Uso de tecnologias da comunicação no aumento da cobertura vacinal

A preocupação com os indicadores vacinais impulsionou no município de Pinheiro Machado, interior do Rio Grande do Sul, o planejamento de ações para reverter as baixas coberturas, em meio a isto surgiu a pandemia de covid-19, que trouxe ainda mais desafios, mas ao mesmo tempo o trabalho em equipe, com a inovação do uso Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) proporcionaram ensinamentos e fortalecimento nas ações cotidianas de imunizações do município. Sobre as vacinas de rotina do calendário nacional de vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) foram elencadas pela coordenação APS e Vigilância Epidemiológica algumas dificuldades encontradas, para tentar reverter a baixa cobertura vacinal apresentada no ano de 2021, conforme pesquisa Imuniza SUS. Os principais problemas encontrados foram: pandemia covid-19, rotatividade de profissionais, erro no registro da vacina administrada, assim como base de cálculo do Ministério da Saúde muito acima do número real de crianças no território. Na vacinação covid-19, foram implantadas listas de presenças com dados dos usuários para que fosse realizada busca ativa nos faltosos da segunda dose. Os registros ocorriam simultaneamente por tablet e computador no novo SIPNI. Dentre as estratégias, o uso de listas, buscas ativas, uso de aplicativos, bem como, anúncios em carro de som e publicação semanal nas redes sociais da divulgação do calendário de vacinação. Contextualizando as ações de vacinação de rotina, foram identificados os erros de registro quando realizado a verificação nominal das crianças no SIPNI web. A vigilância epidemiológica através dos relatórios do cartório de registro, tem acesso aos nascidos vivos registrados no período e então realiza a comparação de dados e fornece relatórios de inconsistências às enfermeiras das equipes ESF para correção nos registros. A atualização da base de dados para cálculo de cobertura vacinal foi solicitada via ofício direcionado a Secretaria Estadual de Saúde com o relatório dos registros do Cartório de Registro e o número de crianças cadastradas no E-SUS, impactando no aumento de cobertura vacinal acima dos valores preconizados. Outra forma de manter a cobertura vacinal foi em ação intersetorial com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC), solicitando o Atestado de Vacinação nas matrículas e rematrículas. Assim, os responsáveis vão até as ESF para que o profissional de enfermagem verifique a situação vacinal, se necessário administra as vacinas e então forneça o atestado de vacinação. Finalizando, foi inovador e promissor os resultados alcançados com as redes sociais, aplicativos de mensagens e ligações, e o acompanhamento de relatórios. No ano de 2022 o município de Pinheiro Machado ultrapassou a cobertura vacinal mínima de 95% preconizada pelo Ministério da Saúde nos imunizantes tríplice viral, pentavalente, VIP, meningocócica C, vacina oral rota vírus humano e pneumocócica 10.

Em meados de 2019, com a mudança da coordenação da vigilância epidemiológica, houve uma preocupação muito grande com os indicadores vacinais, exemplo disso, é a cobertura da vacina tríplice viral em 2018 de 43,36%, o que impulsionou um planejamento de ações para reverter esse quadro. Uma das primeiras ações foi a busca de relatório junto ao cartório de registros e, com isso, pesquisa nominal no sipni web da situação vacinal de todas as crianças menores de 2 anos de idade. E em meio a evolução das ações desenvolvidas surgiu o desafio da Pandemia de covid-19. Nesse contexto, outra ação foi a troca de geladeiras domésticas por Câmaras conservadoras, realizadas ao longo dos últimos 4 anos, como proposta de qualificação da rede de vacinação, proporcionando uma diminuição significativa de notificações de imuno sob suspeita (ISS), consequentemente a diminuição de descarte de imunobiológicos devido falha no equipamento de armazenamento. Hoje, todas as salas de vacinas e rede de frio são equipadas com câmara conservadora de imunobiológicos, ar condicionado e computador. Outro passo importante ocorreu em 2020, com a reestruturação de fluxo das vacinas de rotina. Anteriormente as vacinas de rotina eram administradas nas salas de vacinas das ESF e na sala de vacinas da Secretaria Municipal de Saúde, o que diminuía o vínculo entre a criança e família com a equipe de ESF que lhe acompanhavam, porém havia uma grande demanda da população e a gestão municipal preconizava esse atendimento centralizado. Com a mudança da Coordenação da Atenção Primária a Saúde e com a chegada da Pandemia covid-19, foi reestruturada a vacinação de rotina no município. As vacinas passaram a ser administradas somente nas Estratégias Saúde da Família, fortalecendo o vínculo entre famílias e equipe e facilitando o controle de dados para busca ativa de faltosos. Houve uma boa aceitação da comunidade com esse novo fluxo e também favoreceu para o aumento da cobertura vacinal. Ainda sobre as vacinas de rotina do calendário nacional de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) foram elencadas pela coordenação APS e vigilância epidemiológica algumas dificuldades encontradas, para tentar reverter a baixa cobertura vacinal apresentada no ano de 2021, conforme pesquisa Imuniza SUS. Os principais problemas encontrados foram: pandemia covid-19, rotatividade de profissionais, erro no registro da vacina administrada, assim como base de cálculo do Ministério da Saúde muito acima do número real de crianças no território.

