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Implementation of Integrative Community Therapy in Piraquara (PR): Experience report from medical students
Tissiane Paula Zem Igeski
tissizem@gmail.com
Brasil
IMPLEMENTAÇÃO DA TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA EM PIRAQUARA (PR): RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTUDANTES DE MEDICINA
Descrição

A implementação da Terapia Comunitária Integrativa (TCI) em Piraquara (Paraná) teve início em 2018 como uma iniciativa liderada por dois trabalhadores do município: uma fisioterapeuta da saúde pública e um médico de família e comunidade. Ambos atuavam na Atenção Primária à Saúde e já eram terapeutas comunitários formados.
O objetivo da iniciativa era ampliar o acesso à saúde mental, diante das longas filas de espera para atendimento psicológico, com foco em pessoas em sofrimento, independentemente do diagnóstico (Conselho Municipal de Saúde, 2022).
Em 2019, a prática foi incorporada ao Plano Municipal de Saúde após aprovação na 13ª Conferência Municipal de Saúde. Posteriormente, na 14ª Conferência, em 2022, foi aprovada a ampliação da TCI, integrando-a à Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) (Piraquara, 2017; Conselho Municipal de Saúde, 2019; 2022).
Assim, este relato de experiência apresenta as reflexões dos estudantes de medicina, como participantes das rodas, sobre a integração da TCI ao fluxo de cuidado em saúde mental do município de Piraquara, Paraná.

Problemas abordados

O espaço acolhedor da TCI também funciona como cenário para educação em saúde, promovendo o engajamento dos estudantes com a comunidade e desenvolvendo habilidades e competências humanísticas essenciais para um cuidado mais sensível e integral.
Dessa forma, 54 estudantes participaram das sessões entre maio de 2024 e junho de 2025, de ambos os sexos, com idades entre 20 e 25 anos. Entre eles estavam alunos da graduação em Medicina e residentes de Medicina de Família e Comunidade, os quais preencheram formulário para registrar suas reflexões sobre a inserção da TCI no fluxo de cuidado em saúde mental do município de Piraquara. A análise temática foi baseada nos assuntos mais frequentemente abordados (Piraquara, 2025).
A TCI tem se tornado estratégia importante na formação em saúde, potencializando o aprendizado experiencial por meio da participação do estudante em cuidados de base comunitária. Incentiva o olhar reflexivo sobre as “tecnologias leves”, como escuta, acolhimento e vínculo comunitário, em alinhamento com políticas públicas, como a Política Nacional de Humanização e a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.

Resultados (opcional)

Entre os principais desfechos, destacou-se a integração da TCI ao cuidado em saúde mental do município, com ênfase no acesso facilitado, abordagem acolhedora, no fortalecimento do vínculo usuário-profissional e no trabalho interdisciplinar.
Merecem menção as estratégias de educação em saúde e o reconhecimento da TCI como Prática Integrativa e Complementar reconhecida brasileira, assim como o cuidado centrado na pessoa, todos identificados como elementos fortalecedores da RAPS.
A TCI foi reconhecida por seu papel complementar na prevenção e tratamento do sofrimento psicossocial, assim como na promoção do vínculo relacional e fortalecimento comunitário. Outro ponto relevante mencionado pelos estudantes foi o êxito da implementação em Piraquara, considerada exemplo positivo passível de ser replicado em outros municípios.
Foram apontadas também fragilidades, como a baixa participação dos estudantes em atividades coletivas—apenas 26,3% vivenciaram esse tipo de atuação—e o conhecimento restrito sobre as PICS, reportado por apenas 40% dos participantes.
No geral, a experiência propiciou a reflexão dos estudantes sobre a prática e a identificação de elementos que fortalecem o fluxo de cuidado em saúde mental, ressaltando a importância da rede. Os estudantes valorizaram e qualificaram o potencial formativo da TCI.

Recomendações ou Desafios

Persistem desafios para a consolidação da TCI enquanto política pública sustentável. Entre os principais estão a ausência de financiamento público permanente e a necessidade de educação permanente—ambos previstos na PNPIC como responsabilidade das três esferas de governo. Outro desafio é a baixa integração das PICS, sobretudo da TCI, nas matrizes curriculares de graduação, restringindo o contato vivencial e o olhar crítico dos estudantes sobre essas práticas.
Recomenda-se que as IES incluam as PICS em seus currículos e promovam o aprendizado interdisciplinar para ampliar a vivência dos estudantes. Tais medidas subsidiam a formação de profissionais para o cuidado integral e reforçam a TCI como estratégia fundamental em saúde mental e comunitária. Os achados mostram a necessidade de garantir a continuidade e a ampliação da TCI no SUS e na RAPS.

Palavras-chave
IMPLEMENTATION OF INTEGRATIVE COMMUNITY THERAPY IN PIRAQUARA (PR): EXPERIENCE REPORT FROM MEDICAL STUDENTS
Description

The implementation of Integrative Community Therapy (ICT) in Piraquara, Paraná, began in 2018, led by two municipal health professionals: a public health physiotherapist and a family and community physician, both already trained in community therapy. The initiative aimed to expand mental health access due to long waiting lists for psychological care, focusing on individuals experiencing psychosocial distress, regardless of diagnosis (Municipal Health Council, 2022).

In 2019, ICT was incorporated into the Municipal Health Plan following approval at the 13th Municipal Health Conference. Its expansion was further approved during the 14th Conference in 2022, integrating ICT into the care network of the Psychosocial Care Network (PCN) (Piraquara, 2017; Municipal Health Council, 2019; 2022).

This report presents reflections from medical students participating in ICT sessions, highlighting the integration of the practice into the municipality’s mental health care pathway.

Problems Addressed

ICT provides a welcoming environment that doubles as a health education space, promoting student engagement with the community and fostering essential humanistic skills for comprehensive care.

Between May 2024 and June 2025, 54 medical and residency students aged 20–25 participated in ICT sessions, completing reflection forms about their experiences. Thematic analysis focused on frequently addressed topics (Piraquara, 2025). ICT encourages experiential learning, reflection on “light technologies” such as active listening, welcoming, and community bonding, and aligns with public policies like the National Humanization Policy and the National Policy on Integrative and Complementary Practices (PNPIC).

Results (optional)

Key outcomes highlighted by students included:

Enhanced access to mental health care through ICT and a welcoming approach.

Strengthened bonds between users and providers and promotion of interdisciplinary teamwork.

Recognition of ICT as a Brazilian Integrative and Complementary Practice contributing to person-centered care.

Complementary role of ICT in preventing and treating psychosocial distress while fostering community cohesion.

Successful implementation in Piraquara as a replicable model for other municipalities.

Identified challenges included low student participation in collective activities (26.3%) and limited prior knowledge about PICS (40%). Overall, the experience facilitated reflection on mental health care pathways and emphasized the formative potential of ICT.

Recomendations or Challenges

To consolidate ICT as a sustainable public policy, challenges include the lack of permanent funding and the need for continuing education, as outlined in PNPIC. Limited integration of PICS, particularly ICT, into undergraduate curricula restricts experiential learning and critical engagement.

Recommendations:

Include PICS in higher education curricula.

Promote interdisciplinary learning to enhance student experience.

Ensure continuity and expansion of ICT within the public health and psychosocial care networks.

These actions support comprehensive professional training and strengthen ICT as a key strategy in mental and community health.

Keywords
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