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Flower essences as a complementary intervention for people with autism – experience at AAMPARA, Associação de Atendimento e Apoio ao Autista, Brazil
Rosana de Melo Souto
rosana.floral@gmail.com
Brazil
Essências florais como intervenção complementar para pessoas com autismo – experiência na AAMPARA, Associação de Atendimento e Apoio ao Autista, Brasil
Descrição

Este relato apresenta a experiência do uso de essências florais em pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) na AAMPARA, instituição social localizada em Curitiba, Brasil. A associação oferece atendimento multidisciplinar a pessoas autistas em situação de vulnerabilidade socioeconômica e suas famílias. Desde 2017, a terapia floral foi incluída como intervenção complementar, juntamente com terapias convencionais como fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, pedagogia e musicoterapia, oferecidas uma vez por semana.

O serviço é realizado em formato híbrido: presencial, a cada quinze dias, e remoto.
Esse modelo otimiza o acesso das crianças às terapias dentro de tempos limitados. O atendimento remoto é realizado a partir das informações fornecidas por pais e/ou familiares por meio de fichas de anamnese — Avaliação Inicial/Consentimento e Acompanhamento — desenvolvidas para o serviço. A radiestesia é empregada como ferramenta diagnóstica complementar para a seleção individualizada das essências florais. São utilizadas as linhas tradicionais das Essências Florais de Bach (inglesas) e Florais de Saint Germain (brasileiras).

Além das sessões individuais para mães e familiares, o tempo na instituição também é utilizado para a realização de palestras informativas sobre terapia floral. Nessas rodas de conversa, são feitos esclarecimentos, dinâmicas e discussões com base nas qualidades de cura das flores. Esses encontros promovem expressão emocional, compreensão e maior adesão à terapia.

As essências destinadas às pessoas autistas são, em geral, preparadas em gel de álcool sanitário para uso tópico nas palmas das mãos, conforme a frequência prescrita. Quando preferido pelas mães, podem também ser formuladas em frascos de uso oral ou spray, para uso emergencial na instituição.

Inicialmente, a preparação e fornecimento das essências florais eram totalmente realizados pela terapeuta, sem custo às famílias, com oferta contínua das essências de Bach. Uma parceria com o produtor das essências de Saint Germain garantiu apoio regular dessa linha. A partir de 2020, uma farmácia privada assumiu a preparação das essências destinadas ao público da AAMPARA como parte de sua responsabilidade social corporativa.

Antes da pandemia de COVID-19, todas as fichas de anamnese eram em papel. Após a pandemia, foram digitalizadas, permitindo melhor acompanhamento individual e visão coletiva do serviço.
Além disso, devido às demandas profissionais da pesquisadora, a partir de 2019 as atividades presenciais passaram a ser conduzidas por outra terapeuta, também capacitada em terapia floral. A pesquisadora continuou atendendo o público autista remotamente e realizando palestras on-line ou presenciais para as famílias da AAMPARA.

O presente relato abrange os desfechos terapêuticos de 60 indivíduos, com idades entre 2 e 26 anos, atendidos entre setembro de 2021 e abril de 2025.
Os dados gerais indicam melhorias significativas nos sintomas centrais do TEA, especialmente na interação social (65%) e nos comportamentos repetitivos (61%). Foram relatadas mudanças positivas também em sintomas associados e comorbidades — como comportamentos autoagressivos, enurese, seletividade alimentar e distúrbios do sono. Além disso, a rapidez com que os pais relatam notar melhorias soma 61%, sendo 18% em menos de um mês e 43% em até um mês.

Problemas abordados

O público da AAMPARA possui condições financeiras muito limitadas. Algumas famílias dependem de benefícios governamentais para sobreviver e têm múltiplos filhos autistas. Devido à alta demanda por profissionais especializados em autismo, a AAMPARA precisou implementar uma taxa social para manter os atendimentos terapêuticos. Contudo, até mesmo esse valor pode ser inacessível para algumas famílias. Assim, a grande rotatividade do público atendido impede um acompanhamento de longo prazo e a coleta de dados mais abrangente.

Outro desafio é a baixa escolaridade de muitos cuidadores, o que afeta a qualidade das respostas nos formulários de anamnese e a compreensão do paradigma de cura das essências florais. Portanto, a presença de um terapeuta para facilitar as atividades é essencial para promover adesão terapêutica.

