É espantoso o número crescente de pessoas diagnosticadas com transtornos mentais e sua projeção pelas décadas futuras, isso nos força a buscar alternativas terapêuticas além das convencionais. Visando um tratamento diferenciado para essas pessoas, assim como métodos preventivos e promocionais de saúde, temos utilizado da biblioterapia para responder essa demanda. Entretanto, vale destacar que nosso modelo de trabalho vai além da biblioterapia convencional, pois usa, além da leitura, a escrita como diferença fundamental. Os resultados obtidos até o momento têm se mostrado satisfatórios.
Prevenir e promover saúde mental através do aumento de capital cultural e simbólico dos participantes, atrelado ao aumento de vínculos sociais. Tratar pacientes que apresentam transtornos mentais leves ou algum sofrimento psíquico. o grupo se reúne na Biblioteca pública do bairro, com participação da bibliotecária. Inicialmente, cada participante passa por uma avaliação psicológica e depois, é inserido no grupo. Os textos literários são selecionados conforme a demanda do grupo, lido em conjunto depois discussão/reflexão sobre os mesmos. No próximo encontro, o mesmo texto é lido, destrinchado em detalhes e nova discussão é feita, correlacionando com a vivência de cada um. Num terceiro encontro, os participantes são convidados a escrever contos inspirados na leitura, discussão e vivência pessoal. E no quarto encontro é feita uma leitura dos textos produzidos e possíveis revisões. No encontro seguinte é escolhido um novo texto e o processo reinicia.
Depois de mais de um ano realizando esse trabalho semanal, foram mais de 50 oficinas com média de 05 participantes em cada. Observando essas pessoas de frequência mais assídua, podemos perceber que as queixas diminuíram, assim como pudemos notar maior capacidade de lidar com os problemas do dia a dia. Outro fator observado se refere à um aumento significativo de capital cultural, simbólico e social. Vale ressaltar que essa metodologia vai além da biblioterapia convencional, sendo um processo terapêutico inovador até então, já que usa da escrita e discussão, e não apenas da leitura. Neste sentido, conforme demonstrado ampliou-se a capacidade de lidar com os problemas do cotidiano, além do aumento do capital cultural, simbólico e social, referido.
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