Resumo
Este trabalho apresenta o relato de experiência dos extensionistas no projeto “Relaxamento Induzido como Estratégia de Saúde”, realizado entre 2023 e 2024 na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O público-alvo foi composto por 356 pessoas, tanto da comunidade universitária quanto do público em geral. Para os extensionistas, foi surpreendente observar como uma prática tão simples pôde gerar um impacto tão profundo — a simplicidade das sessões contrastava fortemente com a profundidade dos efeitos observados.
As Terapias Complementares englobam sistemas médicos complexos e outras abordagens terapêuticas que hoje são reconhecidas no sistema de saúde brasileiro e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como parte da Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa. No Brasil, diversas Terapias Complementares aprovadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares incorporam técnicas de meditação e relaxamento. Essas abordagens se baseiam no princípio de que “qualquer imagem firmemente mantida na mente tende a se manifestar”, sugerindo que as práticas de relaxamento auxiliam as pessoas a obter controle sobre suas imagens mentais, promovendo mudanças físicas.
De acordo com o World Mental Health Report da OMS (2022), a saúde mental tornou-se uma questão urgente devido às suas consequências, incluindo sofrimento psicológico, abusos, incapacidades, estigma e violações de direitos humanos. Reconhecendo os benefícios do Relaxamento Induzido (Carneiro, Caribé e Rego, 2020) e compreendendo os programas de extensão universitária como mediadores essenciais entre a academia e as necessidades sociais, a UFPB lançou o projeto “Relaxamento Induzido como Estratégia de Saúde”. Este relato documenta as experiências dos extensionistas durante 2023 e 2024. O projeto atuou como estratégia de saúde voltada ao autocuidado, ao mesmo tempo em que proporcionou formação para estudantes e fomentou pesquisas sobre terapias integrativas.
Os participantes incluíram docentes, discentes, técnicos administrativos, prestadores de serviços e público em geral, totalizando 356 pessoas. O engajamento ocorreu por meio de atendimentos individuais e em grupo nos campi da UFPB, bem como pela prática pessoal fora do ambiente acadêmico. Outras atividades incluíram: postagens regulares no Instagram (@relaxamentoinduzidoufpb); distribuição de panfletos informativos no campus; apresentações acadêmicas em eventos científicos; elaboração de um trabalho de conclusão de curso por bolsista do projeto.
As sessões de relaxamento conduziam os participantes por técnicas simplificadas de respiração e consciência corporal, com duração aproximada de 20 minutos, seguidas de momentos de compartilhamento em grupo.
Principais Experiências
Grupo de Trabalhadores de Serviços: Sessões semanais, embora breves, foram profundamente significativas; participantes com rotinas exaustivas (muitas vezes sem pausa para almoço) relataram que esses momentos eram um alívio vital. Comentários frequentes: “Melhora o meu dia”, “Não falto a nenhuma sessão”, “Gostaria que fosse todo dia”.
Grupo de Idosos (Instituto Paraibano do Envelhecer, vinculado à UFPB): Sessões semanais de uma hora trouxeram retornos significativos: “Foi excelente”, “Pratico em casa — ajuda a dormir”, “Virei toda semana”, “Não perco por nada”, “Me senti em total paz”.
Reflexões dos Extensionistas: surpresa com o impacto profundo de uma prática simples; reconhecimento das diferenças individuais — alguns participantes aderiram rapidamente ao relaxamento, enquanto outros precisaram de mais tempo, evidenciando a singularidade de cada trajetória; crescimento profissional — a experiência reforçou a importância da escuta empática, do respeito às individualidades e do cuidado humanizado, valores que moldarão suas futuras práticas profissionais.
O projeto evidenciou o potencial transformador das práticas de relaxamento na promoção do bem-estar mental e emocional. Também demonstrou o papel fundamental dos programas de extensão universitária na articulação entre o conhecimento acadêmico e as necessidades de saúde da comunidade.
Abstract
This work presents the experience report of extension workers in the project "Induced Relaxation as a Health Strategy" conducted from 2023 to 2024 at the Federal University of Paraíba (UFPB). The target audience consisted of 356 individuals from both the university community and the general public. For the extension workers, it was surprising to observe how such a simple practice could have such a profound impact—the simplicity of the sessions contrasted sharply with the depth of the effects observed.
Complementary Therapies encompass complex medical systems and other therapeutic approaches that are now recognized within the Brazilian healthcare system and by the World Health Organization (WHO) as part of Traditional, Complementary, and Integrative Medicine. In Brazil, various Complementary Therapies approved by the National Policy on Integrative and Complementary Practices incorporate meditation and relaxation techniques. These approaches are based on the principle that "any image firmly held in the mind is bound to manifest," suggesting that relaxation practices help individuals gain control over their mental imagery, leading to physical changes.
According to the WHO’s World Mental Health Report (2022), mental health has become a pressing issue due to its consequences, including psychological distress, abuse, disabilities, stigma, and human rights violations. Recognizing the benefits of Induced Relaxation (Carneiro, Caribé, and Rego, 2020) and understanding university extension programs as key mediators between academia and societal needs, UFPB launched the "Induced Relaxation as a Health Strategy" project. This report documents the experiences of extension workers during 2023 and 2024. The project served as a self-care health strategy, while also providing training for students and fostering research on integrative therapies.
Participants included faculty, students, administrative staff, service providers, and the general public, totaling 356 individuals. Engagement occurred through individual and group sessions across UFPB campuses, as well as personal practice outside the academic setting. Additional activities included: Regular posts on Instagram (@relaxamentoinduzidoufpb); distribution of informational pamphlets on campus; academic presentations at scientific events; a related undergraduate thesis developed by a scholarship recipient; the relaxation sessions guided participants through simplified breathing techniques and body awareness exercises, lasting approximately 20 minutes, followed by group sharing. Key Experiences. Service Workers Group: Weekly sessions, though brief, were deeply meaningful; participants facing exhausting routines (often working through lunch breaks) found these moments to be a vital respite. Common remarks: "This improves my day," "I never miss a session," "I wish this happened daily. Elderly Group (Paraíba Institute of Elderly, UFPB-affiliated): one-hour weekly sessions yielded significant feedback: "It was excellent," "I practice at home—it helps me sleep," "I’ll come every week," "I won’t miss it for anything," "I felt completely at peace.” Reflections from Extension Workers: surprise at the profound impact of a simple practice; recognition of individual differences: Some participants embraced relaxation quickly, while others required more time, highlighting the uniqueness of each person’s response; professional growth: The experience reinforced the importance of empathetic listening, respect for individual journeys, and humanized healthcare—values that will shape their future careers.
This project underscored the transformative potential of relaxation practices in promoting mental and emotional well-being. It also demonstrated the role of university extension programs in bridging academic knowledge and community health needs.