A visita domiciliar (VD) é um dos instrumentos terapêuticos para o cuidado de saúde de base territorial. Nos casos que envolvem transtornos mentais graves, assim como outros relacionados a problemas que colocam em risco a vida do paciente e/ou de seus familiares, como é o caso de problemas com álcool e outras drogas ou ideação suicida, ela se torna fundamental.
Apresentar a experiência que o CAPS 1 – Casa Azul da cidade de Mafra (SC) tem tido com a realização de visitas domiciliares conjuntas com profissionais da atenção básica. As VDs conjuntas iniciaram em janeiro de 2017, partindo da necessidade que os profissionais de saúde têm de atender pacientes em crise nos seus domicílios. As agentes comunitárias de saúde e enfermeiros, na maioria das vezes, já mantêm um vínculo com o paciente em questão, a visita conjunta é agendada e o primeiro acolhimento é realizado no domicílio. Durante a VD, os profissionais avaliam qual a prioridade de atendimento e planejam juntos as ações do projeto terapêutico individual do paciente, assim como de sua família. As visitas domiciliares conjuntas tem um dia fixo no calendário de atividades do CAPS com os profissionais do serviço social e da enfermagem.
Foram realizados em dois anos de experiência 54 visitas domiciliares conjuntas entre profissionais do CAPS e atenção básica. Foi produzida uma listagem com os pacientes mais graves, que necessitam de cuidados em saúde mental domiciliares mais constantes. Os pacientes passaram a se vincular ao tratamento com maior frequência, assim como a família. As equipes do CAPS e atenção básica tem desenvolvido um senso de cooperação e confiança mútua. Para que se tenha sucesso na opção por atendimentos compartilhados de saúde mental com a visita domiciliar, é preciso traçar um planejamento constante. Deve-se incluir o maior número de participantes possíveis, pois a presença concomitante de variadas ideias e visões facilita o surgimento de percepções e de ações que podem vir a ser bem-sucedidas.
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