A vacinação é uma ação integrada e rotineira dos serviços de saúde, que tem como objetivo erradicar e controlar as doenças imunopreveníveis no território brasileiro. Vacinar implica em um fator de proteção específico contra doenças graves, causadoras de danos irreversíveis ou letais. Além disso, a vacinação melhora o nível de saúde de uma comunidade e isso se reflete nos indicadores, especialmente na taxa de mortalidade infantil. O reconhecimento da cobertura vacinal e dos fatores que levam ao atraso ou falta de imunização é essencial para a adequação de programas governamentais de vacinação e para a identificação de crianças em atraso. Através do cartão espelho, que é a cópia do cartão de vacinação que fica arquivado na unidade básica de saúde, conseguimos realizar o monitoramento da situação vacinal das crianças do município. O presente trabalho trata-se de um relato sobre uma intervenção realizada pela equipe de vigilância epidemiológica e agentes comunitários de saúde. Destacou-se enquanto necessidade do setor de vacinas, o retorno da transcrição das cadernetas de vacinação, que parou de ser realizado no município em 2015. A transcrição das cadernetas de vacinação das crianças menores de cinco anos foi realizada nos meses de outubro e novembro de 2022, mediante levantamento dos agentes comunitários de saúde durante as visitas domiciliares. Após coleta das informações das vacinas das crianças através de cópia xerox das cadernetas, os profissionais realizaram a transcrição em cartão espelho e organizaram por data de retorno da criança na sala de vacina. O ato de vacinar implica em uma interação entre os responsáveis pela criança e os serviços de saúde. Sendo assim, para obtermos maior êxito na cobertura vacinal, cabe aos profissionais de saúde participar mais ativamente na busca de crianças em falta com a vacinação, através da revisão sistemática dos cartões, de uma maior efetividade nas visitas domiciliares, cabendo um maior comprometimento aos agentes de saúde (TERTULIANO et al., 2011). A responsabilidade pela vacinação da população de uma região pertencente a uma unidade básica de saúde não deve se restringir, unicamente, aos componentes da equipe de saúde que aplicam as vacinas; tampouco, a vacinação da criança deve ocorrer apenas quando a mãe ou responsável comparece ao serviço de saúde para esse fim. Mais do que isso, todos os componentes de uma equipe de saúde devem ser preparados para contribuir, ativamente, para o sucesso de um plano de vacinação e aproveitar todas as oportunidades para verificar e implementar o nível de imunização da população susceptível (MASCARETTI et al., 1996).
A partir dos resultados da Pesquisa ImunizaSUS e da reflexão sobre os problemas e desafios das ações de imunização, identificamos que com a organização do processo de trabalho, a retomada da transcrição das cadernetas de vacinação das crianças menores de cinco anos e a organização desses cartões, podemos melhorar a busca ativa dos pacientes, aumentando a cobertura vacinal no município.
Para obtermos maior êxito na cobertura vacinal, cabe aos profissionais de saúde participar mais ativamente na busca de crianças em falta com a vacinação, por meio de revisão sistemática dos cartões, que é organizado por data de retorno; Realização de orientação aos profissionais sobre a importância da organização e do arquivamento correto dos cartões, com isso o atendimento se torna mais eficaz e com qualidade; Manter horários alternativos de funcionamento da UBS para oportunizar a adesão das pessoas que trabalham no horário comercial; Verificação da situação vacinal durante as consultas; Administração das vacinas independentemente da estabilidade do sistema de informação; Trabalhar em parceria com as escolas e creches; Promover campanhas regulares na própria unidade e extramuros, e, realizar ações educativas direcionadas à comunidade para sensibilização da importância de manter o esquema vacinal completo das crianças. Importante refletirmos sobre a atuação do agente comunitário de saúde na busca ativa de faltosos e nas atividades de rotina/campanhas de vacinação, por serem momentos oportunos de identificar os usuários que precisam ser vacinados.
Reconhecendo a imunização como forte instrumento de proteção à saúde, torna-se fundamental o desenvolvimento de ações que ampliem e promovam a vacinação. Ao realizarmos este trabalho identificou-se a importância de manter a transcrição das cadernetas de vacinação na unidade, para prestar um atendimento com qualidade e melhorar as coberturas vacinais. A necessidade da ampliação da cobertura e a realização de busca ativa dos faltosos, exigiu estratégias e a reimplantação do cartão espelho no município, possibilitando o acompanhamento minucioso das cadernetas de vacinação. Considerando a relevância dessa temática no âmbito da saúde pública, destaca-se a necessidade de intensificação das estratégias, bem como o registro e publicação de experiências bem sucedidas já realizadas, para que seja possível a replicabilidade em outros locais e assim, progressivamente, a ampliação da imunização na população. REFERÊNCIAS: MASCARETTI, L. A. S. et al. B. Situação de Imunização de Escolares em uma Área Urbana de São Paulo – Centro de Saúde ESCOLA “Professor Samuel B. Pessoa” – Faculdade de Medicina da USP. R ev. Pe d i a t r i a, São Paulo, v. 18, n. 4, p. 175-179, 1996. TERTULIANO, G. C.; STEIN, A. T. Atraso vacinal e seus determinantes: um estudo em localidade atendida pela Estratégia Saúde da Família. Ciência & Saúde Coletiva, Manguinhos, v. 16, n. 2, p. 523-530, 2011.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO