543
YOGA FOR CLIMACTERIC WOMEN: A UNIVERSITY EXTENSION EXPERIENCE
Sarah Loures
ssouzaloures@gmail.com
BRAZIL
YOGA PARA MULHERES NO CLIMATÉRIO: UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Descrição

O climatério é um período de transição na vida da mulher, marcado pela cessação da fertilidade e pelo surgimento de sintomas como ondas de calor, insônia, alterações de humor e dores musculoesqueléticas, que podem impactar significativamente a qualidade de vida. A Terapia Hormonal da Menopausa (THM) é eficaz no alívio desses sintomas, mas não é indicada para todas as mulheres devido a contraindicações e possíveis efeitos adversos. Por isso, muitas mulheres buscam alternativas seguras e acessíveis, com destaque para abordagens tradicionais, complementares e integrativas. Entre elas, a yoga se sobressai como prática ancestral que promove relaxamento, reduz o estresse e melhora o bem-estar geral.

Diante desses benefícios, o projeto de extensão “Yoga para Mulheres no Climatério” foi lançado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) com o objetivo de oferecer sessões de yoga a mulheres em fase climatérica em Ouro Preto e avaliar os efeitos da prática nos sintomas do climatério.

O projeto teve início em 2015 e segue em desenvolvimento na UFOP. As participantes são recrutadas por meio de encaminhamentos de médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde e integrantes da equipe de pesquisa, além de convites diretos de amigas e familiares de participantes atuais. As aulas de yoga ocorrem duas vezes por semana, com duração de 60 minutos, incluindo posturas físicas (āsanas) para fortalecer o corpo e melhorar a flexibilidade, exercícios respiratórios (prāṇāyāmas) para reduzir a ansiedade e otimizar padrões respiratórios, e técnicas de relaxamento e meditação para aliviar o estresse e promover melhor qualidade de sono.

Para avaliar os efeitos da yoga, utiliza-se o Índice de Kupperman (IK), que mensura onze sintomas comuns do climatério: ondas de calor, parestesia, insônia, nervosismo, depressão, tontura, fadiga, dores articulares/musculares, cefaleia, palpitações e zumbido. As participantes classificam cada sintoma como ausente, leve, moderado ou intenso. A pontuação total reflete a intensidade geral dos sintomas, categorizada como leve (1–19), moderada (20–35) e intensa (acima de 35), em um máximo de 51 pontos. Pontuação zero indica ausência de sintomas climatéricos. Além disso, formulários anuais de avaliação permitem que as participantes expressem sua experiência geral como “muito boa”, “boa”, “regular” ou “ruim”.

Problemas abordados

Os sintomas climatéricos podem impactar severamente a qualidade de vida e estão associados a maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, transtornos neuropsiquiátricos e osteoporose. Tratamentos convencionais, como a THM, não são adequados para todas devido a riscos e contraindicações, criando a necessidade de alternativas não farmacológicas seguras, eficazes e acessíveis.

O projeto “Yoga para Mulheres no Climatério” foi iniciado em 2015 na UFOP para oferecer yoga como terapia complementar a esse público específico. A iniciativa enfrenta o desafio de fornecer opções de saúde integrativa em contextos públicos, com apoio de parcerias com autoridades de saúde locais para encaminhamento das participantes. Apesar de dificuldades, como disponibilidade limitada de instrutoras e adaptações durante a pandemia de COVID-19, o projeto expandiu o acesso à yoga, visando melhorar o manejo dos sintomas e o bem-estar geral das mulheres em fase climatérica.

Resultados (opcional)

Os resultados indicam redução significativa na frequência e intensidade dos sintomas do climatério. Após seis meses de prática de yoga, os maiores avanços foram observados em palpitações (redução de 12,3%), fadiga (18,0%) e nervosismo (25,9%). Outros sintomas, como ondas de calor, cefaleia, insônia e parestesia, também apresentaram diminuições relevantes (3,4% a 10,1%). A severidade dos sintomas melhorou, com participantes relatando sintomas moderados ou intensos caindo de 26,7% para 3,3%. A proporção de mulheres com sintomas leves aumentou de 65,6% para 86,7%, e as assintomáticas subiram de 6,7% para 8,9%, indicando melhoria significativa na qualidade de vida.

O sucesso do projeto também é sustentado por forte parceria com a Secretaria de Saúde local, que frequentemente encaminha mulheres para o programa. O interesse crescente e o impacto positivo observado motivam esforços para expandir o número de turmas e alcançar mais participantes.

Recomendações ou Desafios

O projeto demonstra que a yoga é uma ferramenta valiosa para melhorar a qualidade de vida de mulheres no climatério. A alta adesão reflete aceitação significativa das práticas integrativas, especialmente quando oferecidas em ambiente acolhedor e com escuta ativa. Recomenda-se que políticas públicas apoiem ativamente a implementação e expansão dessas práticas. Expandir o projeto para mais grupos e fortalecer parcerias institucionais será fundamental para ampliar os benefícios a uma população maior.