Resultados (opcional)

A implementação da terapia floral na AAMPARA surgiu de um encontro entre a pesquisadora e a presidente da instituição, que aceitou testar as essências florais para sua filha de 17 anos. A jovem apresentava distúrbios de sono desde uma regressão autística aos 18 meses. Os pais se revezavam durante as noites devido ao sono agitado e a movimentos autoagressivos intensos. A família havia tentado diferentes tratamentos sem sucesso. Inicialmente desconfiada e sem esperança, a mãe consentiu no uso tópico das essências nas mãos da filha. Em um mês, a jovem passou a dormir profundamente e de forma tranquila, surpreendendo seus pais. Até hoje, mãe e filha continuam utilizando essências florais.

Como o público da AAMPARA possui acesso restrito a terapias convencionais, a terapia floral mostrou-se uma intervenção complementar essencial para o desenvolvimento dos atendidos.
O presente relato reflete dados coletivos obtidos por meio dos formulários de Avaliação Inicial e Acompanhamento, alinhados ao calendário acadêmico brasileiro: distribuídos no início do ano e antes ou depois das férias de meio e fim de ano.

Os dados de acompanhamento confirmam melhorias consistentes em áreas-chave do TEA, especialmente interação social (65%) e comportamentos repetitivos (61%). Cuidadores frequentemente relatam início rápido das mudanças positivas. Além disso, a opção “nenhuma melhora” permanece baixa ou ausente em quase todos os itens avaliados, sugerindo eficácia de amplo espectro. Embora o grau de melhora varie, cada pessoa recebeu uma fórmula personalizada, demonstrando a importância da abordagem individualizada. Questões como distúrbios do sono, seletividade alimentar e controle urinário mostraram progressos notáveis. Mesmo pequenas melhoras podem ter impacto profundo no bem-estar familiar.

Recomendações ou Desafios

A implementação da terapia floral depende do tipo de instituição e de sua equipe. Na AAMPARA, o modelo híbrido de atendimento mostrou-se viável para um número limitado de famílias. Contudo, para aplicação mais ampla, é essencial planejar como as essências serão fornecidas ao público. A AAMPARA optou por assumir integralmente essa provisão.

No Brasil, como a terapia floral já está incluída no Sistema Único de Saúde (SUS) e muitos conselhos profissionais já regulamentaram o uso de essências florais por seus membros, oferecer esse serviço em unidades públicas de saúde, voltado para pessoas com autismo, poderia ser de grande auxílio para famílias de baixa renda em todo o país.
Na AAMPARA, todos os terapeutas envolvidos no serviço passam por treinamento específico para garantir atendimento competente e ético.

Os resultados positivos observados na AAMPARA reforçam a necessidade de novas pesquisas científicas para consolidar o uso das essências florais como uma intervenção complementar, natural e segura para pessoas com autismo de todas as idades.

Palavras-chave
Flower essences as a complementary intervention for people with autism – experience at AAMPARA, Associação de Atendimento e Apoio ao Autista, Brazil
Description

