Desde outubro de 2024, o Centro de Saúde Fazenda do Rio Tavares (CSFRT) em Florianópolis oferece Arteterapia Antroposófica, uma das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), reconhecida como uma aplicação da Antroposofia no campo da saúde.
Esta iniciativa resulta de uma parceria entre a Escola de Saúde Pública de Florianópolis, vinculada à administração municipal, e a Associação Sagres. Por meio dessa parceria, estagiários supervisionados do Ambulatório de Ensino e Social da Escola Sagres de Arteterapia Antroposófica prestam atendimento a pacientes encaminhados pela equipe de saúde do CSFRT. O projeto também recebe apoio financeiro essencial do Instituto Mahle, que possibilita a compra de materiais e oferece bolsas aos participantes da Sagres, viabilizando esta importante iniciativa social.
Há mais de 20 anos, o Ambulatório de Ensino e Social em Arteterapia Antroposófica (ADSTAAS) oferece cuidado terapêutico voltado ao bem-estar dos pacientes, à formação de estagiários e à pesquisa. O ambulatório apoia a Escola Sagres e contribui para a saúde pública por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPICS), ampliando o acesso às terapias antroposóficas no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil.
Implementar a Arteterapia Antroposófica na Atenção Primária à Saúde em Florianópolis/SC – Brasil.
Os estagiários mais experientes, supervisionados por um coordenador, formam a equipe terapêutica. A equipe trabalha em estreita colaboração com o pessoal de saúde do CSFRT, incluindo encaminhamentos de médicos e outros profissionais.
As sessões de terapia são realizadas às sextas-feiras, com duas opções de grupo:
Grupo 1: 08h00 às 09h15
Grupo 2: 09h45 às 11h00
Cada grupo conta com até quatro pacientes, mas o tratamento é individualizado — cada paciente segue um percurso terapêutico pessoal, mesmo dentro do contexto grupal.
A terapia inicia-se com expressão artística livre, permitindo que os pacientes se engajem em atividades criativas. Essas obras, juntamente com a anamnese e observações clínicas, auxiliam os terapeutas na construção de um quadro diagnóstico inicial, que orienta o plano terapêutico. Técnicas artísticas — como desenho, pintura e modelagem — são utilizadas para observar e influenciar condições de saúde, de acordo com os princípios da Medicina Antroposófica.
Durante o processo, os pacientes começam a se conectar com suas forças vitais internas, sentimentos e pensamentos, enfrentando desafios da vida — como doenças ou dificuldades pessoais — por meio da expressão artística. Com a orientação do estagiário-terapeuta, os pacientes são incentivados a responder criativamente a esses desafios. Com o tempo, desenvolvem a capacidade de usar suas forças formativas de maneira mais consciente e intencional, alinhando suas ações à essência individual e ao propósito de vida.
As tarefas terapêuticas são adaptadas às necessidades de cada paciente, buscando harmonizar os constituintes internos do ser humano. À medida que o processo artístico evolui, observa-se a melhora das queixas iniciais e podem surgir novos objetivos terapêuticos, sendo o principal deles apoiar a jornada de autodescoberta e autocura do paciente, promovendo desenvolvimento pessoal que beneficie tanto o indivíduo quanto a comunidade.
Para apoiar este processo, os pacientes avaliam seu nível de desconforto ou dificuldade usando uma escala subjetiva no início da terapia, sendo reavaliados ao longo do tratamento, inclusive no momento da alta.
O projeto emprega uma metodologia baseada nos sete processos da vida, desenvolvida pela terapeuta Mariane Altmaier. A evolução da terapia é continuamente monitorada, considerando as forças processuais presentes na expressão artística, as intenções do paciente e as percepções do terapeuta. Avaliações são realizadas em dois níveis:
Semanalmente, entre supervisor e estagiários
Mensalmente, entre supervisor, coordenador do ambulatório e gestor do projeto
Esse processo contínuo de observação, avaliação e orientação garante que a terapia permaneça alinhada à jornada individual de cura e aos objetivos terapêuticos de cada paciente.
Fortalecer a coordenação intersetorial e institucional para garantir a sustentabilidade do projeto.
