O uso da aromaterapia da flora brasileira para alívio da dor em idosos em atendimento domiciliar na cidade de São Paulo/SP.
O Brasil vem vivenciando o fenômeno do envelhecimento nas últimas décadas e, segundo o último Censo de 2022(1), a população acima de 60 anos chegou a 15,6%. Um aumento de 56% em relação ao último Censo de 2010, quando isso correspondia a 10,8% da população brasileira. Devemos esse aumento da expectativa de vida aos avanços e ao acesso às tecnologias na área da saúde, melhorias nas condições de vida da população, mudanças no estilo de vida, acesso a informações sobre promoção da saúde e prevenção e controle de doenças imunopreveníveis.
Entretanto, a população idosa, consequentemente, acaba convivendo por mais tempo com doenças crônicas não transmissíveis e a dor é uma delas, muitas vezes decorrente de patologias do sistema musculoesquelético, sistema circulatório, traumas, entre outras.
A dor, segundo a International Association for the Study of Pain (IASP)(2), é “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual real ou potencial” e é considerada um grande problema de saúde pública.
O Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de suas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS)(3), oferece 29 recursos terapêuticos para complementar o tratamento convencional, seja de forma isolada ou como parte de sistemas médicos complexos ou racionalidades médicas. Utilizando um desses recursos terapêuticos, o Brasil oferece uma rica biodiversidade, incluindo Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. E encontramos no bioma Cerrado uma grande diversidade de espécies, das quais são extraídos óleos essenciais, com indicação e benefícios para alívio da dor e inflamação, tais como: Copaíba (Copaifera officinalis)(4), Erva Baleeira (Cordia verbenacea)(5), Pimenta de Macaco (Xylopia aromatica)(6) e Sucupira (Pterodon emarginatus Vogel)(7).
Atuando como enfermeira aromaterapeuta na Atenção Primária à Saúde, durante minhas visitas domiciliares a essa população acima de 60 anos, após consulta de enfermagem, sistematização da assistência de enfermagem e avaliação da dor, realizo uma sessão de aromaterapia com seleção desses óleos diluídos em óleo vegetal, aplicados topicamente no local da dor por um período de tempo determinado.
Na minha prática clínica, constatei que o uso da aromaterapia com óleos essenciais da flora brasileira em idosos com dor crônica em atendimento domiciliar na cidade de São Paulo/SP demonstra alívio da dor, melhora da qualidade de vida, melhora da saúde, melhora da mobilidade, redução do isolamento social e fortalecimento das relações interpessoais. Isso viabiliza o uso dessa terapia complementar como uma ferramenta potente e eficaz no combate à dor crônica.
Referências:
1 - https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202310/brasileiros-com-60-anos-ou-mais-superam-32-milhoes-de-pessoas-mdhc-reforca-importancia-do-cuidado-e-respeito-com-essa-faixa-etaria
(acessado em 07/12/25)
2 - https://www-iasp—pain-org.translate.goog/resources/terminology
(acessado em 07/12/25)
3 - https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/pics
(acessado em 07/12/25)
4 - https://doi.org/10.1590/S0103-7331202333037
(acessado em 07/12/25)
5 - https://repositorio.unesp.br/server/api/core/bitstreams/0ee81f5c-6cfc-4d39-b132-bf787df00e23/content
(acessado em 07/12/25)
6 - http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21096
(acessado em 07/12/25)
7 - https://doi.org/10.54033/cadpedv22n1-147
(acessado em 07/12/25)
No entanto, o acesso a esse tipo de PICS ainda é restrito dentro do SUS. O fornecimento de materiais limita-se a inaladores nasais e alguns óleos essenciais (Lavandula angustifolia, Citrus bergamia, Cymbopogon citratus, Rosmarinus officinalis, Mentha piperita e Melaleuca alternifolia) e a frequência de fornecimento é irregular.
The use of aromatherapy from Brazilian flora for pain relief in elderly people receiving home care in the city of São Paulo/SP.
Brazil has been experiencing the aging phenomenon in recent decades, and according to the latest 2022(1) Census, the population over 60 reached 15.6%. An increase of 56% compared to the last Census in 2010, when this corresponded to 10.8% of the Brazilian population. We owe this increase in life expectancy to advances and access to technologies in the health area, improvements in the population's living conditions, changes in lifestyle, access to information on health promotion and prevention and control of vaccine-preventable diseases. However, the elderly population, consequently, ends up living with chronic non-communicable diseases for a longer period and pain is one of them, often resulting from pathologies of the musculoskeletal system, circulatory system, trauma, among others.
Pain, according to the International Association for the Study of Pain (IASP)(2), is "an unpleasant sensory and emotional experience associated with actual or potential tissue damage" and is considered a major public health problem.
The Unified Health System (SUS), through its Integrative and Complementary Health Practices (PICS)(3), offers 29 therapeutic resources to complement conventional treatment, either alone or as part of complex medical systems or medical rationales. Utilizing one of these therapeutic resources, Brazil offers a rich biodiversity, including the Amazon, Caatinga, Cerrado, Atlantic Forest, Pantanal and Pampa. And we find in the Cerrado biome a great diversity of species, from which essential oils are extracted, with indication and benefits for relieving pain and inflammation, such as: Copaíba (Copaifera officinalis)(4), Erva Baleeira (Cordia verbenacea)(5), Pimenta de Macaco (Xylopia aromatica)(6) and Sucupira (Pterodon emarginatus Vogel)(7).
Working as an aromatherapy nurse in Primary Health Care, during my home visits to this population over 60, after a nursing consultation, systematization of nursing care and pain assessment, I conduct an aromatherapy session with a selection of these oils diluted in vegetable oil, applied topically to the pain site for a specified period of time.
In my clinical practice, I have found that the use of aromatherapy with essential oils from Brazilian flora in elderly individuals with chronic pain undergoing home care in the city of São Paulo/SP, demonstrates pain relief, improved quality of life, improved health, improved mobility, reduced social isolation, and strengthened interpersonal relationships. This enables the use of this complementary therapy as a powerful and effective tool in combating chronic pain.
References:
1-https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202310/brasileiros-com-60-anos-ou-mais-superam-32-milhoes-de-pessoas-mdhc-reforca-importancia-do-cuidado-e-respeito-com-essa-faixa-etaria (accessed on 12/07/25)
2-https://www-iasp—pain-org.translate.goog/resources/terminology (accessed on 12/07/25)
3-https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/pics (accessed on 12/07/25)
4-https://doi.org/10.1590/S0103-7331202333037 (accessed on 12/07/25)
5-https://repositorio.unesp.br/server/api/core/bitstreams/0ee81f5c-6cfc-4d39-b132-bf787df00e23/content (accessed on 12/07/25)
6-http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21096 (accessed on 12/07/25)
7-https://doi.org/10.54033/cadpedv22n1-147 (accessed on 12/07/25)
However, access to this type of PICS is still restricted within the SUS. The supply of materials is limited to nasal inhalers and some essential oils (Lavandula angustifolia, Citrus bergamia, Cymbopogon citratus, Rosmarinus officinalis, Mentha piperita, and Melaleuca alternifolia) and the frequency of supply is irregular.