Cobertura vacinal: em que medida os dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações traduzem a realidade local?

Desde as primeiras ações para prevenção da varíola até hoje, as vacinas têm promovido grande impacto na epidemiologia das doenças infecciosas. Mais que qualquer outra intervenção, as vacinas tiveram grande efeito na redução da morbimortalidade. No entanto, fatos como a reintrodução do sarampo nas Américas e sua disseminação em razão de cobertura vacinal inadequada fomentaram as discussões acerca do Programa Nacional de Imunização brasileiro, a queda das coberturas vacinais e suas razões. Com 95 equipes de saúde da família e seus respectivos agentes comunitários de saúde, a rede municipal de saúde de Diadema tem capilaridade e estreita proximidade com o território. aos chamados da Vigilância Epidemiológica para a queda substancial da cobertura vacinal entre crianças, sinalizada pelo SIPNI, muitas equipes argumentaram com realidades diferentes em suas áreas, motivando a análise alternativa dos dados.

Os municípios têm protagonismo nas ações de imunização e devem qualificar seus dados de cobertura vacinal. A Secretaria de Saúde de Diadema busca modos de determinar tais resultados, alternativos à análise ofertada pelo SIPNI, para melhor caracteriza Considerando que a cobertura de um imunogênico se dá pela divisão do número de doses pelo número de indivíduos do público alvo, busca-se qualificar a quantificação desses elementos com informações geradas localmente. Quanto às doses aplicadas podem ser obtidas do SIPNI, e quanto ao denominador, o município tem dados potentes para sua determinação na faixa etária de menores de 1 ano de idade: o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Foram escolhidas: rotavírus (2ª dose) (VORH), poliomielite (3ª dose) (VIP), pentavalente (3ª dose) (Penta) e pneumocócica 10-valente (2ª dose) (Pn10v). As doses aplicadas no 4º mês de vida referem-se a nascidos de setembro do ano anterior a agosto do corrente e as aplicadas no 6º mês, a nascidos de julho do ano anterior a junho do ano corrente.

A diferença entre o denominador utilizado pelo SIPNI e o obtido pelo SINASC local aumenta no período de 2015 a 2018: em 2015, é de menos de 1% em 2016, sobe para 3%, chegando a 10% em 2017 e retornando a 5%, em 2018, cujos dados são preliminares. Com a população SINASC menor que a população estimada do SIPNI, os resultados indicaram cobertura significativamente maior, sobretudo de 2016 a 2018. em 2015, para penta e vip, a cobertura diminui quando calculada pela metodologia proposta. No entanto, a partir de 2016, o aumento da cobertura calculada é relevante para todos os imunogênicos, reproduzindo a diferença percentual entre as bases populacionais e elevando o resultado de cobertura em até 10%, no ano de 2017.É reconhecida a limitação da metodologia, mas destaca-se a discrepância entre a população estimada pelo SIPNI e a calculada pela base SINASC. Não são refutadas as dificuldades relativas às ações de imunização, mas procura-se lançar olhar crítico sobre os dados do SIPNI: em que grau traduzem a real situação epidemiológica? Municípios devem ser provocados para a intensificação de suas ações de imunização, mas devem ser munidos de sistemas e informações suficientes e confiáveis para suas decisões.

Principal

Guilherme Meyer

guilherme.meyer@diadema.sp.gov.br

Coautores

Cândida Rosa Alves

A prática foi aplicada em

Diadema

São Paulo

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Prefeitura Municipal de Diadema

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Luís Cláudio Sartori

Conta vinculada

23 set 2023

CADASTRO

02 jul 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

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