Dado o impacto positivo observado no cuidado integral aos pacientes e na formação de estagiários, recomenda-se consolidar e expandir a integração entre os diversos atores envolvidos — Secretaria Municipal de Saúde, Associação Sagres, Instituto Mahle e equipes da Atenção Primária à Saúde. Isso inclui assegurar financiamento contínuo, capacitação constante das equipes e ampliação dos serviços para outras unidades da rede de atenção primária, promovendo equidade no acesso às Práticas Integrativas e Complementares em Saúde.
Since October 2024, the Fazenda do Rio Tavares Health Center (CSFRT) in Florianópolis has been offering Anthroposophic Artistic Therapy, one of the Integrative and Complementary Health Practices (PICS), recognized as an application of Anthroposophy in the field of health.
This initiative is the result of a partnership between the Florianópolis School of Public Health, part of the city’s municipal administration, and the Sagres Association. Through this partnership, supervised interns from the Teaching and Social Outpatient Clinic of the Sagres School of Anthroposophic Artistic Therapy provide care to patients referred by the CSFRT health team. The project also receives essential financial support from the Mahle Institute, which enables the purchase of materials and provides scholarships for Sagres participants, making this important social initiative possible.
For over 20 years, the Teaching and Social Outpatient Clinic in Anthroposophic Artistic Therapy (ADSTAAS) has offered therapeutic care focused on patients’ well-being, intern training, and research. The clinic supports the Sagres School and contributes to public health through the National Policy on Integrative and Complementary Health Practices (PNPICS), expanding access to anthroposophic therapies within Brazil’s public healthcare system (SUS).
Implement the Anthroposophic Artistic Therapy in Primary Health Care in Florianópolis/SC - Brazil
The most experienced interns, supervised by a coordinator, form the therapeutic team. The team works closely with the CSFRT health staff, including referrals from physicians and other professionals.
Therapy sessions are held on Fridays, with two group options available:
Group 1: 8:00 AM to 9:15 AM
Group 2: 9:45 AM to 11:00 AM
Each group consists of up to four patients, but the treatment is individualized—each patient follows a personal therapeutic path, even within a group setting.
The therapy begins with free artistic expression, allowing patients to engage in creative activities. These artworks, together with the anamnesis and clinical observations, help the therapists build an initial diagnostic image, which then guides the therapeutic plan. Artistic techniques—such as drawing, painting, and modeling—are used to observe and influence health conditions, in accordance with the principles of Anthroposophic Medicine.
During the process, patients begin to connect with their inner life forces, feelings, and thoughts, engaging with life’s challenges—such as illness or personal difficulties—through artistic expression. With the guidance of the intern therapist, patients are encouraged to respond to these challenges creatively. Over time, they develop the ability to use their formative forces more consciously and purposefully, aligning their actions with their individual essence and life purpose.
Therapeutic tasks are tailored to each patient’s needs, seeking to harmonize the human being’s inner constituents. As the artistic process evolves, improvements in the initial complaints are observed, and new therapeutic goals may emerge. The highest of these is to support the patient’s journey of self-discovery and self-healing, fostering personal development that benefits both the individual and the community.
To support this process, patients are asked to rate their level of discomfort or difficulty using a subjective scale at the beginning of therapy. This is reassessed throughout the treatment, including at the point of discharge.
The project employs a methodology based on the seven life processes, developed by therapist Mariane Altmaier. The evolution of the therapy is continuously monitored, considering the processual forces present in artistic expression, the patient’s intentions, and the therapist’s perceptions. Evaluations are conducted at two levels:
Weekly, between supervisor and interns
Monthly, among the supervisor, clinic coordinator, and project manager
This ongoing process of observation, evaluation, and guidance ensures that the therapy remains aligned with each patient’s individual healing journey and therapeutic goals.
Strengthen intersectoral and institutional coordination to ensure the sustainability of the project.
Given the positive impact observed in the comprehensive care of patients and in the training of interns, it is recommended to consolidate and expand the integration among the various stakeholders involved — the Municipal Health Department, the Sagres Association, the Mahle Institute, and the Primary Health Care teams. This includes ensuring ongoing funding, continuous training for the teams, and the expansion of services to other units within the primary care network, thus promoting equity in access to Integrative and Complementary Health Practices.
