1101
Community Garden with Medicinal Plants: Integrating Popular Knowledge and Health Promotion in Primary Care
Rafaella Lima Souza da Silva
rafaellalimassilva@gmail.com
Brasil
Horta Comunitária com Plantas Medicinais: Integrando Saberes Populares e Promoção da Saúde na Atenção Primária
Descrição

A valorização das práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde (SUS) reforça a importância de iniciativas que resgatem os saberes populares e fortaleçam os vínculos entre comunidade, território e cuidado em saúde. No contexto da atenção primária, práticas como o uso de plantas medicinais, o cuidado tradicional e a integração com o meio ambiente são fundamentais para uma abordagem mais ampla da saúde. Nesse cenário, as hortas comunitárias surgem como espaços para promover saúde, educação ambiental, segurança alimentar, construção de vínculos e integração social, com grande potencial de atuação no território das unidades básicas de saúde. O projeto de extensão universitária “Compartilhando saberes sobre plantas medicinais entre usuários do SUS e estudantes de graduação em saúde” será desenvolvido na horta comunitária do Centro Municipal de Saúde Salles Netto, vinculado a uma clínica de família, localizada em área urbana do Rio de Janeiro. O território em que o centro está inserido é caracterizado pela diversidade social, forte presença de saberes tradicionais e desafios relacionados à promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas. A horta comunitária já existe e envolve a participação de usuários e profissionais interessados na articulação entre saúde, meio ambiente e cultura popular. A iniciativa reúne estudantes de enfermagem, medicina e farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em coordenação com profissionais da equipe de saúde do Centro Municipal Salles Netto e usuários do território. A proposta visa promover a troca de saberes, experiências de cuidado e práticas educativas centradas no uso de plantas medicinais, com foco no fortalecimento da atenção primária e do cuidado integral. Essa ação integra os princípios da extensão universitária crítica e transformadora, conectando ensino, serviço e comunidade em uma proposta colaborativa de atuação no SUS. As atividades incluem rodas de conversa sobre saúde e práticas tradicionais, oficinas práticas sobre preparo de chás, pomadas, temperos naturais e compostagem, além do incentivo contínuo ao cultivo, manejo e colheita de plantas medicinais na horta comunitária. Essas ações são planejadas conjuntamente por estudantes, profissionais e membros da comunidade, valorizando o protagonismo popular e a escuta ativa na construção coletiva do conhecimento. O público-alvo principal é formado por usuários da clínica de família e moradores do território, com atenção especial a grupos que já participam de ações na horta, como idosos, agentes comunitários de saúde e líderes locais. Os estudantes terão a oportunidade de vivenciar o cotidiano da área, desenvolver habilidades de comunicação e educação em saúde, conhecer o uso tradicional de plantas medicinais e refletir sobre o papel da universidade na transformação das realidades locais. As ações educativas e de incentivo ao cultivo promovem a articulação entre ensino, serviço e comunidade. O projeto incentiva o uso de recursos naturais, acessíveis e culturalmente significativos como forma de cuidado e prevenção, além de contribuir para a soberania alimentar e o cuidado ambiental. Ao integrar conhecimento acadêmico às práticas populares, o projeto contribui para uma formação profissional crítica, sensível às necessidades sociais e comprometida com os princípios do SUS. Ao promover o uso consciente das plantas medicinais e o cultivo coletivo, o projeto consolida essa prática como uma estratégia acessível e efetiva de cuidado em saúde, fortalecendo a territorialidade e promovendo a cidadania. A horta comunitária torna-se um espaço onde os saberes do território e as práticas coletivas de saúde se encontram, promovendo autonomia, pertencimento, vínculos e participação social.

Problemas abordados

A proposta enfrenta a desvalorização do saber popular sobre plantas medicinais no SUS, o baixo nível de integração entre universidade e território e a escassez de práticas coletivas de saúde envolvendo usuários e profissionais das unidades básicas de saúde. Busca também superar a fragmentação das ações educativas na atenção primária e a falta de espaços comunitários para cuidado e bem-estar, promovendo o uso de hortas como estratégia de saúde coletiva, alimentação saudável, integração social e valorização da territorialidade.

Resultados (opcional)

Embora ainda em fase inicial, espera-se a participação ativa da comunidade, o fortalecimento do vínculo entre usuários e profissionais e o resgate do uso cotidiano de plantas medicinais como parte do cuidado em saúde. Para os estudantes, espera-se o desenvolvimento de habilidades de comunicação, práticas educativas e maior consciência social. A horta comunitária é entendida não apenas como espaço de cultivo, mas também como território para promoção da saúde, educação ambiental, trocas intergeracionais e construção coletiva do conhecimento.

