As desigualdades socioeconômicas, com raízes no passado colonial, não foram superadas pela proximidade com a capital, tão pouco pelos processos de democratização e modernização caracterizado pela industrialização em segmentos estratégicos. A política de saúde desenvolvida anteriormente no município foi marcada por trajetória dual, representada de um lado pela saúde pública, direcionada para o controle de doenças específicas, e de outro pela saúde política marcado pelo assistencialismo médico-centrado, estruturada em bases políticas nas quais médicos se faziam vereadores e agentes políticos, voltadas para ampliação de clientela e não acesso. O propósito central é compreender se a condução e dificuldades municipais é a expressão dos cenários onde se inserem a maioria dos gestores de saúde, que travam cotidianamente o combate desigual do fortalecimento da Saúde Pública em detrimento da Saúde Política, bem como explorar contradições e condicionantes da política.
Objetivou analisar a trajetória da condução dos gestores na estruturação da política de saúde no município, bem como explorar as contradições e os condicionantes da política e modelo de trabalho local nesse paradoxo que é o fortalecimento do SUS. Nesse contexto, o início dos processos de construção do fortalecimento do SUS se deram a partir: 1) Construção do Plano Municipal de Saúde 2018-2021, 2) Instituição de Organograma para organização da gestão do trabalho, instituído por decreto municipal, organizamos as Diretorias de Gestão: atenção à saúde, vigilância em saúde, administrativo e financeiro e assistência farmacêutica, 3) Reorganização do território de cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF), 4) Fortalecimento da educação permanente: instituição de protocolos e capacitações e 5) Efetiva Participação na CIR (Colegiado Intergestor Regional).
Organização da regulação, instituição de protocolos organização dos comitês e comissões• Mudança na lógica contratual com hospital filantrópico legitimação dos trabalhos integrados de fiscalização da vigilância em saúde. Criação de cargos para ESF e realização de concurso público, ora contratados pela filantropia baseado apenas na indicação política. Organização de concurso público. Fortalecimento do Controle Social, COMUS e COMAD atuantes, e sensibilização para as discussões do conselho local de saúde. Democratização do SUS, ampliação do financiamento na AB em detrimento do financiamento hospitalar. Participação efetiva na CIR e em todos os grupos técnicos, participação nos congressos em encontros de gestores e técnicos do SUS. Os ataques a que o sistema vem sendo submetido parte justamente dessa lógica de reduzir a Saúde Pública à Saúde Política de gestores e governantes, ferramenta necessária para a sobrevivência política, em detrimento da defesa da vida e defesa do SUS. Em Mairiporã estamos caminhando na legitimação da Saúde Pública e na sobrevivência dentro da lógica perversa do “corte-se as cabeças” aqueles que defendem a população e não somente o voto.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO