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CULTIVATING INTEGRATIVE HEALTH: THE EXPERIENCE OF COMMUNITY THERAPY CIRCLES IN THE OUTSKIRTS OF SÃO PAULO
Robinson Moreira dos Santos
articulacaoterritorial@farolsaudeintegrativa.com
Brazil
CULTIVANDO SAÚDE INTEGRATIVA: A EXPERIÊNCIA DOS CÍRCULOS DE TERAPIA COMUNITÁRIA NOS ARREDORES DE SÃO PAULO
Descrição

Capão Redondo, localizado na zona sul de São Paulo, enfrenta alta vulnerabilidade social, incluindo acesso limitado à saúde, educação e emprego. Historicamente, a comunidade tem se apoiado em formas coletivas de organização — como clubes de mães e movimentos habitacionais — para enfrentar desafios estruturais. A pandemia de COVID-19 agravou os problemas de saúde mental, evidenciando a necessidade de intervenções acessíveis e sem estigma.

A Farol Saúde Integrativa, uma empresa social, introduziu círculos de Terapia Comunitária Integrativa (TCI) — uma prática de saúde complementar de origem brasileira (PICS) — para oferecer apoio emocional e fomentar a ajuda mútua, considerando que a TCI está entre as Práticas Integrativas e Complementares reconhecidas pela Política Nacional de Saúde Integrativa (BRASIL, 2006). As sessões ocorreram na sede da Farol e em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS Jardim Lídia e UBS Maracá), escolhidas por sua acessibilidade e confiança da comunidade.

O projeto envolveu adultos de baixa renda, predominantemente mulheres descendentes de migrantes do Nordeste brasileiro, muitas atuando como cuidadoras e enfrentando estresse crônico, luto e dificuldades socioeconômicas.

Problemas abordados

Os círculos de terapia visaram enfrentar desafios críticos da comunidade de Capão Redondo. Muitos participantes nunca buscaram apoio em saúde mental devido ao estigma cultural, que desencoraja discussões abertas sobre questões emocionais. O isolamento social foi outro problema, especialmente entre mulheres cuidadoras, que relataram sentir-se sobrecarregadas e sem oportunidades de autocuidado. Vulnerabilidades sistêmicas — como acesso limitado à moradia estável, educação e emprego — agravaram o estresse e as desigualdades em saúde. O luto e o trauma também foram temas recorrentes, com relatos de perdas relacionadas à violência comunitária e ao envelhecimento.

Resultados (opcional)

Os círculos de terapia comunitária promoveram um ambiente acolhedor que reduziu o estigma em saúde mental, incentivando os participantes — principalmente mulheres cuidadoras — a compartilhar suas dificuldades. Apesar da baixa participação masculina, as sessões aumentaram a conscientização sobre a importância da saúde mental. A maioria dos participantes era nova na prática, mas todos relataram experiências profundamente impactantes, sem resistência observada durante as sessões.

Os círculos fortaleceram vínculos sociais, cultivando solidariedade e senso de pertencimento. Os participantes relataram redução de sintomas de ansiedade e depressão, maior resiliência emocional e adoção de práticas coletivas de autocuidado. Entre as principais preocupações levantadas estavam o burnout de cuidadores (especialmente mulheres com autonomia limitada) e o luto relacionado à violência local ou ao envelhecimento. A integração com o SUS também contribuiu para abordagens de cuidado mais humanizadas.

De modo geral, os círculos aumentaram a conscientização comunitária sobre saúde mental e práticas integrativas, capacitando indivíduos a enfrentar desafios de forma coletiva.

Recomendações ou Desafios

Apenas cerca de 25% das vagas oferecidas foram ocupadas devido ao estigma cultural sobre saúde mental. A participação foi majoritariamente feminina, indicando que os homens têm menor propensão a buscar cuidado em saúde mental.

Para sustentar e ampliar o impacto da iniciativa, recomenda-se:

Estratégias de divulgação direcionadas para engajar mais homens, envolvendo líderes comunitários e mensagens adaptadas;

Maior apoio institucional para garantir a viabilidade a longo prazo;

Capacitação de facilitadores adicionais;

Documentação dos resultados a longo prazo por meio de pesquisas, fortalecendo a legitimidade da prática, atraindo financiamento e possibilitando sua replicação em outras comunidades vulneráveis.

Palavras-chave
CULTIVATING INTEGRATIVE HEALTH: THE EXPERIENCE OF COMMUNITY THERAPY CIRCLES IN THE OUTSKIRTS OF SÃO PAULO
Description

Capão Redondo, located in São Paulo’s southern outskirts, faces high social vulnerability, including limited access to healthcare, education, and employment. Historically, the community has relied on collective organizing — such as mothers’ clubs and housing movements — to address structural challenges. The COVID-19 pandemic exacerbated mental health struggles, highlighting the need for accessible, non-stigmatizing interventions.
Farol Saúde Integrativa, a social enterprise, introduced integrative community therapy (ICT) circles —a Brazilian-origin complementary health practice (PICS) (BARRETO, 2018) — to provide emotional support and foster mutual aid considering that ICT is one of the Complementary and Integrative Health Practices (PICS) recognized and accepted by the national Integrative Health Policy (BRASIL, 2006). Sessions were held at Farol’s headquarters and two public primary healthcare units (UBS Jardim Lídia and UBS Maracá), chosen for their accessibility and community trust.
The project engaged low-income adults, predominantly women of Northeastern Brazilian migrant descent, many of whom were caregivers experiencing chronic stress, grief, and socio economic hardships.

Problems Addressed

The therapy circles aimed to address several critical challenges faced by the Capão Redondo community. Many participants had never sought mental health support due to enduring cultural stigma, which often discourages open discussions about emotional struggles. Social isolation was another key issue, particularly among women caregivers, who reported feeling overwhelmed by their responsibilities while having few opportunities for self-care. Systemic vulnerabilities—such as limited access to stable housing, education, and employment—further compounded stress and health disparities. Additionally, grief and trauma emerged as recurring themes, with participants sharing experiences of loss tied to community violence and the struggles of aging.

Results (optional)

The community therapy circles fostered a welcoming environment that reduced mental health stigma, encouraging participants—primarily women caregivers—to openly share their struggles. Despite low male attendance, the sessions promoted growing awareness of mental health’s importance. Most participants were new to this practice, yet all described the experience as deeply impactful, with no resistance observed during sessions. Many expressed interest in returning, underscoring the community’s need for emotional support. The circles strengthened social bonds, cultivating solidarity and a sense of belonging. Participants reported reduced anxiety and depression symptoms, improved emotional resilience, and the adoption of collective self-care practices. Key concerns raised included caregiver burnout (particularly among women with limited autonomy) and grief related to local violence or aging. By integrating with the local public health system (SUS), the initiative also contributed to more humanized healthcare approaches. Overall, the circles enhanced community awareness of mental health and integrative practices, empowering individuals to address challenges collectively.

Recomendations or Challenges

Only about 25% of the vacancies offered were occupied by the participants due to challenges posed by the cultural stigma regarding mental health. The participants were also overwhelmingly women, which also demonstrates that men are also less likely to seek mental health care.
To sustain and expand the initiative’s impact, targeted outreach efforts should engage more men through community leaders and tailored messaging, while stronger institutional support could ensure long-term viability. Training additional facilitators and documenting the program’s long-term outcomes through research would further legitimize the practice, attract funding, and enable replication in other vulnerable communities.

Keywords
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