Recomendações ou Desafios

Entre os desafios previstos estão a limitação da área de cultivo, a necessidade de insumos e ferramentas, a continuidade das ações e o engajamento de profissionais de saúde e usuários. Recomenda-se que a implementação de práticas similares considere o contexto local, incentive a escuta ativa da comunidade e fortaleça parcerias institucionais. A experiência indica que hortas comunitárias vinculadas à atenção primária podem ser espaços de cuidado, formação e transformação social, desde que sustentadas por vínculos afetivos, compartilhamento de saberes e participação coletiva.

Palavras-chave
Community Garden with Medicinal Plants: Integrating Popular Knowledge and Health Promotion in Primary Care
Description

The appreciation of integrative and complementary practices in the Unified Health System (SUS) reinforces the importance of initiatives that rescue popular knowledge and strengthen the links between community, territory, and health care. In particular, in the context of primary care, practices such as the use of medicinal plants, traditional care, and integration with the environment are fundamental elements for a broader approach to health. In this scenario, community gardens emerge as powerful spaces for promoting health, environmental education, food security, building bonds, and social integration, with great potential for action in the territory of basic health units. The university extension project “Sharing knowledge about medicinal plants among Unified Health System users and undergraduate health students” will be developed in the community garden of the Salles Netto Municipal Health Center, linked to a family clinic, located in an urban area of the municipality of Rio de Janeiro. The territory in which the Municipal Health Center is located is characterized by social diversity, a strong presence of traditional knowledge, and challenges related to health promotion and the prevention of chronic diseases. The community garden already exists in the area and involves the participation of users and professionals interested in the articulation between health, the environment, and popular culture. The initiative brings together nursing, medicine, and pharmacy students from the Federal University of Rio de Janeiro, in coordination with professionals from the Salles Netto Municipal Health Center health team and users in the territory. The proposal aims to promote the exchange of knowledge, care experiences, and educational practices centered on the use of medicinal plants, with a focus on strengthening primary care and comprehensive care. This action is part of the principles of critical and transformative university extension, connecting teaching, service, and community in a collaborative proposal for action in the Unified Health System. The activities developed in the project include conversation circles on health and traditional practices, practical workshops on the preparation of teas, ointments, natural seasonings, and composting, in addition to continuous encouragement for the cultivation, management, and harvesting of medicinal plants in the community garden. These actions are planned jointly by students, professionals, and community members, valuing popular protagonism and active listening as central elements in the collective construction of knowledge. The main target audience is made up of users of the family clinic and residents of the territory, with special attention to groups that already participate in actions in the garden, such as the elderly, community health agents, and local leaders. The students involved will have the opportunity to experience daily life in the area, develop communication and health education skills, learn about the traditional use of medicinal plants, and reflect on the role of the university in transforming local realities. The educational and cultivation incentive actions therefore promote effective coordination between teaching, service, and the community. The project encourages the use of natural, accessible, and culturally significant resources as a form of care and prevention, in addition to contributing to food sovereignty and environmental care. By integrating academic knowledge with popular practices, the project also aims to contribute to a more critical professional training, sensitive to social needs and committed to the principles of the Unified Health System. By promoting the conscious use of medicinal plants and collective cultivation in the garden space, the project consolidates this practice as an accessible and effective strategy for health care, strengthening territoriality, and promoting citizenship. The community garden thus becomes a symbolic and concrete space where the knowledge of the territory and collective health practices meet, fostering autonomy, belonging, bonds, and social participation.

Problems Addressed

The proposal addresses the devaluation of popular knowledge about medicinal plants in the Unified Health System, the low level of integration between the university and the territory, and the scarcity of collective health practices involving users and professionals from basic health units. It also seeks to overcome the fragmentation of educational actions in primary care and the lack of community spaces for care and well-being, promoting the use of vegetable gardens as a strategy for collective health, healthy eating, social integration, and appreciation of territoriality.

Results (optional)

Although still in its early stages, active community participation, strengthening of the bond between users and professionals, and the revival of the daily use of medicinal plants as part of health care are expected. For students, the development of communication skills, educational practices, and greater social awareness is anticipated. The community garden is understood not only as a space for cultivation, but also as a territory for promoting health, environmental education, intergenerational exchanges, and collective knowledge building.

Recomendations or Challenges

Among the challenges anticipated are the limited cultivation area, the need for inputs and tools, the continuity of actions, and the engagement of health professionals and users. It is recommended that the implementation of similar practices take into account the local context, encourage active listening to the community, and strengthen institutional partnerships. Experience indicates that community gardens linked to primary care can be powerful spaces for care, training, and social transformation, as long as they are sustained by emotional bonds, shared knowledge, and collective participation.

Keywords
unblocked games + agar.io