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Family Constellation as an Integrative Approach for Women’s Emotional Healing: An Experience Report
Edna Aparecida da Rocha Teshima
er_1800@yahoo.com.br
Brasil
Constelação Familiar como Abordagem Integrativa para a Cura Emocional de Mulheres: Um Relato de Experiência
Descrição

A experiência relatada baseia-se em sessões terapêuticas realizadas tanto presencialmente (em consultórios particulares localizados em Paulínia e Campinas, São Paulo, Brasil) quanto online (pela plataforma Google Meet). Esse contexto regional reflete os desafios urbanos do Brasil, onde mulheres frequentemente enfrentam pressões socioeconômicas agravadas por dinâmicas familiares e culturais. A metodologia segue a abordagem sistêmico-fenomenológica de Bert Hellinger, utilizando ferramentas como figuras simbólicas, perguntas sistêmicas e cartas metafóricas. O foco está em mulheres que vivenciam sofrimento emocional recorrente, dificuldades de relacionamento e bloqueios financeiros — questões comuns nesse perfil demográfico.
O objetivo principal é ajudar as participantes a ressignificarem suas narrativas de vida dentro dos sistemas familiares, identificando lealdades inconscientes, vínculos interrompidos e padrões ocultos que afetam sua saúde emocional, estabilidade financeira e relacionamentos. As clientes relataram melhorias significativas na regulação emocional, clareza na tomada de decisões, estabelecimento de limites mais saudáveis e resolução de desafios pessoais/financeiros de longa data.
Os grupos de Constelação Familiar online começaram durante a pandemia da COVID-19 em 2020, seguindo o modelo sistêmico-fenomenológico desenvolvido por Bert Hellinger. Cada grupo tem até 10 participantes, com foco principal em mulheres, e ocorre em 10 encontros semanais (aproximadamente três meses), sempre no mesmo dia. Mais de um grupo acontece por semana, sendo que cada encontro dura duas horas.
As sessões seguem uma sequência estruturada: (1) uma roda inicial de acolhimento para que as participantes compartilhem como estão chegando emocionalmente, promovendo a consciência dos sentimentos; (2) uma oficina de 30 minutos sobre temas pré-definidos (ex.: “O que é Constelação Familiar”, “Ordens do Amor/Ajuda”, “Relações com Mãe/Pai”, “Ancestralidade”, “Criança Interior”, “Prosperidade”); (3) um breve exercício de centramento; e (4) a constelação em si, utilizando a técnica do campo de água e os participantes como representantes. A constelação começa com a pessoa constelada e o tema, adicionando progressivamente representantes do sistema familiar até que a fonte da tensão emerja. Isso geralmente se revela por meio de fortes emoções como choro, raiva ou rejeição. A tomada de consciência é facilitada por reposicionamentos simbólicos e frases de ressignificação, encerrando quando o campo se torna mais leve e a tensão se dissipa. Um breve exercício sistêmico encerra a sessão.
Entre 2020 e 2024, aproximadamente 60 mulheres participaram, cada uma frequentando entre 1 e 10 constelações. O feedback é coletado por meio de relatos espontâneos das participantes, conversas de acompanhamento e depoimentos qualitativos. Exemplos incluem:

Problemas abordados

Muitas mulheres entre 35 e 65 anos buscaram a terapia de Constelação Familiar devido a sofrimentos emocionais ligados a conflitos familiares não resolvidos, instabilidade financeira e padrões transgeracionais. Entre as participantes, 70% eram casadas, enquanto 30% eram solteiras e sem filhos. Mulheres acima de 55 anos eram predominantemente mães casadas ou divorciadas, sendo que 80% das divorciadas vinham de famílias em que o divórcio parental havia se repetido ao longo de gerações. Essas mulheres relataram sentir-se sobrecarregadas por ciclos repetitivos em relacionamentos (especialmente afetivos e financeiros), baixa autoestima e dificuldades para se libertar de padrões herdados de abandono ou escassez. Desafios comuns incluíam dependência emocional, dificuldade em estabelecer limites, ansiedade crônica e bloqueios financeiros ligados a lealdades familiares inconscientes. As participantes mais velhas (55+) frequentemente enfrentavam dificuldades adicionais relacionadas a transições de vida, como síndrome do ninho vazio ou divórcios tardios, enquanto as mulheres de meia-idade lidavam com a reconstrução da identidade além dos papéis conjugais.