This report features the experience of using flower essences for people with autism spectrum disorder (ASD) at AAMPARA, a social institution located in Curitiba, Brazil. The association provides multidisciplinary assistance to socioeconomically vulnerable autistic individuals and their families. Since 2017, flower essence therapy has been included as a complementary intervention alongside conventional therapies such as speech therapy, psychology, occupational therapy, pedagogy, and music therapy, offered once a week.
The service is conducted in a hybrid format: in-person, every fifteen days, and remotely.
This hybrid model optimizes the children's access to therapies within limited timeframes. Autistic people are attended remotely based on information provided by parents and/or other family member through intake forms—Initial Evaluation/Consent and Follow-Up, developed for the service. Dowsing is employed as a complementary diagnostic tool for the individualized selection of flower essences. The ranges used are: the traditional English Bach Flower Essences and the Brazilian Saint Germain Flower Essences.
In addition to individual flower essence sessions for mothers and family members, time at the institution is also used to conduct informational talks on flower essence therapy. These include discussions, clarification of doubts and dynamics based on the healing qualities of flowers. These talk circles foster emotional expression, understanding and greater adherence to the therapy.
Essences for autistic people are usually prepared in a sanitary alcohol gel base for topical use on the palms, according to the prescribed frequency. When preferred by mothers, they may also be formulated in oral dosage bottles or in spray, for emergency use at the institution.
Initially, the preparation and supply of flower essences were entirely managed by the therapist at no cost to families, with continuous provision of Bach essences. A partnership with the producer of Saint Germain Flower Essences ensured regular support of this range. From 2020 onwards, a private pharmacy has assumed essence preparation for AAMPARA´s public as part of its corporate social responsibility.
Before the COVID-19 pandemic, all intake forms were in paper. Post-pandemic, these were digitized, allowing enhanced individual therapeutic tracking and a collective overview of the service.
In addition, due to researcher´s professional demands, from 2019 on, in person activities have started to be carried out by another therapist, well trained in flower essence therapy too. The researcher has continued attending the autistic public remotely and conducting lectures either on-line or in person for AAMPARA´s families.
The present report covers the therapeutic outcomes of 60 individuals aged 2 to 26 years, attended between September 2021 and April 2025.
Overall data indicate significant improvements in core ASD symptoms, particularly social interaction (65%) and repetitive behaviours (61%). Positive changes in associated symptoms and comorbidities—such as self-injurious behaviours, enuresis, food selectivity, and sleep disorders—were also reported. In addition, the quickness parents report noticing positive changes reaches the sum of 61% in a period of less than month (18%) and 43% in a month.

Problems Addressed

AAMPARA´s public have a very limited financial condition. Some families depend on government benefits to survive and have multiple autistic children. Due to an increased demand of specialized autism professionals, AAMPARA had to implement a social fee to maintain therapeutic services. However, even this can be unaffordable for some families. Therefore, the institution public big rotativity prevents a long-term tracking and comprehensive data collection.
Another challenge is the limited literacy of many caregivers, which affect the quality of answers on intake forms and understanding of flower essence healing paradigm. Therefore, the presence of a therapist to facilitate activities is essential to promote therapeutic adhesion.

Results (optional)

Flower essence therapy implementation at AAMPARA resulted from a meeting between the researcher and its president, who has agreed to trying flower essences for her 17-year-old daughter. The young lady has suffered from sleep disorders, since an autistic regression at 18 months. Both parents used to alternate during the nights due to her restless sleep and intense self-injuring movements. The family have tried different treatments without success. Initially suspicious and hopeless, the mother consented to topical application of essences on her daughter’s hands. Within a month, the young lady was sleeping deeply and peacefully, surprising her parents. Both mother and daughter continue to use flower essences until today.
Since AAMPARA´s public has a restricted access to conventional therapies, flower essence therapy has emerged as a key complementary intervention for its further development.
The present report reflects collective data obtained through Initial Evaluation and Follow-Up forms, aligned with the Brazilian academic calendar: forms are distributed at the beginning of the year and before or after mid- and end-of-year holidays.
The follow-up data confirm consistent improvements in key ASD areas, especially social interaction (65%) and repetitive behaviours (61%). Caregivers frequently report rapid onset of positive changes. In addition, the not at all option remains low or absent across nearly all evaluation items, suggesting broad-spectrum efficacy. Although the degree of improvement varies, each person received a personalized formula, demonstrating the importance of individualized approach. Issues such as sleep disorders, food selectivity, and urinary control showed notable progress. Even small improvements can have a profound impact on family well-being.

Recomendations or Challenges

The implementation of flower essence therapy depends on the kind of institution and staff. At AAMPARA, the hybrid service model has proven feasible for a limited number of families. However, for broader application, it is essential to plan how essences will be provided for the public. AAMPARA has opted to fully support the provision of flower essences to its public.

In Brazil, since Flower essence therapy is already included in the Brazilian National Health Service (SUS) and many professionals’ councils have already regulated the use of flower essences by their members, offering this service at public health units, aimed for people with autism, could be of considerable help for low-income families all across the country.
At AAMPARA, all therapists involved in the service undergo specific training to ensure competent and ethical care.
The positive outcomes observed at AAMPARA Autism support further scientific research to consolidate the use of flower essences as a natural and safe complementary intervention for people with autism of all ages.

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