Com o início da vacinação covid-19, foram implantadas listas de presenças com dados dos usuários: cartão do SUS, nome, endereço e telefone, para que fosse realizada busca ativa nos faltosos da segunda dose. Os registros ocorriam simultaneamente por tablet e computador no novo SIPNI. A vacinação era realizada no ginásio municipal de esportes, devido o amplo espaço e possibilidade de distanciamento interpessoal, além disso o local proporciona espaço para realização de drive-thru. Assim, os idosos com dificuldade de locomoção e com possibilidade de transporte, eram vacinados dentro dos carros. As equipes eram compostas por agentes comunitários de saúde, agente de endemias, fiscais sanitários covid-19, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Os usuários acamados e domiciliados eram vacinamos por equipe volante composta por um motorista e um profissional da enfermagem. Para que conseguíssemos realizar o correto registro das doses simultaneamente com a administração, foi instalado internet no local. Esse registro simultâneo diminui os erros de registro, e também possibilita a conferência de cada usuário sobre idade e doses anteriormente administradas. A partir das listas de usuários vacinados, foram realizadas as buscas ativas pelas equipes da atenção primária a saúde e vigilância epidemiológica. Como estratégia, a prefeitura realizou a compra de telefones celulares para todas equipes da APS e vigilância epidemiológica com inserção de créditos mensalmente. Os agentes comunitários de saúde realizavam buscas nos endereços dos usuários e a coordenação APS e equipe de vigilância em saúde realizou busca ativa através de ligações telefônicas e mensagens por aplicativo de mensagem. Com o passar do tempo, a diminuição das faixas etárias do público alvo e a chegada da vacina Pfizer a vacinação passou a ocorrer na Secretaria Municipal de Saúde. A vacina Pfizer não previa vacinação extra muros, devido a diluição do imunobiológico. Então todo processo de registro no SIPNI novo, nas planilhas e as buscas ativas continuaram ocorrendo da mesma forma, porém em outro local. Devemos levar em consideração também o retorno das atividades do Ginásio Municipal de Esportes. Quanto mais avançava a vacinação, mais diminuíam os casos de infecção por COVID-19 nos grupos de risco e mais as medidas de distanciamento foram flexibilizadas. Esse é um exemplo simples do reflexo da importância que foi a vacinação contra covid-19 para o controle da pandemia. As ações de vacinação contra o covid-19 seguem sendo constantes, com o uso de listas, buscas ativas, uso de aplicativos, bem como, anúncios em carro de som e publicação semanal nas redes sociais da divulgação do calendário de vacinação. Outro problema elencado, a rotatividade dos profissionais ocorre devido a forma de contratação, o município realiza processo seletivo valido por tempo determinado, um ano renovável por igual período, proporcionando instabilidade ao colaborador e dificultando a aprendizagem de acesso no sistema de registro. Apesar disso, o uso da tecnologia, como aplicativo de mensagem, facilitou inclusive as orientações para os profissionais, o envio de informes, de relatórios, o que juntamente com reuniões capacitatórias, amenizaram esse problema em relação as coberturas vacinais. Contextualizando as ações de vacinação de rotina, foram identificados os erros de registro quando realizado a verificação nominal das crianças no SIPNI web. Os registros eram efetuados via E-SUS, esses dados migram em um período médio de três meses para o SIPNI web, possibilitando essa conferência. O município não tem agente comunitários de saúde em todo território, porém foi realizado cadastramento de áreas descobertas para que tenhamos os números próximos do real. A vigilância epidemiológica através dos relatórios do cartório de registro, tem acesso aos nascidos vivos registrados no período e então realiza a comparação de dados e fornece relatórios de inconsistências às enfermeiras das equipes ESF para correção nos registros. A atualização da base de dados para cálculo de cobertura vacinal foi solicitada via ofício direcionado a Secretaria Estadual de Saúde com o relatório dos registros do cartório de registro e o número de crianças cadastradas no E-SUS. Foi aceito e atualizado pela Secretaria de Saúde do Estado. Em números, no ano de 2021 o número base para cálculo para cobertura vacinal de crianças de 12 meses era 100 e, em 2022, após a solicitação via ofício, esse número foi atualizado para 82, impactando no aumento de cobertura vacinal acima dos valores preconizados. Outra forma de manter a cobertura vacinal foi em ação intersetorial com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC). Sempre foi solicitado nas matriculas e rematrículas escolares a cópia da carteira de vacinação, porém essa cópia não era verificada. Em conversa com a SMEC foi orientado que seja solicitado o atestado de vacinação nas matrículas e rematrículas. Assim, os responsáveis vão até as ESF para que o profissional de enfermagem verifique a situação vacinal, se necessário administre as vacinas e então forneça o atestado de vacinação.

A partir do acompanhamento das baixas coberturas vacinais das vacinas de rotina apresentadas pelo município, percebidos também na pesquisa do ImunizaSUS, e o início da campanha contra vacina COVID-19, foram instituídas busca ativa através de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), com intenso trabalho em equipe, além de ações intersetoriais. Foi inovador e promissor os resultados alcançados com as redes sociais, aplicativos de mensagens e ligações, e o acompanhamento de relatórios. No ano de 2022 o município de Pinheiro Machado ultrapassou a cobertura vacinal mínima de 95% preconizada pelo Ministério da Saúde nos imunizantes tríplice viral, pentavalente, VIP, mC, vacina oral rota vírus humano e pneumocócica 10.

Principal

Carolina Aquino Alves Faria

Coautores

Marina Scheer dos Santos

A prática foi aplicada em

Pinheiro Machado

Rio Grande do Sul

Sul

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde de Pinheiro Machado (RS)

Secretaria Municipal de Saúde de Cruz Alta - Rua Pinheiro Machado - Centro, Cruz Alta - RS, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Conta vinculada

ideiasus@gmail.com

23 dez 2023

CADASTRO

07 ago 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

TAGS

Práticas Relacionadas