Resultados (opcional)

As participantes relataram melhorias significativas na regulação emocional (ex.: redução de sintomas de ansiedade), maior clareza na tomada de decisões e o estabelecimento de limites interpessoais mais saudáveis (especialmente em relacionamentos conjugais). O processo facilitou a liberação de lealdades familiares inconscientes ligadas a padrões transgeracionais (particularmente entre mulheres divorciadas provenientes de famílias com histórico de divórcios), promovendo reconexão com a resiliência interna. Resultados positivos se estenderam para as dinâmicas relacionais (80% das participantes casadas relataram melhora na resolução de conflitos) e para os comportamentos financeiros (redução de 50% na mentalidade de escassez, com casos de retorno ao mercado de trabalho e resolução de problemas financeiros). A intervenção promoveu de forma consistente o empoderamento, com clientes descrevendo autonomia renovada e fortalecimento do senso de pertencimento. O feedback das participantes é coletado por meio de relatos espontâneos, conversas de acompanhamento e depoimentos qualitativos. Abaixo alguns exemplos que ilustram resultados comuns:
Silvia (2024): “Tive depressão e síndrome de burnout; sofri muito, perdi meu emprego e precisei pedir demissão, o que me causou ainda mais sofrimento. Eu tomava medicação para dormir e até para conseguir sair da cama, e estava sempre muito nervosa e irritada. Em 2020, uma amiga me apresentou à Constelação Familiar, que me ajudou muito. Isso me permitiu acalmar e me enxergar com mais clareza. Hoje, não tomo mais nenhum medicamento, durmo muito bem e consigo fazer as coisas sem medo. Sou grata à minha amiga que me apresentou à Constelação Familiar e à Edna, que é minha consteladora e uma pessoa maravilhosa. Gratidão.”
Participante anônima (2023): Descreveu liberar emoções reprimidas, redefinir seu valor próprio e curar feridas profundas e antigas. Hoje, pratica o autocuidado e o amor-próprio, sentindo-se mais leve, confiante e feliz.
Lilian (2022): Antes das constelações, sofria com dores de cabeça incapacitantes que duravam semanas, sem resposta a tratamentos médicos. Desde o início das sessões, relata remissão completa dessas dores de cabeça crônicas.

Recomendações ou Desafios

A Constelação Familiar mostrou-se uma abordagem complementar eficaz e acessível para o cuidado da saúde emocional e mental, especialmente para mulheres. Embora seja oficialmente reconhecida pelo Sistema Único de Saúde (S SUS) como parte das Práticas Integrativas e Complementares (PICS), permanecem desafios devido à limitada compreensão entre profissionais de saúde e ao preconceito persistente em contextos institucionais. Em dezembro de 2024, o Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN), em colaboração com a BIREME/OPAS, publicou o primeiro Mapa de Evidências sobre a efetividade clínica da Constelação Familiar. Essa iniciativa buscou consolidar o conhecimento científico disponível e orientar políticas públicas e práticas profissionais. A análise incluiu 16 estudos, com 40 desfechos de saúde avaliados. Destes, 75% mostraram resultados potencialmente positivos para a saúde mental, 15% tiveram efeitos positivos confirmados e apenas 10% permaneceram inconclusivos. Esses resultados reforçam a importância de avançar nas pesquisas, ao mesmo tempo em que reconhecem o impacto já existente da Constelação Familiar como recurso terapêutico. Portanto, recomenda-se que a Constelação Familiar seja ainda mais integrada às estratégias abrangentes de saúde mental, especialmente no apoio a mulheres que enfrentam sobrecarga emocional, sofrimento afetivo, dificuldades relacionais e bloqueios financeiros transgeracionais. Instituições públicas e serviços de saúde mental devem incentivar formações baseadas em evidências, reduzindo o estigma e ampliando o acesso a práticas que apoiem o autocuidado, a autonomia e a resiliência emocional entre populações vulneráveis.

Palavras-chave
Family Constellation as an Integrative Approach for Women’s Emotional Healing: An Experience Report
Description

The reported experience is based on therapeutic sessions conducted both in-person (in private practices located in Paulínia and Campinas, São Paulo, Brazil) and online (via Google Meet platform). This regional context reflects Brazil's urban challenges, where women often face socioeconomic pressures exacerbated by familial and cultural dynamics. The methodology follows Bert Hellinger's systemic-phenomenological approach, using tools like symbolic figures, systemic questions, and metaphorical cards. The focus is on women experiencing recurrent emotional suffering, relationship difficulties, and financial blockages—common issues in this demographic.
The primary objective is to help participants reframe their life narratives within family systems, identifying unconscious loyalties, interrupted bonds, and hidden patterns affecting their emotional health, financial stability, and relationships. Clients reported significant improvements in emotional regulation, decision-making clarity, healthier boundaries, and resolution of long-standing personal/financial challenges.
The online Family Constellation groups began during the COVID-19 pandemic in 2020, following the systemic–phenomenological model developed by Bert Hellinger. Each group consists of up to 10 participants, with a primary focus on women, and runs for 10 weekly sessions (approximately three months), always on the same day. More than one group runs each week, with each meeting lasting two hours.
Sessions follow a structured sequence: (1) a check-in round for participants to share how they are arriving emotionally, fostering awareness of feelings; (2) a 30-minute workshop on predetermined themes (e.g., “What is Family Constellation,” “Orders of Love/Helping,” “Relationships with Mother/Father,” “Ancestry,” “Inner Child,” “Prosperity”); (3) a short centering exercise; and (4) the constellation itself, using the water field technique and participants as representatives. The constellation begins with the constellated person and the theme, progressively adding family system representatives until the source of tension emerges. This is often revealed by strong emotions such as tears, anger, or rejection. Awareness is facilitated through symbolic repositioning and reframing statements, ending when the field becomes lighter and tension dissipates. A brief systemic exercise closes the session.
Between 2020 and 2024, approximately 60 women participated, each attending between 1 and 10 constellations. Feedback is collected through spontaneous participant reports, follow-up conversations, and qualitative testimonials. Examples include

