas vivências com as danças circulares, envolvendo conteúdos básicos referentes à sua simbologia. Constituíram-se em 4 (quatro) momentos: 1) acolhimento pautado em centramento, caracterizando a harmonização inicial.
Os problemas que envolvem a área de saúde, sobretudo no que diz respeito à relação profissional-usuário são antigos, largos e abrangentes. Constitui-se, portanto, um grande desafio para a equipe técnica exercer o cuidado de modo mais pulsante, vivo, acolhedor, lúdico e sensível. Observa-se, cotidianamente, nas instituições públicas do SUS aspectos relacionados ao pouco acolhimento, à dessensibilização e a pouca atenção dada à linguagem simbólica, às sensações, às emoções, apresentadas pelos usuários. Pratica-se, ainda, uma postura endurecida, não lúdica, não sensível, com quase nenhuma conexão entre técnica e afeto. A insatisfação, o distanciamento vincular e o nível elevado de estresse dos pacientes e também dos profissionais de saúde nos espaços de cuidado são fatores constantes e significativos, relatados em rodas de conversa, dentro ou fora dos serviços de saúde, que afetam cada uma das partes envolvidas, tanto a relação saúde-doença-cuidado, quanto a relação interpessoal profissional e usuário. Nas unidades de saúde, em geral, do SUS, observa-se, empiricamente, por exemplo, a presença de sinais de enrijecimento corporal, cansaço, desgaste físico, emocional e estresse tanto nos profissionais quanto nos usuários.
Foi possível compreender a importância de se desenvolver práticas com os usuários que envolvam a arte e a ludicidade (Luckesi, 2000), voltadas para a ênfase no movimento, na construção do sentido da vida, no conhecimento do mundo, de modo sensível, através do contato com a dimensão emocional, dada pelo corpo. Neste trabalho concluímos que a didática do sensível (D’ÁVILA, 2016) foi vivenciada nos pilares do sentir (entender, ver, tocar, perceber), do metaforizar (criação de intervenção através das linguagens artísticas e lúdicas), do imaginar (permitir a visualização compreensiva em relação à si próprio e ao outro) e do criar (permitir a ressignificação).
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