Agradecimentos: UFOP e FAPEMIG

Palavras-chave
YOGA FOR CLIMACTERIC WOMEN: A UNIVERSITY EXTENSION EXPERIENCE
Description

The climacteric is a transitional period in a woman’s life, marked by the cessation of fertility and the onset of symptoms such as hot flashes, insomnia, mood swings, and musculoskeletal pain, all of which can significantly affect quality of life. Menopausal Hormone Therapy (MHT) is an effective treatment for alleviating these symptoms, but it is not suitable for all women due to contraindications and potential side effects. As a result, many women seek safer, accessible alternatives, with traditional, complementary, and integrative medicine approaches gaining popularity. Among these, yoga stands out as an ancient practice that promotes relaxation, reduces stress, and enhances overall well-being.
In light of these benefits, the "Yoga for Women in the Climacteric" extension project was launched by the Federal University of Ouro Preto (UFOP) with the aim of providing yoga sessions to climacteric women in Ouro Preto and evaluating the effects of this practice on climacteric symptoms.
The project began in 2015 and continues to evolve at UFOP. Participants are recruited through active outreach, including referrals from doctors, nurses, community health agents, and members of the research team, as well as direct invitations from friends and family of current participants. Yoga classes are held twice a week for sixty minutes, incorporating physical postures (asanas) to improve strength and flexibility, breathing exercises (pranayamas) to reduce anxiety and enhance breathing patterns, and relaxation and meditation techniques to alleviate stress and promote better sleep.
To assess the effects of yoga, we use the Kupperman Index (KI), which evaluates eleven common climacteric symptoms: hot flashes, paresthesia, insomnia, nervousness, depression, dizziness, fatigue, joint/muscle pain, headache, palpitations, and tinnitus. Participants rate each symptom as absent, mild, moderate, or severe. The total score reflects the overall intensity of symptoms, with categories defined as mild (1–19), moderate (20–35), and severe (above 35), based on a maximum score of 51 points. A score of zero indicates the absence of climacteric symptoms. Additionally, participants complete annual evaluation forms assessing their overall experience as ‘very good,’ ‘good,’ ‘fair,’ or ‘poor.’

Problems Addressed

Climacteric symptoms can severely impact women’s quality of life and are associated with an increased risk of developing chronic conditions such as diabetes, cardiovascular disease, neuropsychiatric disorders, and osteoporosis. In addition, conventional treatments like Menopausal Hormone Therapy (MHT) are not suitable for everyone due to risks and contraindications. This creates a pressing need for safe, effective, and accessible non-pharmacological alternatives.
To address this need, the “Yoga for Women in the Climacteric” project was initiated in 2015 at UFOP to offer yoga as a complementary therapy for this specific population. The initiative tackles the challenge of providing integrative health options within public health settings, supported by partnerships with local health authorities who refer women to the program. Despite challenges such as limited instructor availability and adaptations during the COVID-19 pandemic, the project has successfully expanded access to yoga, aiming to improve symptom management and overall well-being in climacteric women.

Results (optional)

Outcomes of the project show a notable reduction in both the frequency and intensity of climacteric symptoms throughout the development of the initiative. After six months of yoga practice, the most pronounced improvements were seen in palpitations (12.3% decrease), fatigue (18.0% decrease), and nervousness (25.9% decrease). Other symptoms, such as hot flashes, headaches, insomnia, and paresthesia, also showed meaningful reductions, ranging from 3.4% to 10.1%. The severity of symptoms improved significantly, with the percentage of participants reporting moderate or severe symptoms dropping from 26.7% to just 3.3%. Additionally, the proportion of women with mild symptoms increased from 65.6% to 86.7%, while those with no symptoms rose from 6.7% to 8.9%. These results suggest a substantial enhancement in overall quality of life among participants.
The success of the project is also supported by a strong partnership with the local Health Department. Health professionals from public clinics frequently refer women to participate in the program. Due to the growing interest and the positive impact observed, efforts are currently underway to expand the number of classes and reach even more women in the community.

Recomendations or Challenges

The project has demonstrated that yoga can be a valuable tool in enhancing the quality of life for women during the climacteric phase. High participant adherence reflects the significant acceptance of integrative practices, especially when provided in a supportive environment with active listening. The project’s objectives were successfully achieved, leading to a noticeable positive impact on participants’ quality of life. These outcomes highlight the value of yoga as an effective complementary practice in women’s health during this phase. It is recommended that public policies actively support the implementation and expansion of such practices. Moving forward, expanding the project to include more groups and fostering stronger institutional partnerships will be crucial for extending its benefits to a larger population.

Acknowledgments: UFOP and FAPEMIG

Keywords
unblocked games + agar.io