Problems Addressed

Many women between 35 and 65 years old sought Family Constellation therapy due to emotional suffering linked to unresolved family conflicts, financial instability, and transgenerational patterns. Among participants, 70% were married, while 30% were single and without children. Women over 55 were predominantly married or divorced mothers, with 80% of divorced participants coming from families where parental divorce had recurred across generations. These women reported feeling overwhelmed by repetitive cycles in relationships (especially romantic and financial ones), low self-esteem, and difficulties breaking free from inherited patterns of abandonment or scarcity. Common challenges included emotional dependence, inability to set boundaries, chronic anxiety, and financial blockages tied to unconscious family loyalties. Older participants (55+) often faced additional struggles with life transitions, such as empty nest syndrome or late divorces, while middle-aged women grappled with identity reconstruction beyond marital roles.

Results (optional)

Participants reported significant improvements in emotional regulation (e.g., reduction in anxiety symptoms), greater clarity in decision-making, and the establishment of healthier interpersonal boundaries (especially in marital relationships). The process facilitated the release of unconscious family loyalties linked to transgenerational patterns (particularly among divorced women from families with a history of divorce), fostering reconnection with inner resilience. Positive outcomes extended to relational dynamics (80% of married participants reported improved conflict resolution) and financial behaviors (a 50% reduction in scarcity mindset, with cases of reentry into the labor market and resolution of financial issues). The intervention consistently promoted empowerment, with clients describing renewed autonomy and a strengthened sense of belonging. Participant feedback is collected through spontaneous reports, follow-up conversations, and qualitative testimonials. Below are some examples that illustrate common results:
Silvia (2024): "I had depression and burnout syndrome; I suffered a lot, lost my job, and had to resign, which caused me even more suffering. I used to take medication to sleep and just to be able to get out of bed, and I was always very nervous and irritable. In 2020, a friend introduced me to Family Constellation, which helped me a lot. This allowed me to calm down and see myself more clearly. Today, I no longer take any medication, I sleep very well, and I can do things without fear. I am grateful to my friend who introduced me to Family Constellation and to Edna, who is my constellator and a wonderful person. Gratitude.”
Anonymous participant (2023): Described releasing repressed emotions, redefining self-worth, and healing deep, long-standing wounds. She now embraces self-care and self-love, feeling lighter, more confident, and happier.
Lilian (2022): Before constellations, suffered from debilitating headaches lasting weeks, unresponsive to medical treatment. Since starting sessions, she reports complete remission of these chronic headaches.

Recomendations or Challenges

Family Constellation has proven to be an effective and accessible complementary approach to emotional and mental health care, particularly for women. Although it is officially recognized by the Brazilian Unified Health System (SUS) as part of its Integrative and Complementary Practices (PICS), challenges remain due to limited understanding among health professionals and persistent prejudice in institutional settings. In December 2024, the Brazilian Academic Consortium on Integrative Health (CABSIN), in collaboration with BIREME/PAHO, published the first Evidence Map on the clinical effectiveness of Family Constellation. This initiative aimed to consolidate available scientific knowledge and guide public policies and professional practices. The analysis included 16 studies, with 40 health outcomes assessed. Of these, 75% showed potentially positive results for mental health, 15% had confirmed positive effects, and only 10% remained inconclusive. These results reinforce the importance of advancing research while acknowledging the existing impact of Family Constellation as a therapeutic resource. Therefore, it is recommended that Family Constellation be further integrated into comprehensive mental health strategies, especially to support women facing emotional overload, affective suffering, relational difficulties, and transgenerational financial blockages. Public institutions and mental health services should encourage evidence-informed training, reducing stigma and expanding access to practices that support self-care, autonomy, and emotional resilience among vulnerable populations.

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