O seminário ‘Saberes: Práticas Integrativas e Complementares em Saúde’, organizado pelo SESC SP, mostrou-se um modelo eficaz para a formação de profissionais de saúde. A riqueza do encontro, que reuniu mestres de saberes ancestrais e acadêmicos para um diálogo sobre MTCI, demonstra como as escolhas organizacionais potencializam o caráter transformador da educação não formal. O seminário revelou-se relevante para a educação em saúde, abordando temas como prevenção, plantas medicinais e a valorização de diferentes sistemas de conhecimento, em consonância com o Projeto Inspira 2025, realizado em 34 unidades do Sesc São Paulo.
O Serviço Social do Comércio, conhecido como Sesc, atua como instituição privada e conta com uma rede de mais de 40 centros operacionais distribuídos pelo estado de São Paulo. Mantido por empresários dos setores de bens, turismo e serviços, seu objetivo é promover o bem-estar e a qualidade de vida de seus empregados e familiares. Entre suas atividades programáticas e de educação não formal, o Sesc São Paulo realiza o “Inspira – Ações para uma Vida Saudável”, dedicado a estimular a reflexão sobre saúde e qualidade de vida. Em 2025, a oitava edição do evento aconteceu em 34 unidades do Sesc São Paulo e teve como tema central a cultura da saúde, escolhendo a Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa – MTCI como foco principal.
Nos dias 8 e 9 de abril de 2025, o Sesc Vila Mariana tornou-se o ponto de encontro para o Seminário “Saberes: Práticas Integrativas e Complementares em Saúde”, evento que integra a programação da 8ª edição do “Inspira – Ações para a Vida Saudável” do Sesc São Paulo. O seminário foi baseado nos saberes que historicamente moldaram a cultura da saúde no Brasil, valorizando a ancestralidade presente nas tradições indígenas, práticas africanas e saberes regionais. Esses elementos foram incorporados como pilares fundamentais para a construção de uma compreensão mais ampla e plural do cuidado em saúde.
O seminário destacou a importância do fortalecimento do conhecimento e da valorização da Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa – MTCI entre os profissionais de saúde. Ao mesmo tempo, propôs romper com o formato tradicional de palestras, promovendo espaços de escuta e trocas genuínas entre diferentes formas de saber – ancestral, popular e científico. A proposta foi além da simples transmissão de conteúdos: buscou construir uma experiência formativa capaz de integrar visões diversas sobre o cuidado em saúde, ampliando a sensibilidade cultural e a atuação efetiva dos participantes.
O processo de organização do evento como um todo contou com o apoio da equipe de Gestão de Saúde e Odontologia da administração da instituição, da Secretaria de Saúde de São Paulo e de parcerias com serviços de saúde privados e públicos, universidades e pesquisadores para a divulgação das atividades. A atração do público teve como foco priorizar a participação de profissionais de saúde, que podem disseminar e utilizar esses saberes em suas práticas profissionais, mas também foram convidados alunos dos cursos permanentes do SESC, como yoga e dança circular, por exemplo, além do público espontâneo interessado nos temas. Os convites foram enviados a gestores de serviços de saúde e amplamente divulgados nas redes sociais da instituição. Ressaltamos que todas as atividades foram financiadas por nossa instituição e oferecidas gratuitamente a todos os interessados.
As atividades relacionadas ao seminário incluíram palestras, mesas-redondas e aulas de práticas corporais que ocorreram antes ou depois dos dois dias de seminário. A programação completa consistiu em experiências de meditação com 132 participantes em quatro sessões, cinco sessões de aulas de yoga com mantras com 556 participantes, aulas de biodança com 173 pessoas, oficinas sobre o uso de plantas medicinais na infância e no envelhecimento com 53 pessoas, uma mesa-redonda sobre humanização no parto e saberes indígenas com 30 pessoas, e palestras nos seguintes temas durante os dois dias de seminário: Reflexões sobre linhas de cuidado na Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa, uma aula magna sobre a associação do saber popular e o papel das universidades na difusão do conhecimento, sobre medicina tradicional indígena, uso de ervas medicinais e cultura popular, e saberes de terreiros de matriz africana, que atraíram um total de mais de 359 participantes.
O seminário e suas ações integradas proporcionaram uma valiosa troca de saberes e experiências, materializando um espaço de aprendizagem dinâmico e enriquecedor para aprofundar a compreensão de diversas PICS e sua aplicabilidade. O formato dialógico e a curadoria de convidados mostraram-se eficazes no engajamento do público e no estímulo à reflexão crítica, resultando em alto potencial de impacto na formação de profissionais de saúde. A iniciativa em questão centrou-se em explorar uma gama diversificada de cuidados, indo além das abordagens estritamente convencionais. Foram valorizados saberes ancestrais, como a medicina indígena e tradições africanas, bem como a interação com o ecossistema e o potencial curativo das plantas. O objetivo principal foi demonstrar como essas práticas podem ser integradas ao sistema de saúde atual, promovendo uma perspectiva de cuidado integral, ampliando o arsenal terapêutico e fortalecendo a capacidade de cada pessoa de gerir sua própria saúde e bem-estar.
