- Atenção Primária à Saúde
Luana Izabel da Silva Nunes
- 25 set 2024
Amapá
O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo, sendo responsável por uma estimativa de 9,6 milhões de mortes em 2018. Aproximadamente, 70% das mortes ocorrem em países de baixa e média renda. A neoplasia é uma doença que gera desafios para pacientes e familiares (WHO, 2020).
O paciente oncológico pode ter equilíbrio psicológico ameaçado pelo resultado do diagnóstico e as mudanças que serão necessárias, no decorrer da doença e do tratamento, incluindo alterações na autoestima. Diante disto, a adaptação ou ajuste psicossocial ao câncer é importante para o tratamento e a qualidade de vida (SANTOS, 2018).
Com isso a APS, especificamente a ESF, responsável pelo cuidado continuado dos usuários do território adscrito é pela assistência ao paciente com câncer juntamente com a média e a alta complexidade, proporcionando assim o conforto necessário, para isso é importante a realização de visitas periódicas para aliviar as necessidades dos aspectos psicológicos e sociais.
Diante disso e do número elevado de pacientes oncológicos (62) para uma população de 5.970 habitantes (IBGE,2022) , os profissionais da APS de Santa Cruz (PB) através da coordenação, implantaram uma comissão de enfrentamento ao câncer, formada por médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistente sociais e ACS, para aprimorar as estratégias de cuidado voltado para os pacientes e familiares.
• Objetivo geral: fortalecimento do cuidado em pacientes oncológicos e seus familiares na APS.
• Objetivos específicos:
• Implantação de uma comissão municipal de enfrentamento ao câncer;
• Busca ativa de pacientes oncológicos no município de Santa Cruz (PB);
• Avaliação da assistência prestado pela APS aos pacientes oncológicos e seus familiares;
• Planejamento de ações e da assistência prestada aos pacientes oncológicos e seus familiares;
• Ações de prevenção ao câncer e promoção à saúde.
Este relato de experiência trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa realizada pela Comissão Municipal de Oncologia. Essa comissão foi criada pela coordenação de APS após reunião de planejamento com as ESFs e a Emulti. A comissão é formada por profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, odontólogos, nutricionista, assistente social, fisioterapeuta, psicólogos e ACS), tendo como objetivo a integralidade do cuidado na formulação de estratégias e ações.
O relato foi realizado no município de Santa Cruz (PB), localizado no sertão paraibano, com 5.970 habitantes (IBGE, 2022). Possui 3 unidades de saúde da família, 1 na zona urbana e 2 nas zonas rurais.
A reunião inicial teve como norte a identificação dos usuários com diagnóstico de câncer no território, com isso foi utilizado a base de dados do e-SUS, além do relato dos ACS e da regulação do município. No segundo momento, foi implantado o fluxo de atendimentos aos pacientes oncológicos. Seguindo a proposta de fortalecimento da assistência pela APS aos usuários e seus familiares, foi realizado uma pesquisa pela comissão e fortalecida pela assistência social e as ESF, através de um forms, no qual os usuários ou familiares relataram sobre a assistência prestada.
Em analise de dados, a comissão retirou em planejamento um cronograma para atendimentos anuais, semestrais ou trimestrais, de acordo com a necessidade do usuário, além de atividades de promoção à saúde e inserção desses familiares na rede cuidado.
Com base na incidência da pacientes oncológicos, as dificuldades ao acesso, a coordenação de APS formalizou criação da comissão municipal de oncologia, implantado em janeiro de 2024, por profissionais da ESF e Emulti.
Após a implantação em primeira reunião foi analisado os cadastros no E-SUS e visto a necessidade da Busca Ativa dos pacientes oncológicos. A busca ativa foi realizada pelo ACS, contabilizando 62 pacientes nos territórios das 3 ESFs. Além disso, os familiares e pacientes, relataram as necessidades de orientação para novos casos e urgências. No segundo encontro, realizou a formulação do fluxo de atendimentos para pacientes oncológicos nos casos, sem diagnóstico, com diagnóstico e urgência. Sendo divulgado em redes sociais e pelos ACS.
Posteriormente, foi realizada uma pesquisa com os usuários ou familiares, sobre a qualidade da assistência prestada pela APS aos pacientes oncológicos. No total, 42 usuários ou familiares sinalizaram que a maioria (23,5%) tem diagnóstico de câncer de mama, (68,8%) estão em tratamento, sendo (47,1%) no Hospital Laureano. Ressaltasse a preocupação com o acompanhamento da APS, onde (62,5%) e (64,7%) não tiveram acompanhamento do médico e da enfermagem das ESF.
Embasados na pesquisa, a comissão realizou um planejamento e elaborou um cronograma de atendimentos anuais, semestrais e trimestrais, levando em consideração a gravidade e o tratamento do paciente. Além de um acompanhamento multidisciplinar com a Emulti e a utilização de PTS.
A criação de uma comissão para o fortalecimento da APS e no cuidado dos pacientes oncológicos e seus familiares é de extrema importância, principalmente no tratamento e apoio. Portanto, visualizou-se uma lacuna entre os profissionais das ESF e esses pacientes, fragilizando assim a assistência prestada, onde na maioria das vezes acontece pela responsabilização desses casos prioritariamente a média e alta complexidade, onde é fragilizado o objetivo principal da APS.
Dessa forma, reorganizar os fluxos, capacitar as equipes e planejar a assistência prestada é importante para reacender o cuidado e os laços que devem ser mantidos entre as ESF com os pacientes oncológicos e seus familiares.
Com isso reforçasse a importância de criar espaços de dialogo e planejamento entre as ESF e a Emulti para fortalecimento do cuidado e da assistência prestada a população, principalmente os usuários oncológicos e seus familiares, tendo em vista que precisam de um olhar maior nesse momento tão difícil de diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos.
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