A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde propõe que a qualificação dos trabalhadores tomem como referência as necessidades e a realidade local com o objetivo da transformação das práticas profissionais e a organização do trabalho, a partir da problematização dos processos de trabalho de saúde, valorizando a multidisciplinaridade sem negar a importância da formação técnica específica. Com base nestes conceitos, o depto de proteção à saúde e vigilâncias (DPSV) do município de São Bernardo do Campo construiu e implantou o núcleo em vigilância em saúde (Nevs) em duas UBSs com perfis epidemiológicos, população, geografia e composição de equipes diferentes, tendo como agente transformador diário o articulador em vigilância em saúde, realizador de educação permanente horizontal e constante no território entre os trabalhadores/gestores da Atenção Básica, ele próprio e os trabalhadores/gestores da vigilância epidemiológica, controle de zoonoses, sanitária, saúde do trabalhador e meio ambiente
Aproximar equipes multiprofissionais e harmonizar aspectos relacionais, repactuar arranjos coletivos de trabalho, fortalecer, qualificar e buscar a integralidade do cuidado na atenção básica, por meio da integração com as vigilâncias no território tendo inserção do articulador em vigilância em saúde na UBS interagindo com os profissionais, usuários e conselho gestor, apoiando in loco e diariamente os trabalhadores nos assuntos de vigilância em saúde, com capacitações momentâneas e discussões sobre protocolos e critérios técnicos, ações de campo, registro e informação em saúde, monitoramento de doenças de notificação compulsória, educação em saúde. Pactuação contínua de mudanças nos processos de trabalho, desencadeadas e percebidas através da imersão na rotina da assistência da UBS e na micropolítica do trabalho. Realização de EP a cada 15 dias e presença dos técnicos das vigilâncias na UBS vivenciando a realidade do território e propondo soluções práticas imediatas em vários casos.
Na UBS Leblon e UBS Riacho, o tripé atenção básica–educação permanente diária–vigilância em saúde demonstrou uma potente força de qualificação e gestão do cuidado. Pactos diários de reorganização do trabalho, entre profissionais da UBS e das vigilâncias ocorreram sem a perda do momento da produção do cuidado singular, envolvendo casos e pessoas complexas, beneficiando usuários e enriquecendo a mistura de saberes entre os trabalhadores e gestores. Ações de campo das vigilâncias complementaram a resolução de casos sob o cuidado direto das ESF de uma forma integrada com maior celeridade. A compreensão da realidade de trabalho do outro, alterou a visão interequipes, proporcionando arranjos e ajustes mais realistas nos fluxos e parcerias mais fluidas. A educação permanente neste caso confirmou-se como uma ferramenta essencial que utiliza tecnologias leves para fazer a diferença na integração do cotidiano de trabalho de equipes distintas, aproximando a realidade do território e dos profissionais, propiciando empatia, transformando processos e qualificando as práticas da Rede de Atenção à Saúde (RAS), além de fortalecer a segurança do cuidado dos profissionais aos usuários, na principal porta de entrada da rede do SUS municipal, a Atenção Básica
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