A articulação entre instituições de ensino, serviços de saúde e organizações culturais é um pilar essencial para garantir o sucesso e a continuidade de iniciativas como esta. Incentivamos a reprodução de eventos como o “Seminário Saberes” como ferramenta de educação continuada em Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa – MTCI, sempre que possível combinando conteúdos relevantes com metodologias participativas. Ressalta-se também o valor do planejamento centrado na experiência do participante, favorecendo a troca de conhecimentos e o diálogo entre diferentes culturas. Por fim, as discussões em todas as atividades práticas e teóricas reforçaram a necessidade de compreender e valorizar os saberes tradicionais, muitas vezes subestimados e desvalorizados, e a importância de debater essas formas de cuidado dentro de centros de pesquisa e serviços de saúde, trazendo povos indígenas, comunidades e outros detentores desses saberes para o protagonismo desse movimento.
The seminar ‘Knowledge: Integrative and Complementary Practices in Health,’ organised by SESC SP, proved to be an effective model for training health professionals. The richness of the meeting, which brought together masters of ancestral knowledge and academics for a dialogue on TCIM, shows how organisational choices enhance the transformative nature of non-formal education. The seminar proved relevant to health education, addressing topics such as prevention, medicinal plants and the valorisation of different knowledge systems, in line with the Inspira 2025 Project, carried out in 34 Sesc São Paulo units.
The Social Service of Commerce, known as Sesc, operates as a private institution and has a network of more than 40 operational centres distributed throughout the state of São Paulo. Maintained by entrepreneurs in the goods, tourism and services sectors, its objective is to promote the well-being and quality of life of its employees and their families. Among its programmatic and non-formal education activities, Sesc São Paulo carries out ‘Inspira – Actions for a Healthy Life,’ dedicated to stimulating reflection on health and quality of life. In 2025, the eighth edition of the event took place in 34 Sesc São Paulo units and focused on the theme of health culture, choosing Traditional, Complementary and Integrative Medicine -TCIM as its main focus.
On April 8 and 9, 2025, Sesc Vila Mariana became the meeting point for the Seminar "Knowledge: Integrative and Complementary Health Practices", an event that forms part of the schedule for the 8th edition of Sesc São Paulo's "Inspira - Actions for Healthy Living". The seminar was based on the knowledge that has historically shaped health culture in Brazil, valuing the ancestry present in indigenous traditions, African practices and regional knowledge. These elements were incorporated as fundamental pillars for building a broader and more plural understanding of health care.
The seminar highlighted the importance of strengthening knowledge and appreciation of Traditional, Complementary and Integrative Medicine -TCIM among health professionals. At the same time, it set out to break away from the traditional lecture format, promoting spaces for listening and genuine exchanges between different forms of knowledge - ancestral, popular and scientific. The proposal went beyond the simple transmission of content: it sought to build a training experience capable of integrating diverse views on health care, broadening the cultural sensitivity and effective action of the participants.
The process of organising this event as a whole was supported by the Health and Dentistry Management team of our institution's administration, the São Paulo Health Secretariat, and partnerships with private and public health services, universities, and researchers to publicise the activities. Attracting the public focused on prioritising the participation of health professionals, who can disseminate and use this knowledge in their professional practices, but invitations were also extended to students of permanent SESC courses, such as yoga and circle dance, for example, in addition to the spontaneous public interested in the topics. Invitations were sent to health service managers and widely publicised on the institution's social media. We emphasise that all activities were funded by our institution and offered free of charge to all interested parties.
The activities related to the seminar included lectures, roundtable discussions, and physical practice classes that took place before or after the two-day seminar. The complete programme consisted of meditation experiences with 132 participants in four sessions, five sessions of mantra yoga classes with 556 participants, biodanza classes with 173 individuals, workshops on the use of medicinal plants in childhood and ageing with 53 individuals, a roundtable discussion on humanisation in birth and indigenous knowledge with 30 people, and lectures on the following topics during the two-day seminar: Reflections on lines of care in Traditional, Complementary and Integrative Medicine, a master class on the association of popular knowledge and the role of universities in disseminating knowledge, on traditional indigenous medicine, the use of medicinal herbs and popular culture, and knowledge of terreiros with African roots, which attracted a total of over 359 participants.
The seminar and its integrated actions provided a valuable exchange of knowledge and experiences, materializing a dynamic and enriching learning space to deepen understanding of various PICS and their applicability. The dialogical format and guest curatorship proved effective in engaging the public and stimulating critical reflection, resulting in a high potential impact on the training of health professionals. The initiative in question focused on exploring a diverse range of care, going beyond strictly conventional approaches. Ancestral knowledge was valued, such as indigenous medicine and African traditions, as well as interaction with the ecosystem and the healing potential of plants. The primary objective was to demonstrate how these practices can be integrated into the current health system, promoting a comprehensive care perspective, expanding the therapeutic arsenal and strengthening each person's ability to manage their own health and well-being.
Coordination between educational institutions, health services and cultural organizations is an essential pillar for ensuring the success and continuity of initiatives like this. We encourage the reproduction of events such as the "Knowledge Seminar" as a tool for continuing education in Traditional, Complementary and Integrative Medicine -TCIM, whenever possible combining relevant content with participatory methodologies. The value of planning centered on the participant's experience is also highlighted, favoring the exchange of knowledge and dialogue between different cultures. Finally, discussions in all practical and theoretical activities reinforced the need to understand and value traditional knowledge, which is often underestimated and devalued, and the importance of debating these forms of care within research centres and health services, and bringing indigenous peoples, communities and other holders of this knowledge to the forefront of this movement.