em 2017, após avaliação situacional e compartilhada da UBS Esplanada e NASF regional, onde o número de casos de saúde mental fazia a base epidemiológica do território e a busca de escuta qualificada dos usuários. Para além, a composição do território trazia particularidades dos usuários enquanto participantes do grupo: uma heterogeneidade maciça. o grupo traria histórias, emoções, incertezas e não mais um trabalho educativo. as equipes investiram com apoio matricial, aporte teórico para fortalecer o denominado grupo de convívio. Justifica-se esta experiencia a partir da superação da dicotomia indivíduo e grupo. Repensar a dicotomia era trazer em cena um “tecer juntos” da complexidade segundo Morin que não exclui essa separação, mas tramar o que é antagônico e sustentar a vivencia através da estratégia – procura incessantemente reunir informações colhidas e os acasos encontrados durante o percurso. ao passo que a vida exige estratégia e, se possível, serendipidade e arte (Morin,2015)
Descrever a experiencia de um grupo de convivio no eixo de saúde mental e com aporte da Teoria da Complexidade de Morin, e suas interfaces com o cuidado na Atenção Básica. o grupo é aberto e acontece a cada 15 dias e tem duração em média de 1 hora. Os usuários são encaminhados na consulta ou em acolhimento da UBS e esta discute o itinerário terapêutico do paciente com o NASF. Sempre consta com dois profissionais, sendo um o coordenador e outro de suporte, que auxilia na observação e na parte burocrática. Quando necessário retoma-se aos contratos grupais estabelecidos pelos participantes, há o espaço para fala e após este momento o coordenador faz as tramas que os assuntos podem se entrelaçar com os recursos terapêuticos da arte, a poesia, e músicas. A arte leva a dimensão estética da existência humana, nos põe em comunicação com o mistério, que está além do que pode ser dito (Morin,2015)
A ótica da complexidade para o grupo de convívio foi fundamental para que fosse uma experiência exitosa, através dela foi possível compreender os fenômenos do grupo e se ater as diferenças como uma oportunidade e não a um fator limitante. A desordem que os encontros vivos provocavam na equipe e nos usuários foi elemento de estudo e o fio condutor da trama: aceitar as incertezas, embates em contraposição mas também em complementação, fazendo o composto heterogêneo uma colcha de retalhos do cotidiano e vidas. Assim, esse relato de experiência pressupõe que bem “tramado”, no “tecer juntos” um grupo de convívio pode ser coeso, promotor de saúde e habilitador do reconhecimento e respeito dos vários modos de vidaFazer do espaço de saúde significativo implica compreender em ato as singularidades de cada sujeito ao mesmo tempo na constituição, nunca linear, do campo grupal. as observações terapêuticas precisam contemplar movimentos antagônicos e complementares- da vivência relacional e cotidiana da disjunção e junção, classificação e associação, e a complexificação. Assumir que na urdidura da trama e do tecer juntos, há incertezas e incompletude do saber, porém oportunidades.
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