O Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde (MS), foi implantado em 1973, como a finalidade de reduzir a transmissão de doenças imunopreveníveis, utilizando estratégias diferenciadas de vacinação sistemática da população. É uma das intervenções mais custo-efetivas na prevenção primária, contribuindo para a redução da morbimortalidade por doenças transmissíveis, assim como para a redução da mortalidade infantil. A vacinação é uma ação sistemática e rotineira dos serviços de saúde com grande impacto nas condições gerais da saúde infantil. O objetivo deste estudo é apresentar a experiência do município de Candeias – MG, na avaliação e monitoramento bimestral das coberturas vacinais, referente ao calendário infantil de todas as crianças menores de 2 anos de idade, permitindo uma avaliação apropriada do programa de imunização do município e seus pontos críticos.
O monitoramento das crianças teve início em julho de 2022 a março de 2023 e contou com a participação e colaboração dos responsáveis técnicos que atuam nas salas de imunização das 06 (seis) UBS, com revisão dos instrumentos de registro diário e mensal e analises individualizadas da situação vacinal de todas as crianças cadastradas em seus territórios. As informações foram obtidas através do Sistema Próprio de Informação Municipal – PEC (Prontuário Eletrônico do Cidadão), onde as vacinações são registradas em instrumentos padronizados pelo sistema. O levantamento foi processado através de planilhas geradas pelo próprio sistema contendo o nome completo da criança, data de nascimento, doses administradas (1º, 2º e 3º dose, 1º e 2º reforço e reforço), data correspondente a próxima dose, dias em atraso, da estratégia rotina, ambos os sexos, e os imunobiológicos analisados foram: pentavalente, febre amarela, hepatite A e B, meningite C, pneumo 10, poliomielite (VIP e VOP), tríplice viral, rotavírus e varicela, enfim, o status vacinal de cada criança, para identificação de possíveis problemas que possam influenciar a ocorrência das baixas coberturas vacinais.
Os monitoramentos foram realizados sempre na última semana do mês analisado e as intervenções realizadas no mês seguinte, e consistiam na identificação das crianças não vacinadas, vacinas em atraso, aptas à vacinação bem como a análise da qualidade das informações. Confeccionada planilha comparativa com as doses aplicadas respectivamente, antes e após a intervenção, nos seguintes meses: mês de monitoramento, julho 153 doses e mês de intervenção, agosto 207 doses, acréscimo após intervenção de 32,7%, mês de monitoramento, setembro 167 doses, mês de intervenção outubro 198 doses, acréscimo 18,56%, mês de monitoramento, novembro 166 doses, mês de intervenção, dezembro 173 doses, acréscimo 4,22%, mês de monitoramento dezembro, 173 doses, mês de intervenção janeiro/23 213 doses, acréscimo 23,12%, mês de monitoramento fevereiro/23 153 doses, mês de intervenção março/23 176 doses, acréscimo 15,% O incremento no número e na proporção de doses na média mensal geral foi de 18,72%, contribuindo para que atualmente 94% das crianças estejam vacinadas. Também foi possível identificar outros problemas que contribuíram para as baixas coberturas vacinais, entre elas, as inconsistências na digitação dos dados no sistema de informação como, falha no registro de doses aplicadas e falta de registro de doses aplicadas em todas as unidades de saúde e a baixa qualidade dos dados, evidenciada pela inadequada completude de registros vacinais.
Diante do exposto, foi demonstrado que realização do monitoramento e na sequência a intervenção no primeiro mês, evidenciou um aumento expressivo no número de doses aplicadas, mas nos monitoramentos subsequentes, queda. Mas com a realização do monitoramento/intervenção sequencial entre o mês de dezembro de 22 a março de 23, notou-se um novo aumento no número de doses aplicadas, demonstrando que o monitoramento ideal deve ser realizado mensalmente. Conclui-se que o monitoramento vacinal em tempo oportuno permitiu conhecer a situação vacinal de todas as crianças menores de dois anos de cada território em curto período de tempo e desenvolver estratégias de intervenção que permitiram o resgate dos não vacinados ou com vacina em atraso, bem como a correção e adequação dos aspectos operacionais possibilitando o ajuste dos registros no sistema de informação obtendo intervenção direta nas coberturas vacinais o que impactava totalmente na validação, precisão e confiabilidade dos dados, que interferiam na avaliação da real situação de saúde. A estratégia promoveu a integralidade e o acesso igualitário para a promoção integral à saúde da criança que constitui uma das bases principais da atenção primária e traçar estratégias que visam uma mudança nos sistemas de vacinação, com busca ativa efetiva e constante de crianças, o aumento significativo das coberturas vacinais e consequentemente a qualificação dos dados, reforçando a importância da vacinação como a principal ação de prevenção de agravos.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO